O treinador português Vítor Pereira fez o que pode. Apertou a saída de bola do Flamengo e amarrou o meio-campo e o ataque do adversário, com uma marcação encaixada, que dificultou muito suas ações no primeiro tempo. Acabou batido, porém, nos 45 minutos iniciais, com um gol genial de Arrascaeta. Acontece quando se enfrenta craques desse quilate.
A partir daí, seu castelo de cartas começou a ruir. Ainda mais quando, após o intervalo, tentou tornar o
Corinthians
mais ofensivo, buscando o empate, e deu espaços para que Gabriel voltasse a ser
Gabigol
(não marcava há seis jogos), com um chute de canhota perfeito, de curva, no canto de Cássio.
Daí em diante, como gostam de dizer os narradores do UFC, se tornou um passageiro da agonia. E só não foi goleado, em plena Neo Química Arena, porque Cássio fez grandes defesas e Cebolinha e Victor Hugo perderam gols feitos, no finalzinho da partida. Foi um baile. Que muito dificilmente será revertido, na próxima terça-feira, no jogo de volta, no Maracanã.
Vamos falar francamente? A diferença técnica entre os dois elencos é gigantesca. Mesmo que estivesse com todos os seus contundidos disponíveis (William, Renato Augusto, Paulinho etc.) o Corinthians não se equipararia a um grupo fortíssimo que se dá ao luxo de ter entre seus reservas jogadores do quilate de Arturo Vidal, Cebolinha e a jovem promessa Matheus França (sem falar em Pulgar, Varela e outros que ainda podem chegar, como Oscar).
Tão impressionante quanto a evolução da equipe de Dorival (que belíssimo trabalho em apenas dois meses!) é ratificar a assustadora incompetência de seu antecessor, que perdeu um tetra estadual dos mais fáceis e deixou o time à beira da zona do rebaixamento no Brasileiro. Paulo Sousa foi, sem dúvida, um dos piores treinadores rubro-negros de todos os tempos.
Com Dorival, o Flamengo, enfim, recuperou um
futebol
à altura dos jogadores que possui. Melhoraram, absurdamente, a disposição tática, a forma física e, consequentemente, o desempenho técnico. Acho muito difícil que ganhe tudo, como sonha a torcida. Mas jogando assim, é fortíssimo candidato na
Libertadores
e na Copa do Brasil.
O Brasileiro ficou muito difícil, por culpa de Landim, Braz e Spindel, que demoraram tanto a demitir o péssimo treinador que contrataram no início da temporada. O Flamengo joga atualmente o melhor futebol desde a saída de Jorge Jesus. E isso, decididamente, não é pouco.
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