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Como o Flamengo se adaptou para vencer o Corinthians?


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O Flamengo voltou a vencer o Corinthians na última terça-feira (9) e garantiu vaga pela terceira vez nos últimos quatro anos nas semifinais da Libertadores. Apesar do elástico placar agregado, o Mengão voltou a encontrar dificuldades. Mas também mais uma vez encontrou soluções.

Confira a análise do último jogo: Análise: Evoluindo ao longo do duelo, Flamengo é eficaz e vence o Corinthians

Corinthians começa bem e incomoda Flamengo nos primeiros minutos

Passando pelo plano tático inicial, Vitor Pereira montou o Corinthians um pouco diferente sem bola. Ao invés de pressionar Santos na saída de bola, o técnico português preferiu pressionar com mais frequência os zagueiros do Flamengo desde o início do jogo.

Comportamentos padrões iniciais de Flamengo e Corinthians

Enquanto Vera atuou mais próximo de Yuri Alberto para cobrir a bola de David Luiz e Leo Pereira, por outro lado Du Queiroz ora pressionava Thiago Maia, ora cobria as bolas entrarem para Everton Ribeiro. Com isso, o único homem-livre rubro-negro era o goleiro.

O Fla chegou a iniciar bem o jogo, em bola jogada que se concluiu numa bicicleta de Pedro. Todavia, com o passar dos minutos, a equipe começou a ter problemas para sair com a bola no chão. Como resultado, a conexão Santos-Pedro tornou-se recorrente.

O time de Dorival Jr. seguiu buscando construir curto, mas passou a perder algumas posses e condicionar transições para o Corinthians. O alvinegro paulista teve três chances seguidas num intervalo de dois minutos para finalizar com perigo dentro da grande área.

Já com bola, o Corinthians tinha um objetivo principal para atacar o Flamengo: explorar o lado direito de defesa com Willian e Yuri Alberto no setor. Cássio forçava algumas bolas longas para acionar o ponta e se aproveitar dos problemas defensivos de Rodinei.

Dinâmica de saída de bola do Corinthians pelo lado esquerdo que dificultou defensivamente o Flamengo

Nesse sentido, o clube paulista conseguiu gerar perigo tanto pelo lado esquerdo com as bolas longas, bem como em outros momentos conseguia variar o corredor e encontrar jogadores livres. Uma vulnerabilidade que faz parte do 4-4-2 losango.

Flamengo consegue sair da pressão corinthiana e termina bem o primeiro tempo

Ainda assim, o Flamengo pouco sofreu defensivamente com as intenções de Vitor Pereira. Além disso, na parte final do primeiro tempo, conseguiu empurrar o Corinthians em bloco médio e explorar as deficiências de Willian para proteger o lado esquerdo de defesa.

E tudo isso só foi possível devido às bolas longas de Santos em Pedro. O Flamengo minava a pressão corinthiana avançando rápido no campo e reduzia o constrangimento para sair curto.

Assim, o Mais Querido construiu as principais chances aproveitando-se do forte lado direito e de Gabi gerando volume pelo lado esquerdo, junto de Arrascaeta e Pedro. Apesar do início duro, o Flamengo foi superior ao Corinthians no primeiro tempo.

Corinthians assusta no início do segundo tempo, mas Flamengo abre o placar

O Corinthians começou o segundo tempo com Renato Augusto no lugar de Vera e teve seu melhor momento no jogo logo nos primeiros minutos da segunda etapa. A presença do meia mais a frente gerou dúvidas nos encaixes de Everton Ribeiro e Thiago Maia, devido à sua movimentação.

Ora Renato avançava para dar profundidade à equipe, ora gerava apoio pela esquerda. Coletivamente, o Fla não conseguia cobrir os espaços no setor e esvaziava o lado direito, onde Fagner avançou livre duas vezes.

E talvez em seu pior momento, o Flamengo abriu o placar. Numa falta pela esquerda, Léo Pereira encontrou belo passe para Arrascaeta. O uruguaio venceu o duelo contra Roni e num passe no segundo pau, serviu Pedro que, completou a bola para as redes. 1×0.

O gol foi um balde de água fria para o Corinthians. Com a vantagem no marcador, o Flamengo retomou as ações do jogo sem sofrer a mesma pressão adversária e voltou a gerar volume ofensivo. Tanto com as bolas longas de Santos, quanto pela bola parada.

Através desse jogo mais direto, enfim o Flamengo encontrou tranquilidade na eliminatória. Após bola longa de Thiago Maia em Pedro, Bruno Mendez impediu o ataque com o braço e foi devidamente expulso. Com um a menos, o Corinthians sucumbiu em campo.

Após encaminhar classificação, Flamengo perde chances de ampliar o placar agregado

Os comandados de Vitor Pereira se reorganizaram num 4-4-1 com Roger Guedes pela esquerda e Willian sobrando na última linha. Adson foi sacado para a entrada de Balbuena. Dorival Jr. promoveu a entrada de Vidal em campo e com isso a equipe ganhou profundidade pelo lado esquerdo.

No meio tempo das substituições, o Flamengo construiu algumas oportunidades de gol de diferentes maneiras: pressão pós-perda, bolas longas e construção mais curta.

Com o jogo encaminhado, o Flamengo descansou alguns titulares e usou seu recheado elenco a fim de dar intensidade ao jogo. A equipe ficou mais parecida com a que atua nos jogos do Brasileirão, com Vidal mais próximo de Diego e Victor Hugo mais perto do meia-atacante por dentro.

Leia mais: Análise: Flamengo maduro vence São Paulo com time alternativo

Por fim, Gabi ainda perdeu mais duas oportunidades de ampliar o placar, após boas jogadas de Arrascaeta e Vidal. Apesar de seguir sendo muito importante para o funcionamento coletivo da equipe, o camisa 9 tecnicamente não vive sua melhor fase.

Balanço geral do duelo

Ao passo que novos desafios surgem, é importante encontrar novas alternativas para enfrentar adversários que estudam o Flamengo e buscam explorar suas vulnerabilidades.

Inicialmente, o Flamengo voltou a encontrar um Corinthians buscando causar dificuldade na sua forma de jogar, mas a equipe conseguiu novamente se adaptar ao duelo e ser superior durante os 90 minutos.

Em vez da natural construção mais curta, a equipe promoveu um jogo mais direto e foi eficiente. Especialmente com as conexões Santos-Pedro, que mantiveram a equipe segura no jogo.

Portanto, hoje o Flamengo tem soluções para enfrentar times que se defendem em diferentes alturas de bloco no campo. Que ainda precisa de ajustes, mas já consegue se adaptar durante os jogos e seguir sendo competitivo. Mesmo quando não está tão bem técnica ou coletivamente.

Enfim, uma equipe cada vez mais preparada para lidar com diversos cenários num mata-mata. O repertório cada vez mais extenso de opções, que será essencial para conquistar títulos em 2022.

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