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Arão diz que não foi fácil deixar o Flamengo: “Sabia que o clube estaria perto de mais taças nesse ano”


Depois de sete temporadas e 377 jogos vestindo vermelho e preto, Willian Arão trocou o Ninho do Urubu por Istambul para defender o Fenerbahçe. Foi uma saída rápida, com muitos sentimentos distintos. Agora, ele reedita parceria com o técnico Jorge Jesus, mas o

Flamengo

sempre será muito vivo em sua vida.


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– Acho que aproveitei todas as partidas que joguei. Desfrutei mesmo vestir essa camisa. Eu fui feliz em cada momento. Não sei dizer se meu ciclo encerrou, mas no momento sim – disse Arão ao

ge

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Willian Arão é titular do Fenerbahçe  — Foto: Divulgação/Fenerbahçe
1 de 3 Willian Arão é titular do Fenerbahçe — Foto: Divulgação/Fenerbahçe

Willian Arão é titular do Fenerbahçe — Foto: Divulgação/Fenerbahçe

No período em que jogou no

Flamengo

, viveu o lado das conquistas, como a da Libertadores de 2019, dos aplausos, mas também das críticas e vaias, inclusive no jogo que se tornou sua despedida, contra o Tolima.


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– Depois que eu saí, continua (críticas a jogadores). Parece que quanto mais velho o jogador fica, ele é tachado. O mais velho parece que é sempre o da vez – afirmou.

Arão foi vendido ao Fenebarhçe por três milhões de euros, cerca de R$ 16 milhões.

Confira a entrevista completa:


Ge: Como está a adaptação ao Fenerbahçe neste seu início na Turquia?

Arão


: Eu estou muito feliz, vivendo novas experiências. Foram muitos anos no Rio de Janeiro e já estava habituado, conhecia praticamente tudo. Quase que um carioca já. Meus filhos são cariocas.


Foi uma decisão difícil sair do



Flamengo



, pelo tempo em que passou no clube e por tudo que viveu?

Não é que foi difícil, mas também não foi fácil. Tive que sentar com a minha esposa e analisar os prós e contras. Mas sempre foi um sonho meu jogar na Europa, viver essa experiência. Estava há muito tempo no

Flamengo

, já tinha vencido quase tudo. Mas não foi fácil porque eu sabia que esse ano o clube iria estar perto de conquistar mais taças.

Sair de um clube que você sabe que vai brigar por títulos e ir para um novo projeto, uma nova vida… Mas conversei com minha esposa e meu pai e topamos. Estou muito feliz. É um clube gigante, com uma torcida imensa e uma pressão tão grande quanto a do

Flamengo

. A cobrança também. Também é um clube que está montando um projeto de ganhar títulos, e está passando por um processo de muito tempo sem ganhar. Trouxe uma nova comissão técnica e novos jogadores para dar um fim a isso. Feliz de ter sido um dos escolhidos, assim como fui no

Flamengo

lá atrás.

Arão com as taças do Flamengo — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
2 de 3 Arão com as taças do Flamengo — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Arão com as taças do Flamengo — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo


Você reencontrou o Jorge Jesus. O quanto ele foi determinante para você aceitar o desafio? Ele ficou te ligando?

Ele ligou sim, conversou comigo, me explicou o projeto, qual era a expectativa do clube… Me disse que contava comigo. Claro que quando se recebe a ligação do treinador é muito importante para o jogador. Mas eu já tinha o sonho de ir para Europa e jogar em grandes competições, todo jogador tem. Quando tem uma proposta de um clube grande como o Fenerbahçe e uma ligação de um treinador te querendo, tudo fica mais confortável. Mas claro que tenho que mostrar meu trabalho como qualquer outro.

Tive contato também com o vice-presidente do clube, que me disse já ter vistos jogos meus há algum tempo, que já tinha tentado uma investida antes mesmo do Mister. Fico feliz.


E o Jorge Jesus continua o mesmo, com todas as suas peculiaridades?

Continua. Claro que as pessoas mudam com o passar do tempo, aprendem coisas novas. Mas continua sendo a mesma pessoa apaixonada por futebol e vivendo intensamente, gritando e esbravejando na beira do campo. Mas nos ensina a cada treino. Está sendo uma experiência bem bacana trabalhar com ele novamente.


A sua função no time do Fenerbahçe mudou em comparação com o que você costumada desempenhar no



Flamengo



?

Sim, mudaram algumas coisas. Na verdade ele acrescentou algumas coisas. Temos algumas formas de jogar, e meu posicionamento muda de acordo com a formação que ele escolhe. Está sendo bem legal, porque aprendo a cada treino. Você faz uma coisa errada, e ele te corrige. O futebol é um pouco diferente do apresentado no Brasil. É cada dia mostrar porque veio.


Você disse que não foi fácil sair do



Flamengo



sabendo que o time tinha boa possibilidade de conquistar títulos este ano. Se por acaso o clube for campeão, vai pedir para enviarem uma medalha para a Turquia?

(Risos) Eu não sei como funciona isso se for campeão, se eu também sou ou não. Pude ajudar até as oitavas, inclusive meu último jogo foi contra o Tolima. Mas tenho mais amigos lá e obviamente estarei torcendo pelo

Flamengo

. É difícil acompanhar os jogos daqui porque estou seis horas na frente do fuso horário. Mas depois vejo os melhores momentos, o resumo do jogo e vejo aquilo que vocês escrevem no

GloboEsporte

para poder acompanhar. E sempre falo com o pessoal e pergunto.


Nas sete temporadas em que você defendeu o



Flamengo



, viveu de tudo, os bons e maus momentos. Quando você relembra sua trajetória, o que é mais marcante?

O orgulho. Acho que a palavra é essa. De ter cumprido meu papel. Era o jogador mais antigo, que tinha mais jogos. E sou ser humano, não vou ser perfeito. Como eu nunca tive lesão, estava sempre em campo. Claro que o ser humano passa por fases boas e ruins, sistemas diferentes, treinadores diferentes… e se adapta. No fim de tudo, me sinto orgulhoso pelo que construí e conquistei, pelo legado que deixei para os companheiros.

Quando completei 300 jogos, as mensagens que recebi… Isso fica marcado para a minha vida, é muito gratificante. Tive uma passagem de sucesso e fui muito feliz.


A sua relação com a torcida também foi de altos e baixos. Qual acredita ser o saldo?

Acredito que é positivo. Cobrança exagerada sempre vai ter. São mais de 40 milhões de torcedores, é impossível agradar a todos. Sempre vai ter um grupo que não gosta e um outro que gosta mais. É natural, com todos os jogadores. Talvez por ser um dos mais antigos, era mais visado. Foi assim com outros quando eu estava no clube. Depois que eu saí, continua. Parece que quanto mais velho o jogador fica, ele é tachado. O mais velho parece que é sempre o da vez.

Em alguns momentos não estive no meu melhor rendimento, o que é normal. Mas depois vejo que consegui jogar e vencer com todos os treinadores. Joguei de zagueiro, lateral, primeiro volante, segundo volante, ponta… então, fico feliz com isso. Poucas pessoas lembram disso, mas eu sei que dei a minha vida em todas as partidas para sair vencedor. Se pude agradar uma parte ou uma grande parte, não tenho controle. Sempre dei o meu melhor, e isso ninguém vai poder falar diferente.


Sua saída do



Flamengo



foi muito rápida, sem muito aviso. Você provavelmente nem sabia no dia que o jogo contra o Tolima seria o seu último. Ficou com a impressão de que faltou algo?

Acho que pode-se dizer que sim. Não um jogo de despedida, porque não gosto de ser o centro das atenções desta maneira. Eu joguei contra o Tolima, depois peguei Covid pela segunda vez e não pude estar nas outras partidas. Tenho esse sentimento, mas acho que aproveitei todas as partidas que joguei. Desfrutei mesmo vestir essa camisa. Eu fui feliz em cada momento. Não sei dizer se meu ciclo encerrou, mas no momento sim.

Foi como tinha que ser, tenho isso na minha cabeça.


Quais são seus próximos objetivos com o Fenerbahçe? E é verdade que os turcos são tão apaixonados por futebol quanto os brasileiros?

A paixão aqui é tão grande quanto a dos brasileiros. Nosso time levou uma punição porque algo foi jogado no campo, se não me engano. Todos os torcedores que estavam no estádio naquele dia foram vetados da partida seguinte, todas as cerca de 55 mil pessoas, inclusive minha esposa e os meus filhos. Na partida seguinte, o estádio lotou com outras 55 mil pessoas. Então, além da quantidade de torcedores, é uma paixão imensa. Cantam e gritam o tempo todo. Na rua tem essa cobrança de que tem que ganhar, ser campeão. Não é diferente do que vivi no

Flamengo

.

Temos desafios na Liga Europa. Tem grandes clubes, mas é um sonho do clube chegar lá na frente. Temos condições de fazer um bom papel. Vamos rodada a rodada. Vencer o Campeonato Turco também é um grande objetivo, porque há alguns anos que não conquistam. A responsabilidade é grande.


Para finalizar, mande um recado para seus ex-companheiros do



Flamengo



.

Desejo boa sorte aos meus amigos, e são muitos. Estou torcendo por eles, pela felicidade deles. Muitos que estão ali me ajudaram muito e fazem parte da minha família. Amo alguns daqueles jogadores. Vivemos grandes coisas. Nossas famílias também fora do campo. Filhos crescendo juntos. Desejo boa sorte e boa recuperação ao meu grande amigo Denir. Estou orando para Deus fazer um milagre na vida dele. Ele é um cara especial.



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