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Análise Tática Flamengo 2 x 2 Athletico: Faltou criação


(Foto: Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)

O Flamengo empatou com o Athletico por 2 a 2, nesta quarta-feira (20/10), na Arena da Baixada, pela partida de ida da semifinal da Copa do Brasil. O Mais Querido abriu o placar, sofreu a virada e conseguiu o empate no último minuto, com Pedro, de pênalti. A atuação em si do rubro-negro carioca foi abaixo do que poderia. A equipe teve bastante dificuldade de criar chances, sem conseguir controlar o meio de campo. Alguns jogadores não estiveram bem tecnicamente, mas há também uma explicação tática.

Para a partida contra o Athletico, o Flamengo não contou no confronto com três jogadores considerados titulares: David Luiz, Arrascaeta e Bruno Henrique. O técnico Renato Gaúcho, então, optou por botar Léo Pereira ao lado de Rodrigo Caio na zaga e Michael aberto na esquerda, na vaga de BH. Já no meio, Thiago Maia continuou de segundo volante, com Arão de primeiro, adiantando, assim, Andreas Pereira para a vaga do Arrascaeta, deixando a equipe no 4-2-3-1, que é a formação tradicional desde a chegada do treinador.

O problema é que com essa estratégia, o time não rende tão bem. Isso porque, Andreas Pereira vem sendo um dos principais jogadores do Flamengo, mas atuando de 2º volante, podendo voltar no meio e construir de frente, dando dinâmica ao time. Já de meia-armador, o atleta fica muito avançado, próximo da área, participando menos da partida e recebendo de costas para a área, o que não contempla bem as características dele. Com Andreas mal, o time naturalmente cai de rendimento também, já que ele vem sendo o motor do time. O mesmo aconteceu nas partidas contra Bragantino e Cuiabá, quando o belga-brasileiro atuou na função que Arrascaeta faz.

Além disso, quando Andreas atua adiantado, Thiago Maia vira o responsável por fazer a transição da defesa para o ataque. Mas, o jogador é um primeiro volante de origem, que tem como característica a marcação e passes de primeira. Então, por mais que o time ganhe defensivamente com ele e Arão juntos, acaba perdendo bastante em leveza e na ligação da defesa para o ataque. Até porque, Maia não tem como característica a condução de bola e nem a velocidade, como Andreas, por exemplo. Thiago até fez o primeiro gol da partida, em jogada de bola parada que sobrou para ele na área, mas não conseguiu dar a dinâmica necessária no meio.

Para completar, Everton Ribeiro, que atuou na posição característica, de meia-direita, também não fez uma boa partida, errando muito passes e sem conseguir criar chances. Assim, com todos os jogadores do meio mal – seja por questões técnicas ou táticas -, o Flamengo teve muitas dificuldades de criação e em controlar o ritmo. Tanto que Gabigol se movimentava o tempo todo fora da área, buscando o jogo, pois não recebeu nenhuma bola dentro da área para finalizar. A única vez que chutou foi em contra-ataque, que pegou na direita, cortou para dentro e bateu de fora, parando no goleiro.

Nem Filipe Luís estava tendo boa atuação ofensiva. Errou mais passes que o comum, perdeu bolas e não conseguiu acionar os jogadores de frente. Os jogadores que destoaram dos demais foram Michael e Isla. O chileno atuou com muito ímpeto, indo sempre com força e velocidade para o ataque. Foi o responsável por uma linda jogada na segunda etapa, em que recebeu de Gabigol na ponta e cruzou rasteiro nos pés de Thiago Maia, livre na entrada da área, que mandou por cima. Na defesa, esteve bem atento, deu 1 desarme, 3 interceptações e 3 cortes, um deles decisivo. Já Michael era a principal arma ofensiva rubro-negra. Sempre incisivo, foi para cima da marcação com belos dribles e tentando finalizar.

Mas, no geral, a equipe não foi bem. Até teve um bom momento após abrir o placar, que durou dos 15 aos 30 minutos da primeira etapa, mas em seguida perdeu o meio e os 15 minutos finais o adversário foi superior. Já no segundo tempo, sofreu o gol com 2 minutos e até foi melhor que o Furacão no geral, tendo mais a posse no campo de ataque e sem deixar os mandantes irem muito para frente. Porém a falta de jogadas ofensivas do Flamengo foram claras e a equipe teve que apelar para a bola aérea. Tanto que a maioria das jogadas de perigo foram dessa forma, inclusive no lance do primeiro gol e o pênalti sofrido por Rodrigo Caio no último minuto, após chuveirinho na área.

Entretanto, se a bola jogada na área foi uma arma no ataque, ela foi também um pesadelo na defesa do Mais Querido, principalmente para Léo Pereira. O Athletico só deu 3 finalizações a gol no jogo, as 3 de cabeça, após cruzamentos na área. Além disso, todas em cima do zagueiro. As duas primeiras foram em jogadas de escanteio. Uma parou em Diego Alves, a outra o gol de empate do furacão. Já a terceira foi o gol da virada, em que Léo Pereira não acompanha o centroavante Renato Kayzer, que cabeceia com tranquilidade e marca. Já as duas de bola parada tem uma razão específica, que é a estratégia de Renato Gaúcho. O Flamengo marca de forma individual, algo que é pouco usado atualmente. É preciso ter muita atenção nesses lances e LP não está conseguindo.

O jogo então foi bem fraco. Renato Gaúcho ainda fez algumas alterações, sem mudar o esquema tático. Colocou primeiro Pedro no Gabigol, que sentiu. Depois, botou Diego e Vitinho nas vagas de Thiago Maia e Michael – que, segundo o treinador, pediu para sair. Com a entrada do capitão, Andreas Pereira recuou para 2º volante e a equipe até deu uma melhorada. Em seguida, o belga-brasileiro saiu para entrar Kenedy, recuando o camisa 10 e centralizando Everton Ribeiro. Diego teve uma boa atuação e deu bem mais dinâmica ao meio do que Thiago Maia, pois é um jogador que se movimenta mais e consegue prender a bola. Pode ser uma alternativa importante enquanto Arrascaeta ainda estiver fora.

A partida terminou com um resultado “ok”. Por não ter o critério de gol fora de casa, é como se esse jogo nem contasse e a decisão será toda na volta, em que o Flamengo vai decidir no Maracanã. O Mais Querido precisa de uma simples vitória e, em caso de qualquer empate, a decisão vai para os pênaltis. Renato Gaúcho precisa repensar o time até lá. Caso ainda não tenha Arrascaeta, o treinador tem que mudar a formação ou algumas peças do meio de campo. Além disso, precisa aprimorar a bola parada defensiva.

Link do Artigo do DiariodoFla.com.br

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