Notícias

Campeão no campo e no banco, Andrade fez gerações de rubro-negros felizes


O dia é de Andrade. O camisa 6 do time histórico do Flamengo dos anos 80 completa 65 anos nesta quinta-feira, 21 de abril de 2022. Vestindo o manto sagrado, Andrade ganhou tudo. Foi campeão mundial, da Libertadores, tetracampeão brasileiro, além de estaduais. Não satisfeito, em 2009, assumiu o comando de um time bagunçado, e levou o clube a um improvável hexacampeonato brasileiro. Foi nessa época que ganhou um canto da torcida rubro-negra que o define perfeitamente. Cantavam os torcedores:

– ÔÔÔÔÔÔ, O andrade é sinistro!!!!

Mineiro de Juiz de Fora, Andrade chegou ao Flamengo em 1976, mas foi emprestado ao ULA Merida, da Venezuela. Voltou em 1978, entrou no time e não saiu mais. De técnica apuradíssima, mas também um leão incansável na marcação, Andrade era um volante à frente do seu tempo. Se jogasse hoje, seria chamado de box to box e seria o queridinho de Guardiola e Klopp. No Flamengo de Zico, era o responsável por iniciar as jogadas, mas também chegava para dar assistências e finalizar.

Leia Mais: Convidado ilustre: Zico vai ao jantar do Flamengo após o jogo e jogadores tietam o Rei

Andrade protagonizou momentos históricos no Flamengo

Um jogador crava seu nome na história de um clube e no coração de seus torcedores ao protagonizar momentos que ficam para sempre. Com Andrade, aconteceu exatamente isso. O Tromba (apelido que ganhou por estar sempre de mau humor), colecionou momentos marcantes em sua carreira com a camisa do Flamengo.

O primeiro lance aconteceu em 1981, auge daquele time dos sonhos. Às vésperas de decidir a Libertadores e depois viajar para o Mundial, o Flamengo se encontrou com o Botafogo no Maracanã, em 8 de novembro de 1981. Era mais um jogo onde os rubro-negros veriam a faixa estendida pela torcida botafoguense que dizia: “Nós gostamos de Vo6!” A mesma provocação desde 1972. Mas havia chegado a hora da vingança.

Desde o início do jogo, o Flamengo mostrou que estava ali para empilhar gols. Aos 7, Nunes fez 1×0. Zico fez 2×0 aos 27. Lico fez 3×0 aos 33. Nesse ponto, a torcida já gritava o “queremos seis!” na arquibancada. Antes do intervalo, Zico fez o quarto. O troco era possível.

Sentindo o medo abjeto de ver a gozação de uma década ir por água abaixo, o Botafogo se fechou na etapa final. O quinto gol veio apenas aos 30 minutos, com Zico de pênalti. Faltava um. Foi ai que Andrade, o Camisa seis apareceu. Veja o lance.

Pulando seis anos à frente e nos encontramos com o Flamengo de 1987. Pode-se dizer que aquele foi o último suspiro da geração de ouro. O time mesclava nomes históricos do início da década, como Leandro, Andrade, Zico e Nunes com novos valores como Bebeto, Renato, Zinho, Aldair, etc. Era um timaço, mas que demorou a embalar. Terminou o primeiro turno da primeira fase apenas em sexto lugar no grupo A, com 7 pontos. No segundo turno, o desempenho melhorou e o time terminou em segundo lugar, com 10 pontos e passou para as semifinais pois o Atlético-MG tinha vencido os dois turnos.

Nos confrontos com o Atlético, empate no Rio por 1×1 e vitória épica no Mineirão por 3×2. A final seria com o Internacional de Porto Alegre. De novo, empate em 1×1 no primeiro jogo, no sul. Foi na finalíssima que Andrade apareceu. Inteligente, estava no lugar certo para esticar aquela bola para Bebeto marcar na saída de Taffarel. Flamengo 1×0 e tetracampeão brasileiro. Assista.

Em 2009, Andrade foi de interino a campeão

Pulamos agora 22 anos para frente. O Flamengo completava 17 anos sem vencer o Brasileiro. E o cenário de 2009 não parecia dos mais animadores. O Flamengo vivia mais um ano da sua assustadora bagunça administrativa. No campo, era apenas o 11o colocado, com 17 pontos. Cuca foi demitido e sem opção, o Rubro-Negro colocou o auxiliar Andrade no comando. No primeiro jogo, contra o Santos na Vila Belmiro, já deu para perceber que algo havia mudado. Um 2×1 de virada. Depois do jogo, Andrade se emocionou na entrevista.

Dali até o fim do campeonato, o Flamengo foi se acertando. Pet fez vários milagres, Adriano meteu gols de todas as formas e Ronaldo Angelim tirou o grito de campeão da goela da Nação. Mais uma vez, Andrade escrevia seu nome em uma glória rubro-negra. No campo ou no banco, Andrade jamais deixou de ser o que é…sinistro!

Siga Ivan Trindade no Twitter.

Seja apoiador e ajude-nos a melhorar: CLIQUE AQUI e faça parte da comunidade.



Link do Artigo do MundoRubroNegro

E pra você que curte o mundo esportivo -- entre agora mesmo em Palpites GE e tenha sempre em mãos as melhores dicas de investimento no futebol brasileiro e internacional.