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Desconfiança, lesão e recuperação: Fabrício Bruno conta bastidores do Flamengo


Anunciado como reforço do Flamengo no início da temporada, Fabrício Bruno vive o melhor momento com a camisa rubro-negra. No entanto, até emplacar uma sequência e cair nas graças da torcida, o zagueiro passou por turbulências e chegou a ter que conviver com críticas. Em bate-papo exclusivo com a repórter Monique Danello, da

TNT Sports

, o defensor contou detalhes de tudo que viveu nessa breve trajetória pela equipe carioca.

Fabrício Bruno foi oficializado em fevereiro e se machucou três meses depois. O defensor  teve uma lesão rara e importante no ligamento do dedão e precisou passar por cirurgia para retirada de um fragmento ósseo do pé esquerdo. O jogador deu um longo depoimento com detalhes da contusão e bastidores do período em que esteve em recuperação.

“Um lance tão bobo… fui correr e bati o dedo no calcanhar do Manoel, senti uma dor e uma ardência muito grande. Aí você começa a ficar se perguntando: ‘por que comigo?’ E pra ser sincero, eu não achava que tinha tido a lesão que tive. Quando cheguei na fisio, falei que destronquei o dedo, mas não era só isso. Nos primeiros exames descartou fratura, só que viajei para a estreia da Libertadores e não conseguia jogar, não conseguia andar. Inúmeras tentativas de voltar a jogar e não conseguia. Conversava muito com Tannure, depois fomos aprofundando mais, entra a Doutora Verônica para tentar ajudar a descobrir o que acontecia. Só que a gente vivia um momento difícil com Paulo Sousa. Lembro do Paulo, era um cara que tinha um enorme respeito, ele chegava e pedia se tinha como eu voltar. Aí chega o momento que o David Luiz se machucou… e o pessoal no DM dizia que o mais próximo de voltar era eu, só que ao mesmo tempo não era. Eu estava muito longe de voltar. A torcida pedia a volta, outros criticando… Qual sentido de criticar? Ninguém quer estar machucado. Qual benefício isso traz? Eu não sou um cara de ficar sentado em contrato. Se eu fosse cômodo, eu ficava tratando… Muita gente me criticava, se eu quisesse eu ficava no Red Bull Bragantino o resto da minha carreira… jogava, era titular absoluto, uma puta moral no clube, então pra que vir para um desafio aqui? Não faz sentido críticas em relação a isso, pra qualquer um que está machucado. Eu dava ouvido, mas ao mesmo tempo filtrava. Tiro muitas lições dessa lesão. Tentei forçar em momentos que não deveria ter forçado, mas o Tannure me entende e eu entendo o Tannure. Pelo momento que eu vivia, um cara jovem, eu quero aparecer, quero continuar mostrando, mas a gente não é robô, é o corpo da gente, a gente tem que respeitar processos, e quando a gente decidiu respeitar, por mais que tenha demorado mais dois meses, foi uma coisa que consegui me livrar mais rápido…”, disse.

Desde que se recuperou, Fabrício Bruno atuou oito vezes e marcou dois gols. O zagueiro vem participando do rodízio que o técnico Dorival Júnior tem feito, entre os jogos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores.

“O Dorival fala: não tem titular. O sistema defensivo todo vai muito bem, a linha de 4 é montada e bem trabalhada nos dois times, isso reflete muito o trabalho do Dorival. Já passei em clubes que o time de cima tinha desempenho e quando ia jogar o outro time não entregava igual. Aqui não, a gente monta sistemas diferentes e acaba se consolidando. Esse rodízio agrada a todos”, completou.

Aos poucos se consolidando e ganhando oportunidades, Fabrício Bruno busca o primeiro título pelo Flamengo. O defensor falou sobre o momento do Rubro-Negro, que está com um pé na decisão da Copa do Brasil e na semi da Libertadores, além de ainda sonhar com o troféu do Brasileirão.

“Está próximo, mas ao mesmo tempo está distante. A gente vai conquistar títulos se a gente continuar trabalhando, nada supera o trabalho… Eu chego falando na apresentação que venho para conquistar títulos, e de cara a gente perde o Carioca e a Supercopa do Brasil, só que eu sempre tive comigo que as coisas vão acontecer no momento certo. Se não ganhamos era porque não era pra ser. A gente vem em três frentes, a gente abriu uma vantagem contra o São Paulo, mas a gente reconhece que fez um grande resultado, mas a atuação não foi boa. É o que o Gabriel fala, quando a gente está 100%, é difícil ganhar da gente, é muito difícil jogar contra o Flamengo, já passei por isso contra”, falou.


Veja outros trechos da entrevista exclusiva:


Desconfiança na contratação

Tive uma reunião com o presidente e ele falou: ‘eu não tenho dúvida que você vai lá e vai arrebentar. Talvez a torcida espere muito um jogador renomado de fora, mas no futebol brasileiro tem excelentes potenciais, pessoas que podem chegar aqui e suprir as características dos que saíram’… Fico feliz por ter dado a volta por cima, sempre soube da minha qualidade, sou trabalhador. Sei que quando cheguei muita gente falou “ah, por que ele? por que isso? por que aquilo?”, mas eu sei que cheguei aqui com muito trabalho, apesar de ter poucos anos como profissinal, sou um cara bastante experiente, muito maduro, muito frio, que sabe filtrar os momentos e as críticas. As contrutivas pego pra mim, é válido, diferente daqueles que chegam xingando. Estou vivendo um grande momento, uma grade fase, mas carrego comigo uma frase que os momentos ruins passam, mas os momentos bons também, o segredo é manter o trabalho, ser regular, com frieza e cautela.


Chegada ao Flamengo

Chego num momento conturbado do clube, sempre respeitando os companheiros e sabendo da qualidade que tinha aqui. Às vezes a gente por momentos difíceis, mas o que a gente aprende, a gente nunca esquece. Acho que nesses momentos é que a gente precisa de acolhimento maior. Ninguém cai no Flamengo de paraquedas, tenho qualidade para estar aqui, e ninguém esquece de jogar bola. Fico feliz pelo desenvolvimento, temos excelentes zagueiros, acho que o grupo se encontrou nessa posição. Dorival tem uma grande valia nisso, o sistema defensivo em si tem que valorizar o Dorival, ele chegou e abraçou todos, tá aí os resultados.


Atacante mais difícil de marcar

– Pedro. Ele é fantástico, tem uma qualidade técnica fora da curva, sabe usar bem o corpo, a qualidade técnica para domínio… pra mim, quando eu jogava contra, já era. Agora graças a Deus estou a favor,  porque já sofri muito.


Jogar com Vidal

Pela experiência e currículo, ele conversa muito comigo sobre leitura de jogo. Contra o Avaí, assim que entrou chamou eu e Rodinei e começou a conversar. É um cara que a qualidade de passe é absurda, tem futebol cadenciado… ele procura passar a experiência dele e organizar o time. Ele tem vigor físico, mas prefere jogar mais na base da qualidade. Ele é o cara que dita o ritmo do jogo. Ele brinca comigo às vezes e fala: segura, eu movimento, toco, volto. É um cara que gosta de cadenciar o jogo, tem a qualidade dele, veio para agregar e tem agregado muito. É um prazer desfrutar com ele desse momento.

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