Dizer que
o
Flamengo
jogou mal na derrota por 1
a
0 sobre
o
Botafogo seria injustiç
a
. Os homens de frente, com Bruno Henrique em evidência, criaram bastante
e
fizeram boas transições ofensivas. Mas na hora de botar para dentro,
o
time repetiu um
redundante
,
repetitivo
e
insistente
roteiro de ineficácia.
Impressiona també
m
a
dificuldade para virar jogos.
Em 2022, saiu perdendo em 10 partidas, foi derrtado em quatro, empatou outras quatro
e
conseguiu apenas duas viradas
, ambas com
o
time reserva
e
por 2
a
1, diante de Madureira
e
Altos,
dois adversários muito inferiores
.
+Paulo Sousa lamenta derrota do Flamengo e manda recado a Jorge Jesus: “Que tenha paz consigo”
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Flamengo x Botafogo: Bruno Henrique — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
Flamengo x Botafogo: Bruno Henrique — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
Primeiro tempo flui com
o
quarteto
Se nos primeiros 15 minutos de jogo houve muito estudo
e
troca de posse por afobaçã
o
do
Flamengo
, depois disso os comandados de Paulo Sousa passaram
a
empurrar
o
Botafogo para
o
seu campo defensivo.
Bruno Henrique aparecia como
o
destaque do quarteto ofensivo. Voltava para roubar bola
– foi
o
l
íder de desarmes do jogo, com cinco
–
e
partia para cima de Saravia em altíssima velocidade, com as conhecidas passadas largas.
O
argentino, aliá
s
, fez quatro faltas, duas duras, em Bruno Henrique
e
Everton Ribeiro. Luis Castro foi esperto
e
o
tirou depois do gol alvinegro.
+Depois de derrota para o Botafogo, Flamengo desembarca no Rio em clima de tranquilidade
Arrascaeta, com passes precisos, Everton Ribeiro ditando
o
ritmo com dribles curtos,
e
Gabigol bastante com movimentaçã
o
també
m
faziam bem seus respectivos papéis.
Com essa turma em alta intensidade
e
sintonia,
o
esperado volume de jogo apareceu. Arã
o
parou em Gatito
e
na trave apó
s
cruzamento de Arrascaeta, que recebeu boa inversã
o
de Isla.
Ayrton, que substituiu
o
lesionado Filipe Luí
s
, també
m
deu
o
ar da graç
a
logo ao entrar em campo, aos 23 minutos. Saiu do campo de defesa, tabelou com Arrascaeta
e
tocou de primeira para Gabigol chutar mascado. Faltou precisã
o
na finalizaçã
o
,
e
Cuesta conseguiu salvar.
Até
o
gol anulado por
m
ínimos detalhes pelo VAR foi construído em bela jogada. Gabigol
e
Ribeiro construíram tabela de alto
n
ível antes de
o
9, impedido por milímetros, cabecear na rede.
A
última jogada do primeiro tempo mostrou
o
quã
o
afinados estavam os homens de frente numa transiçã
o
perfeita. Apó
s
escanteio errado do Botafogo, Everton Ribeiro saiu de primeira da meia-lua, Arrascaeta arredondou para Bruno Henrique, que arrastou, cortou para
o
meio
e
devolveu para Ribeiro. BH recebeu de volta, saiu na cara de Gatito
e
perdeu.
Sabe-se que
a
análise
t
ática do
ge
n
ã
o
consiste em descriçã
o
de lances, mas no caso desse jogo específico
é importante
para ilustrar
o
quanto os homens da frente estavam próximos
e
com
ótimo diálogo em campo. Repare quantas tabelas
s
ã
o
citadas.
Erro da defesa
é fatal,
e
time cansa
O
Flamengo
voltou com
a
mesma pegada do intervalo.
E
o
primeiro lance de perigo mais uma vez tem os homens da frente como protagonistas. Bruno Henrique
e
Arrascaeta tabelaram,
e
Everton Ribeiro cavou
a
falta cometida por Cuesta com muita inteligência.
O
uruguaio, da meia-lua, bateu mal.
E
já que essa análise pontua
a
nada inédita dificuldade do
Flamengo
para concretizar,
o
repetitivo jargã
o
“quem
n
ã
o
faz leva” se fez presente. Na saída de bola apó
s
a
falta do camisa 14, Willian Arã
o
, que já
n
ã
o
fizera um bom primeiro tempo, calculou mal
o
corte enquanto corria de costas para perseguir Erison. David Luiz foi permissivo na marcaçã
o
,
e
Hugo mais uma vez errou num jogo importante.
+Atuações do Flamengo: Hugo volta a falhar em jogo grande, e zagueiros também erram no gol alvinegro
O
goleiro já falhara na derrota contra
o
Fluminense na Taç
a
Guanabara
e
na Supercopa do Brasil, contra
o
Atlético-MG. Depois do gol sofrido, aliá
s
, saiu em falso em duas bolas que poderiam tornar
o
prejuízo maior. Os erros posteriores
a
falhas graves
t
ê
m
se tornado roteiro repetido també
m
, muito em funçã
o
da intranquilidade que esse tipo de equívoco provoca.
O
gol abateu
o
Flamengo
e
expô
s
sua dificuldade para virar jogos.
E
essa falta de efetividade
n
ã
o
acontece
s
ó quando
o
time sai perdendo. Nas vitórias contra Talleres
e
Universidad Católica,
o
Flamengo
esteve próximo de levar
o
empate depois de desperdiçar inúmeras oportunidades.
O
abatimento resultou em cansaç
o
mental, que
“aliou-se” ao cansaç
o
f
ísico. Isso fez
o
time perder em compactaçã
o
e
concentraçã
o
, tanto que
o
Botafogo conseguiu boas oportunidades com Tchê Tchê
e
Diego Gonçalves.
–
A
gente criou bastante, infelizmente faltou eficácia para fazer
o
gol, sair na frente
e
ter
a
tranquilidade para controlar
o
jogo num dia quente. Mas faltou eficiência de
n
ó
s
da frente. No segundo tempo, espaçou muito
o
jogo. Sempre que perdia
a
bola, estava longe para recuperar. Nos nossos melhores jogos, estávamos compactos com aquela sensaçã
o
do
“posso perder
a
bola que vamos recuperar logo”. Hoje
a
gente també
m
n
ã
o
ficou muito junto um pouco por conta do cansaç
o
– afirmou Everton Ribeiro.
Conforme
o
tempo passava, Bruno Henrique
e
Arrascaeta começavam
a
perder perna.
L
ázaro entrou
e
devolveu
o
“punch” ao
Flamengo
, com duas finalizações que pararam em grandes defesas de Gatito.
No
fim, mesmo já desgastado,
o
Flamengo
foi para
o
abafa,
mas
a
falta de efetividade voltou
a
gritar.
David Luiz perdeu duas chances incríveis,
e
Arrascaeta outra.
– Acho que
o
volume de oportunidades foi avassalador. Essa foi
a
maior explicaçã
o
. Em pouco volume de transições ofensivas,
o
nosso adversário conseguiu concretizar um gol. Tivemos várias oportunidades bem, bem, bem claras para sairmos daqui com
a
vitória
– lamentou Paulo Sousa.
Joã
o
Gomes na reserva
e
trê
s
zagueiros no banco
Terminada
a
partida, Paulo Sousa foi questionado por que
n
ã
o
começou com Joã
o
Gomes
e
Pablo.
O
treinador explicou que
é preciso poupar jogadores. Gomes entrou muito bem, mas
o
outro acabou
n
ã
o
sendo utilizado para
n
ã
o
forçar
a
musculatura depois das dores que
o
tiraram do início da partida contra
o
Talleres, na
última quarta-feira.
De toda forma, é difícil explicar
o
fato de Willian Arã
o
ter de jogar fora de sua posiçã
o
com trê
s
zagueiros no banco. Alé
m
de Pablo,
L
é
o
Pereira
e
Rodrigo Caio també
m
estavam como opções. Embora
o
trio voltasse de problemas
f
ísicos,
n
ã
o
d
á para entender por que
n
ã
o
entraram. Se foram relacionados
é porque certamente tinham condições de jogar.
Em oito jogos contra times de
S
érie
A
,
o
Flamengo
venceu apenas duas partidas, uma contra
o
próprio Botafogo
e
outra contra
o
S
ã
o
Paulo. Nas demais, quatro derrotas: perdeu duas vezes para
o
Fluminense, uma para
o
Athletico-PR
e
a
deste domingo.
E
empates com Atlético-MG, Atlético-GO, Palmeiras
e
com
o
Flu na finalíssima do estadual.
O
aproveitamento nos 10 duelos
é de 33,3%, com 10 gols marcados
e
11 sofridos.
N
ã
o
foi vazado apenas no jogo com os Palmeiras.
Para embalar, ganhar confianç
a
e
afastar
o
fantasma dos constantes gritos por Jorge Jesus, Paulo Sousa precisa fazer
o
Flamengo
crescer em duelos grandes. Complicou vitórias na Libertadores
e
frustrou
a
torcida com triunfos magros contra
o
Vasco, rival histórico
e
hoje com time muitíssimo inferior ao Rubro-Negro.
Parece
óbvio, como
é evidente
a
necessidade de
o
Flamengo
ser efetivo, mas
a
tal conexã
o
entre arquibancada
e
o
time
s
ó virá com vitórias consistentes contra adversários de peso.
E
esse
Flamengo
versã
o
2022 mais uma vez, por repetidos problemas,
n
ã
o
conseguiu.
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