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Aos prantos, comediante revela ter sofrido homofobia no Maracanã; veja como agir nesses casos


A influenciadora e comediante Gabô Pantaleão acompanhou o Flamengo x São Paulo da última quarta-feira (16) e foi vítima de homofobia na saída do Maracanã. Ela revelou que estava acompanhada da sua namorada, Carolina Nobre, quando foi atacada por um flamenguista.

Gabô utilizou o seu perfil no Instagram, que tem mais de 865 mil seguidores, para relatar o crime.

“Não estava nos planos eu vir aqui com essa cara de derrota, apesar do meu time ter ganhado. Mas eu passei por um episódio da minha vida que eu achei que eu não fosse passar. Estava driblando muito. Mas chegou o dia que eu sofri a minha primeira homofobia pesada. Foi de uma forma que me deixou muito mal e com muita raiva”, começou o seu relato.

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Em seguida e já aos prantos a comediante descreveu o caso homofobia do qual foi vítima ao final de Flamengo x São Paulo no Maracanã. Além disso, ela falou como se sentiu dentro da situação.

“Quando a gente estava saindo do estádio, todo mundo cantando e pulando… Tinha uma pessoa atrás de mim. E eu ouvi a seguinte frase: ‘Ainda bem que eu não vi nenhum gay no jogo de hoje’. Eu travei. A minha namorada do meu lado. Eu ouvi e fiquei calada. Poucos segundos depois, ele começou a me chamar de sapatão. Na sexta vez que ele me chamou, olhei para ele e perguntei: ‘Você está falando comigo?’. E ele falou: ‘Não, não… É o pé do meu primo que é muito grande’. Eu falei ‘ah tá’ e ele não parou até eu dobrar a direita e desabar no choro”, revelou e seguiu:

“Nem consigo descrever. O que eu senti naquele momento, eu grande desse jeito, me transformei numa formiga, estava impedida de fazer qualquer coisa porque poderia ser pior e só conseguia chorar. Não desejo a ninguém a dor que senti”, afirmou Gabô.

Comediante isentou o Flamengo e se mostrou insatisfeita com sua própria reação

Nesse sentido, apesar de se tratar de um outro torcedor do Flamengo e no mando de campo do Rubro-Negro, Gabô isentou o clube de qualquer culpa pelo ocorrido.

“O Flamengo não tem nada a ver com isso. Ele não controla qual a pessoa que vai torcer por ele. Têm pessoas de caráter duvidoso, que infelizmente estão lá marcando presença no estádio”, afirmou.

Diante do caso de homofobia no Maracanã, a comediante Gabô Pantaleão se “puniu” por não ter reagido de nenhuma forma contra o autor do crime. Ela ainda contou que o dia tinha tudo para ficar marcado positivamente em sua memória, com o Flamengo saindo classificado, mas o preconceito destruiu a sua experiência.

“Fiquei com muita raiva porque eu não fiz nada. O que mais me choca é que eu não estava beijando a minha namorada… A gente estava indo embora só. Não estava nem com a mão junto da dela. Eu só estava existindo como qualquer um. Mas o cara veio com essa. É muito triste. Tinha tudo para ser um momento feliz na minha memória e na memória da minha namorada, mas se tornou esse caos”, desabafou.

Ainda que relatos como o da comediante Gabô Pantaleão, ocorridos dentro de estádios de futebol ou durante partidas de futebol, não sejam tão comuns, casos de homofobia são extremamente corriqueiros no Brasil. Nesse sentido, o país é recordista mundial em crimes homofóbicos.

Apesar disso, diversas vítimas deixam de denunciar os agressores, seja por medo ou pela falta de confiança na segurança pública. Estes casos, contudo, devem ser relatados e é importante registrar boletim de ocorrência e ajuda a possíveis testemunhas. Além disso, no caso de agressões físicas, é fundamental realizar exame de corpo de delito para ter o máximo de provas possíveis.

Os canais para denúncias são o 190 (número da Polícia Militar) e, especialmente, o Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos), disponíveis 24 horas por dia, nos 7 dias da semana.

Toda delegacia é obrigada a atender as vítimas de homofobia. No Rio de Janeiro, o lugar ideal para registar crime de homofobia é na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), ligada ao Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil e inserida no programa Delegacia Legal.

Para casos ocorridos no Maracanã, o ideal é que o boletim de ocorrência seja feito na 20ª DP (Vila Isabel), a mais próxima ao estádio. Contudo, há também a 18ª DP (Praça da Bandeira) e a 19ª DP (Tijuca) que ficam no entorno da casa do Flamengo. Foi para essa última, inclusive, que um torcedor foi encaminhado após assediar repórter da ESPN.

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