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Artigo: Memória seletiva do futebol brasileiro pode perdoar Jorge Jesus. Para a CBF, é mais difícil


Muito antes das

declarações avassaladoras desta semana,

Jorge Jesus já dera mostras inequívocas de sua moral particular um tanto oscilante. Não hesitou, por exemplo, em trocar seis anos de trabalho no Benfica por um emprego no rival Sporting, o que hoje ele reconhece ter causado danos a sua imagem. Já por aqui, preencheu suas entrevistas com pitadas de arrogância (algumas respaldadas por fatos, outras nem tanto). E, pouco depois de renovar seu contrato com o Flamengo acarinhado por todas as recompensas exigidas, fez as malas e deixou o Ninho do Urubu em definitivo sem maiores travas.


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Os bastidores das declarações de Jorge Jesus

Não deveria surpreender, portanto, a postura em direto conflito ético com o colega de trabalho Paulo Sousa, hoje à frente do rubro-negro e, um agravante, compatriota do Mister original. Também não será uma surpresa se esse comportamento reprovável for convenientemente esquecido por dirigentes e torcedores, frequentem eles a Gávea ou não. Jesus disse que rejeitou propostas de Atlético-MG, Corinthians e Fluminense recentemente, quando seu modus operandi já era conhecido, e possivelmente rejeitará outras mais no futuro, sobretudo enquanto o lastro de 2019/2020 perdurar na memória coletiva — e se a promessa de treinar apenas o Flamengo por aqui também não for reconsiderada.


Análise:


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Talvez a porta que agora se feche para Jesus seja outra, justamente a que o conduziria a seu desejo mais valioso: treinar a seleção brasileira. Embora a direção da CBF não se oponha à contratação de um técnico estrangeiro, tal movimento encontra resistência em vários setores do futebol local, especialmente entre outros treinadores. Por se tratar de um cargo de importância ímpar, e com um simbolismo extra, ficou mais difícil para Ednaldo Rodrigues e seus pares bancar o nome do português.


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Também é provável que as grandes portas em seu país, já limitadas a pequenas frestas por conta de resultados recentes nada atraentes, fechem-se por completo. Acima disso, na Europa, Jesus nunca foi. Restariam empregos na periferia da bola, cujas exigências técnicas e até morais costumam ser menos rígidas. Talvez estejamos diante de mais uma mudança de patamar. Mas não no sentido desejado pelo Mister.

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