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CBF quer evitar prejuízo com Supercopa ao levar jogo para Cuiabá


A CBF anunciou a sede da Supercopa em Cuiabá nesta quarta-feira, dia 9, quando faltam apenas 11 dias para a partida. A definição ocorreu em meio a uma série de idas e vindas sobre a competição em paralelo a uma discussão entre Atlético-MG e Flamengo sobre o local. Mas, na realidade, foi a questão econômica que mais pesou na decisão final.

Desde a sua primeira edição, em 2020, a Supercopa tem um prêmio alto para o campeão, R$ 5 milhões, além de outros R$ 2 milhões. Além disso, a CBF banca também os custos da organização da competição. Para isso, a entidade precisa gerar uma receita alta para não ter prejuízo e tirar dinheiro do bolso.

A venda dos direitos de TV da competição é modesta: a Globo costuma pagar um valor em torno de R$ 2 milhões. Fora isso, há a renda de naming rights e patrocínios. Mas a principal fonte de receita para fechar a conta é a bilheteria.

Por isso, a entidade realizou a Supercopa nos dois primeiros anos em Brasília. O estádio tem capacidade para 70 mil pessoas, o público tem alto poder aquisitivo e o Flamengo tem maioria na torcida. Mas, em 2021, não contou com o público por causa da pandemia de coronavírus. Com isso, o borderô registrou quase R$ 800 mil de prejuízo, fora os prêmios.

Para 2022, a entidade tinha tudo acertado para bancar os custos com a partida no DF. Assinou um contrato com os gestores da Arena BRB. Pelo acordo, haveria uma garantia de pagamento mínimo de bilheteria que já impediria um prejuízo.

A CBF estimava que a receita poderia chegar a R$ 10 milhões com preços de ingressos mais altos. Para efeito de comparação, em 2020, a bilheteria do jogo entre Flamengo e Athletico-PR foi de R$ 7,4 milhões.

É por isso que a entidade esperou até o último momento para saber se o governo de Brasília liberaria o público. Mas o governador do DF, Ibaneis Rocha, decidiu negar por causa da gravidade da nova onda de coronavírus com a variante ômicron.

Assim, a CBF precisava buscar uma alternativa para evitar o prejuízo e não interferir tanto na logística dos times. Afinal, falta pouco tempo para o jogo. Também havia a posição do Atlético-MG de não querer um jogo no Nordeste.

A Arena Pantanal, no entanto, tem uma capacidade de 43 mil lugares e uma população com menor poder aquisitivo. Para obter uma renda de R$ 10 milhões, seria preciso cobrar um ingresso médio de R$ 232, o que é inviável na capital mato-grossense. O objetivo da confederação, portanto, é obter o máximo de dinheiro possível.

Não houve nenhuma modificação no prêmio prometido aos clubes. Ou seja, a entidade terá um custo fixo de R$ 7 milhões. Além disso, terá os gastos com organização do jogo. Como há a renda de TV e naming rights, é possível que se a CBF obtiver uma renda de ao menos R$ 5 milhões seja possível evitar perdas.

Neste cenário, a decisão da CBF quase não foi influenciada pela pressão do Atlético-MG para a não realização do jogo em algumas sedes pelo predomínio da torcida do Flamengo. A prioridade da entidade sempre foi pagar a conta.

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