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É cedo, mas Palmeiras já faz duas finais em quatro dias no Brasileirão


Na história do Campeonato Brasileiro dos pontos corridos, só um time foi campeão sem vencer nenhum dos quatro primeiros jogos: o São Paulo, em 2008. Mas era uma situação diferente: um time bicampeão, que sabia o caminho para retomar e entrar na disputa. A virada na tabela de classificação foi custosa, só veio no segundo turno.

O Palmeiras, bicampeão da Libertadores, mas que não passou nem perto de efetivamente disputar o título brasileiro nos últimos três campeonatos, enfrenta uma situação peculiar. Joga hoje contra o Flamengo (torcida única no Maracanã) e, sábado, “recebe” o Corinthians na Arena Barueri, já que o Allianz Parque não estará disponível. Duas situações não ideais.

Depois do início ruim no Brasileiro, com derrota inesperada em casa contra o Ceará e empate contra o Goiás, o Palmeiras enfrenta dois dos rivais mais difíceis que o campeonato pode apresentar. Dois confrontos diretos da parte alta da tabela, sendo que o de hoje, no Rio, é adiantado da quarta rodada. Depois destas duas partidas, o Palmeiras joga pela Libertadores, pela Copa do Brasil, Libertadores de novo e só volta ao Brasileirão em 8 de maio.

Se perder as duas ou mesmo se sair só com um ponto destes confrontos, o time de Abel Ferreira pode voltar ao Brasileiro com 2 ou 3 pontos, vendo o Atlético-MG, por exemplo, com 15. Ou o próprio Flamengo com 10 ou Corinthians com 12. Impossível tirar a diferença em 30 e tantas rodadas e mais de 100 pontos em jogo? É lógico que não. Mas pode ser gerada aquela situação psicológica, priorizar as Copas e perder o foco necessário para ganhar uma maratona. Pode ser gerada a situação de olhar para os outros, em vez de si mesmo, o que acaba gerando tropeços próprios, não alheios.

É claro que muitos torcedores palmeirenses acharão esta opinião fatalista. Não é. E Abel sabe disso. É crucial ganhar pelo menos uma das partidas. Ou, na pior da pior da pior das hipóteses, empatar ambas. O Palmeiras ficaria nos 3 pontos após 4 rodadas, mas pelo menos Flamengo e Corinthians tampouco desgarrariam muito.

Em 19 campeonatos de pontos corridos neste século, só dois times acabaram a quarta rodada com três pontos e seriam campeões. O já citado São Paulo, em 2008, estreou perdendo do Grêmio (que virou o turno na liderança) e depois empatou contra Athletico-PR, Coritiba e Santos. Vieram, na sequência, três vitórias seguidas.

Em 2004, o Santos, então comandando por Émerson Leão, ganhou uma (Botafogo) e perdeu jogos de Paraná, Figueirense e Cruzeiro. Leão, que estava no clube desde o título de 2002, pediria demissão após a sequência e uma derrota para a LDU na Libertadores, Luxemburgo assumiria e levaria o clube ao título —mas importante lembrar que era uma competição com 24 clubes (46 rodadas, 8 a mais que as atuais). Só na penúltima rodada o Santos foi assumir a liderança.

A memória mais recente de um time que começou mal e acabaria campeão é a do Flamengo de 2020, ainda com Domenec Torrent no início. Foram quatro pontos em quatro rodadas, cinco em cinco. Seria campeão por um pontinho, já em 2021 e com Rogério Ceni no comando.

Curiosamente, nunca o Brasileiro de pontos corridos foi vencido por um time que ganhou os quatro primeiros jogos. Os melhores arranques de campeões foram do Cruzeiro-2003, Corinthians-2011 e Corinthians-2017, todos com 10 em 12 pontos possíveis. Poucos líderes após quatro rodadas chegariam na frente do resto da turma após a disputa da última rodada.

Começar bem, pois, não é garantia de título ganho. Começar mal não é garantia de título perdido. Mas tão mal assim, do nível um ou dois pontos, obrigaria o Palmeiras a um feito inédito. São finais no começo do campeonato, e Abel, que tem plano para tudo, deve saber disso.

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