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Athletico elimina um Palmeiras que flertou demais com o perigo


Depois das expulsões de Danilo e Scarpa que tornaram épica, mas sofrida, a classificação nas quartas da Libertadores eliminando o Atlético Mineiro nos pênaltis, o Palmeiras não tinha direito de errar outra vez na semifinal.

Mas novamente, no Allianz Parque, o time proporcionou ao adversário uma vantagem numérica com a expulsão de Murilo. Mais uma entrada tresloucada e perigosa, agora no menino Vitor Roque. Ainda no primeiro tempo que o time de Abel Ferreira controlava com relativa tranquilidade.

O treinador português tem o direito de criticar duramente a arbitragem. O golpe de Alex Santana em Rony foi uma agressão com a bola parada. Pode-se questionar a intensidade, mas ao menos o VAR deveria chamar o árbitro, como fez na falta de Murilo, punida inicialmente só com amarelo.

Houve um pênalti sobre Rony no segundo tempo e dois erros absurdos: uma paralisação por câimbras de Vitor Roque quando Dudu acionava Mayke livre dentro da área e uma falta não marcada sobre Atuesta que não teve vantagem por impedimento de Dudu. Muitos erros, sempre contra o mesmo time. Mas até que se prove a má fé podem ser considerados apenas infelicidade.

Ou falta de sorte mesmo. A verdade é que o Palmeiras flertou demais com o perigo nos duelos mais complicados desta edição da Libertadores. O tri poderia ser épico, mas desta vez a linha tênue entre vitória e derrota no mata-mata pendeu para o outro lado.

O Athletico de Felipão, suspenso e representado pelo auxiliar Pauo Turra à beira do campo, foi confuso e sem criatividade com a formação titular depois de sofrer o gol, logo aos dois minutos, de Scarpa, atuando mais centralizado com a entrada de Rodrigo Tabata na vaga do lesionado Raphael Veiga. Depois o Palmeiras recolheu linhas e se segurou, tentando acelerar com Dudu e Rony.

O time paranaense rodava a bola e levantava para Roque contra Gómez e Murilo. Seguiu assim no segundo tempo, mesmo com um homem a mais e três substituições: Pedrinho, Terans e Rômulo nas vagas de Abner, Alex Santana e Canobbio. O Palmeiras, que recompôs a retaguarda com Luan na vaga de Tabata, negava espaços, começava a penar fisicamente, mas achou o segundo na cobrança de lateral de Marcos Rocha que Gómez escorou e encobriu Bento.

Parecia encaminhada mais uma classificação histórica do atual bicampeão sul-americano. Mas Felipão/Turra fez a substituição que mudaria os rumos da semifinal, com um heroi improvável: Pablo, que entrou na vaga de Erick, o volante que substituiu o suspenso Hugo Moura.

O Athletico se rearrumou com Fernandinho mais recuado, Terans auxiliando na articulação e quatro atacantes: Romulo e Vitinho nas pontas e Roque e Pablo por dentro. O Palmeiras tentou se reagrupar com Piquerez fazendo um terceiro zagueiro e Scarpa recuando como lateral esquerdo. Cinco contra quatro na última linha.

Mas Fernandinho achou bela inversão para Vitinho, deste para o meio da área, Roque ajeitou e Pablo foi às redes. O gol que levaria a decisão para os pênaltis. A torcida alviverde não parava de cantar e o time de lutar. Abel trocou Marcos Rocha e Rony por Mayke e Wesley. Dudu passava a ser o mais avançado e cumpria bela atuação, com luta, inteligência e habilidade.

Só que a sorte que ajudou algumas vezes na campanha do bicampeonato desta vez faltou, no chute de Terans que desviou em Piquerez e saiu do alcance de Weverton. A segunda das três finalizações no alvo, de um total de nove. Contra 17 do Palmeiras, sete na direção da meta de Bento.

Não foi desta vez. Muito pela expulsão que o Athletico não perdoou sendo cirúrgico no curto período de domínio. O que o Palmeiras não conseguiu na ida em Curitiba. 18 minutos que colocaram o time paranaense em sua segunda final de Libertadores, depois de duas conquistas da Sul-Americana. Quarta decisão de Felipão, repetindo 1995 com o

Grêmio

e 1999 e 2000 com o próprio Palmeiras.

Mais uma noite iluminada de Scolari, com gols de jogadores que saíram do banco. O Palmeiras encontrou em um protagonista de outros tempos o seu algoz na América do Sul. Abel tem motivos para estar revoltado, mas o momento é de lamber as feridas e juntar os cacos atrás do título brasileiro. Para se provar nos pontos corridos. Ironicamente, desta vez seu time vacilou demais onde parecia ensinar com “cabeça fria e coração quente”. As expulsões, mais por falta de inteligência do que destempero, cobraram seu preço.

É o Athletico de Felipão que estará em Guayaquil no dia 29 de outubro para encarar, muito provavelmente, o Flamengo. E merece respeito.

(Estatísticas:

SofaScore

)

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