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Análise: no primeiro confronto de peso, Flamengo ganha em organização, mas não aproveita superioridade


“Foi claro e evidente que fomos superiores como equipe”

. Paulo Sousa disse isso em uma de suas respostas na entrevista após o vice da Supercopa do Brasil, e o português não está errado se tratarmos do primeiro tempo e do início da etapa derradeira do empate por 2 a 2 entre Atlético-MG

e Flamen


go

, que terminou com vitória do adversário nos pênaltis.

Para ser direto e reto, o

Flamengo

não matou quando dominou

. E olha que teve volume, apoio popular e movimentação ao seu favor sobretudo a partir da virada, conseguida provisoriamente aos 18 minutos do segundo tempo.

Caso não valesse taça diante e o rival não travasse com o

Flamengo

uma rivalidade histórica, a grita seria menor. Os rubro-negros mais uma vez mostraram ideia de jogo, organização e ocupação de espaços que confundiram o adversário em boa parte do jogo. Com Paulo Sousa não tem essa de marcar posição. Os homens da frente trocam de lado e criam problemas para os adversários.

Mas o português fez substituições que diminuíram o ímpeto rubro-negro.

Ele não concorda com isso, conforme disse em entrevista coletiva

, mas é fato que o

Flamengo

chamou o Galo para seu campo de defesa quando Diego substituiu Bruno Henrique aos 26 minutos do segundo tempo. Perdeu volume.

– Claro que o Diego é muito diferente do Bruno Henrique, não tem nenhum outro jogador igual ou com característica para dar continuidade a tudo aquilo que o Bruno Henrique oferece ao jogo. Tivemos mais oportunidades de gol, uma com cruzamento no Lázaro, mesmo muito próximo da linha final, e outra do próprio Vitinho, com arremate cruzado. Mas eu repito, sobretudo é esse espírito que falei, de fome de conquista, como nunca ninguém conquistou nada antes. E, isso no meu entender, é o grande desafio para podermos ser felizes em cada jogo – disse o técnico.

E o problema não foi a entrada de Diego, que sabe segurar a bola, finalizar de fora da área e dominar o meio-campo. Talvez o camisa 10 tivesse melhor aproveitamento se substituísse Willian Arão, que teve atuação discreta no apoio e pouco efetiva na marcação – além disso ainda perdeu pênalti após empate no tempo normal. A verdade é que Arão ainda não mostrou constância na temporada apesar da atuação decisiva contra o Madureira dias antes.

Diego entrar no jogo nunca foi um problema, a questão que ficou no ar foi a seguinte: por que não entraram Pedro ou Marinho, atacantes acostumados a finalizarem com constância? Paulo justificou-se da seguinte forma:

– Porque Lázaro e Vitinho ofereceram grandes oportunidades de ganhar esse jogo. É normal que quando se perde perguntam por que os outros ficaram no banco. Mas tem que reconhecer que Lázaro e Vitinho deram volume.

Paulo Sousa e Diego - Flamengo x Atlético-MG - Supercopa do Brasil — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
1 de 2 Paulo Sousa e Diego – Flamengo x Atlético-MG – Supercopa do Brasil — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Paulo Sousa e Diego – Flamengo x Atlético-MG – Supercopa do Brasil — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Apesar do vice-campeonato, Paulo Sousa teve êxito em alguma de suas apostas táticas. A mais significativa é a transformação de Filipe Luís em zagueiro. O jogador de 36 anos teve atuação soberba na primeira linha, com tempo de bola preciso e, apesar de esporádicas, saídas de jogo para o ataque com inteligência. Apesar de nascido em 1985, parece ter lenha para queimar por bom tempo.

Em termos de escolhas para o meio-campo, a escalação de João Gomes fez justiça ao que o garoto mostrou contra o Madureira. Diante do Galo fez mais. Combateu com eficiência e construiu o jogo com qualidade em algumas investidas rubro-negras. De quebra bateu pênalti com muita personalidade em momento no qual o time poderia perder. O melhor em campo com sobras.


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Sobre o trio mais famoso, Arrascaeta até errou bastante passe. Com 11 equívocos de 30 tentados, liderou a estatística nada positiva. Porém, com movimentação constante, participou dos dois gols rubro-negros no tempo normal. No primeiro, recebeu de Filipe Luís e cruzou para Bruno Henrique cabecear – no rebote, Gabi marcou. No outro, iniciou jogada na intermediária defensiva ao clarear seu campo com qualidade, e BH encobriu Everson lá na frente após passe de Lázaro.

Rodinei esteve bem no apoio, enquanto Lázaro reafirmou sua condição de atleta importante no elenco principal. O status de garoto do time sub-20 parece ter ficado no passado.

Conforme citado à exaustão no domingo, Hugo até foi bem nos pênaltis ao pegar duas cobranças e acertar o canto em outras, porém não teve atuação confiável durante os 90 minutos. Perdeu um dos quatro “match points” do

Flamengo

ao isolar um dos pênaltis, mas esta não é sua função. Não é justo culpá-lo pela finalização errada, mas cabe, sim, destacar que errou no gol de Nacho Fernández.

Paulo Sousa, porém, tratou de apoiá-lo durante entrevista coletiva.

– Eu reverto a pergunta, fazendo outra pergunta: não acham que o Hugo esteve muito bem nesse jogo? Em termos de concentração, dentro daquilo que ele tem, defendendo as balizas do

Flamengo

, que é uma pressão constante. Penso que o Hugo esteve muito sereno, em termos posicionais esteve muito bem, teve todas as decisões corretas, defendeu dois pênaltis. Tivemos a oportunidade de ganhar esse título perante outros batedores. Por isso reverto, será que não teve assim tão bem quanto essa pergunta retrata?

David Luiz, sem ritmo de jogo, também demonstrou dificuldade na saída de bola, enquanto Fabrício Bruno e Arão não mostraram atenção no gol de Hulk. É bem verdade que o desligamento de Fabrício foi fator isolado.

O vice-campeonato da Supercopa marcou o primeiro jogo de Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol juntos em 2022. Embora ainda não confunda os rivais como em tempos recentes, o trio mostrou muita movimentação e alguns erros por falta de ritmo.

É importante destacar, porém, que morderam o tempo todo enquanto tiveram gás, sobretudo BH e Gabi. Arrascaeta teve destaque pelos dois lados, até mesmo no direito, canto que não costuma explorar.

Embora tenha chegado ao terceiro vice-campeonato consecutivo, o

Flamengo

tem agora com Paulo Sousa mais organização e pluralidade de ideias. É preciso ser mais efetivo quando os jogos e as decisões exigirem.


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