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‘Bancada feminina’ do Flamengo entrega plano de metas e manifesto a conselhos do clube


O grupo de sócias do Flamengo que pretende oficializar uma bancada feminina no Conselho Deliberativo do clube ingressou nesta terça-feira, Dia Internacional da Mulher, com um pedido formal a todos os poderes do clube, entre eles, a Presidência, no qual formalizam cinco metas desejadas.

Rosana Lazary, Cláudia Cotta, Francisca Freire (diretora de Conselhos), Juliane Musacchio e Marion Kaplan — Foto: Divulgação
1 de 1 Rosana Lazary, Cláudia Cotta, Francisca Freire (diretora de Conselhos), Juliane Musacchio e Marion Kaplan — Foto: Divulgação

Rosana Lazary, Cláudia Cotta, Francisca Freire (diretora de Conselhos), Juliane Musacchio e Marion Kaplan — Foto: Divulgação

Entre as metas, expressas no que elas entitularam como Primeiro Manifesto da Bancada Feminina, estão a criação de um canal para denúncias de assédio sexual e discriminação de rubro-negras dentro do clube e nos estádios, a desvinculação do futebol feminino da Vice Presidência de Futebol de Base, a reserva de vagas para mulheres em todas as áreas do clube, incluindo postos políticos e de chefia, além de destinação prioritária de metade das novas associações ao clube à mulheres, conforme

antecipado pelo blog na semana passada

.

Como sustentação ao pedido, elas levam aos conselhos dados levantados no clube pelo grupo:

Apenas 10% de mulheres votantes no quadro social;

Menos de 4% de conselheiras;

Menos de 2% de mulheres no Conselho de Administração;

Apenas uma mulher no Conselho de Grande-Beneméritos;

Nenhuma mulher na mesa de dirigentes nas reuniões do Conselho Deliberativo;

“A atual conjuntura é desanimadora, porém reversível, com a adoção de algumas medidas simples, pouco ou nada onerosas, sistemáticas, inovadoras e transformadoras. Afinal, como o Flamengo evidenciou nos últimos anos, “nada é impossível”, ao revolucionar não somente o Clube, mas o Futebol Brasileiro como um todo, tornando-se

um modelo de referência no país e fora dele”, afirmam no documento entregue.


Veja as cinco metas protocoladas:


1. Criação formal da Bancada Feminina na Gávea


2. Destinar às mulheres metade das vagas (50%) para novas associações ao clube.

“Ocupar espaços é fundamental para uma mudança gradual de mentalidades, e os espaços de poder constituem uma peça-chave nesse cenário”, escrevem no manifesto.

A ideia é dar prioridade às mulheres num prazo determinado. “E, somente se não houver o número suficiente de mulheres para ocupar metade das associações, as vagas poderão ser ocupadas por homens”.


3. Criação de um canal de denúncias contra assédio e preconceito contra funcionárias, sócias e torcedoras que ocorram dentro do clube e em dias de jogos do Flamengo.

“Atento aos desafios na luta contra qualquer discriminação e no combate à violência, o Clube lançaria um canal de denúncias no próprio site. Ao clicar nesse ícone, imediatamente o denunciante seria direcionado para um número de WhatsApp, que receberia a mensagem e encaminharia para os responsáveis, conforme a ocorrência relatada.

No caso de denúncia de assédio ou discriminação ocorrida no ambiente do estádio, o conteúdo iria para os responsáveis pela segurança e atendimento no local, com informação do setor do estádio em que houve a ocorrência para que o atendimento seja mais ágil e eficaz”, detalham.


4. Participação maior de mulheres em postos de liderança nos Conselhos e Comissões do Clube.

“Vinte por cento (20%) de todas as áreas do Clube (dos funcionários aos dirigentes) sejam ocupadas por mulheres com formação e capacidade para os cargos. E, somente se não houver o número suficiente de mulheres para ocupar as vagas, essas seriam ocupadas por homens.

Através de mudança do estatuto, seria oferecido às mulheres rubro-negras e com capacidade para exercer o ofício, a oportunidade de participar do Conselho Diretor, Conselho Deliberativo e suas Comissões, Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Assembleia Geral”.


5. Desvinculação do Futebol Feminino da Vice-Presidência do Futebol de Base.

“O apoio, a divulgação e a valorização dos esportes na modalidade / categoria feminina precisam também serem constantes e reiterados. O esforço do Flamengo, nos últimos anos e, nesse sentido, é louvável.

Em particular no futebol feminino onde, mesmo atrelado à Marinha, se constata uma vontade inegável de aprimoramento. A criação de uma base bem consistente e de um cargo exclusivamente voltado para a modalidade, a chegada de um patrocínio Master, uma maior divulgação pela FlaTV, e uma visibilidade ampliada nas redes sociais são avanços incontestáveis.

No entanto, manter o Futebol Feminino na Vice-Presidência do Futebol de Base significa infantilizar, inferiorizar atletas e mulheres.

A criação de uma Vice-Presidência de Futebol Feminino ou a integração da modalidade feminina à Vice-Presidência de Futebol seria um grande avanço na mudança de mentalidade e de medidas, ao mesmo tempo, concretas e simbólicas que mudam drasticamente uma conjuntura e, no caso, um Clube”, defendem.


Assinam o manifesto, as sócias:

Adriana Costa dos Santos, Ana Cláudia Cotta da Silva Monteiro, Bruna Meireles Severo, Cláudia Simas do Couto, Cristiana da Silveira Lobo, Elizabeth Fernandes, Fernanda de Souza Lima, Juliane Garcez Musacchio, Loralaine, Fernanda Stanescon Batuli de Siqueira, Manuella Petra de Mello Cotta Monteiro, Marcia Regina Freire Telles Costa, Maria Eduarda Cotta da Silva Monteiro Marques, Marion Konczyk Kaplan, Mirian Stanescon Batuli de Siqueira, Nicole Mitchell e Nívea Richa.

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