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Como ‘Método Monchi’ poderia ajudar o Flamengo na busca por um treinador para 2022


Flamengo deve iniciar “processo seletivo” para definir o treinador para a temporada 2022. Monchi, cartola renomado que fez o Sevilla dar um salto de qualidade no futebol europeu, é exemplo de como fazer

Com Rodolfo Landim reeleito para mais três anos e nada mais a disputar no


Campeonato Brasileiro


, o


Flamengo


tem um grande foco para os dias que restam em 2021: encontrar o técnico para a próxima temporada.

Sugestões não faltam aos cartolas rubro-negros, desde a sonhada volta de Jorge Jesus até a aposta em outro estrangeiro, como parece ser a preferência de quem comanda o futebol do clube. O sucesso de um modelo consolidado na Europa poderia servir de exemplo ao Flamengo na busca por um comandante, o que poderia ajudar a diminuir um novo erro de análise.

Se não for a maior, Ramon Rodríguez Verdejo, de 53 anos, está entre as principais referências na área em que atua. Tal qual Marcelo Bielsa está para os treinadores, Monchi, como é conhecido, está para diretores de futebol de todo o mundo. Ambos como uma espécie de professor, aliados de seus respectivos processos e acima de conquistas.

O espanhol Monchi, que fora goleiro do


Sevilla


durante toda a carreira, se aposentou em 1999, aos 30 anos, pronto para assumir o cargo que ocupa até hoje. Recebendo uma equipe recém-rebaixada para a segunda divisão do


Campeonato Espanhol


, direcionou os holofotes para o que imaginava ser o futuro: categorias de base e scouting.

A receita gerou frutos ao Sevilla. Sempre chegando primeiro, Monchi, com seu estafe, descobriu nomes como Sergio Ramos, Jules Koundé, Daniel Alves, Ivan Rakitić, Jesús Navas e Luis Fabiano, gerando poder de revenda e títulos. Com ele, o clube de Andaluzia venceu a


Europa League


em seis ocasiões, além de duas


Copas do Rei


, uma Supercopa da Uefa, uma Supercopa da Espanha e a segunda divisão do campeonato nacional.

O que diferencia Monchi de outros em sua posição, porém, é que nem só atletas passam por seu crivo. Onde quer que esteja (assim foi na


Roma


, entre 2017 e 2019), analisa o contexto em que está inserido, considerando cidade, torcedores, história e plantel para estabelecer um modelo de jogo. Assim, não só facilita a prospecção dos jogadores, mas, também, de técnicos.

Pelo método de Monchi, treinadores semelhantes e que se conectem com o processo determinado pelo dirigente são estudados, sendo motivos de relatórios durante toda a temporada. Desta forma, em caso de demissão de quem está empregado, menor o caminho a ser traçado na busca por um novo comandante.

A postura foi assumida no que Monchi chama de ‘Caso Dragutinović’. Em 2005, o Sevilla acreditou que Sergio Ramos não se transferiria para outro clube e não buscou um substituto. Com a venda do zagueiro ao


Real Madrid


, teve de contratar Ivica Dragutinović às pressas. Mesmo considerando que o sérvio teve uma boa passagem, prometeu, desde então, nunca mais improvisar.

O dirigente teve outro aprendizado recente. Em 2016, mesmo com seus métodos já concretizados, abandonou a cartilha e alguns de seus conceitos para dar mais protagonismo ao técnico Unai Emery. Como resultado, perdeu o técnico para o


Paris Saint-Germain


meses mais tarde e contratou Jorge Sampaoli, de estilo e preferências distintas.

É aqui que o Flamengo pode aproveitar para se colocar ainda mais à frente da sua concorrência. Com poder de investimento talvez só compatível a


Atlético-MG


e


Palmeiras


no Brasil, o time carioca teria a chance de estabelecer um processo de escolha de técnico, que criasse um modelo baseado na convicção e não no acaso.

A estratégia que trouxe Jorge Jesus ao Rio de Janeiro em 2019 é um exemplo. Antes de ter o nome vinculado ao Flamengo, Jesus foi sondado por Atlético-MG e, na sequência,


Vasco


. Sem resposta positiva para ambos, surgiu, assim, a chance de contar com o português, que marcou época pelo clube rubro-negro.

Uma certa dose de acaso deu certo com Jesus, mas não na sequência. Marcos Braz e Bruno Spindel, vice-presidente e diretor de futebol do Flamengo, apostaram na sequência em Domènec Torrent, após entrevistas com técnicos com o mínimo de característica ofensiva – como se todos os estilos de ataques e times que têm o gol como objetivo fossem idênticos.

O trabalho do espanhol não funcionou. Na sequência vieram Rogério Ceni e Renato Gaúcho, que passaram poucos meses no clube, mas sempre à sombra do sucesso de 2019.

Dada a demissão de Renato após ser derrotado na decisão da


Conmebol Libertadores


, Braz repetiu o processo, mas não em contato com técnicos originais, promissores e vinculados ao suposto modelo de jogo do Flamengo, mas com alguém que remeta e escreva o mesmo roteiro de Jorge Jesus.

Se houvesse metodologia, menos complexo seria encontrar o novo comandante.

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