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Alicia Klein – Final da Libertadores: quem está confiante não entendeu nada


A rodada de ontem do

Brasileirão

se tornou mais uma evidência do que já vinha ficando claro: não sabemos prever nada. Na gangorra que se tornou o favoritismo, depois de duas derrotas seguidas, o

Palmeiras

reserva (quase que supostamente em crise) deu enorme trabalho ao fortíssimo

Atlético-MG

, empatando um jogo que podia ter ganho não fossem algumas coisas, entre elas a lamentável pontaria de Victor Luís.

Mais ao sul do país, o Flamengo, também reserva (embalado pelas lindas despedidas do Maracanã e do Rio de Janeiro), quase tomava uma virada inacreditável do fortíssimo candidato ao rebaixamento

Grêmio

, com um a menos em campo. A coisa foi tão pavorosa que houve quem sugerisse que

Renato Gaúcho estava entregando o jogo

.

O que isso quer dizer sobre o grande duelo do ano para as duas equipes? Sobre quem chega mais forte, quem tem mais chances de levantar a taça no sábado, quem é o favorito? Nada. Zero. Coisa alguma.

Curiosamente, ambos os times aterrissam no Uruguai atormentados por parte da imprensa e da própria torcida. Depois de sequências históricas de títulos, ambos se tornando campeões nacionais e continentais, consolidando uma hegemonia no

futebol

sul-americano, alguns parecem ainda insaciados.

O Flamengo perdeu apenas quatro das últimas 38 partidas e tem um elenco capaz de causar pânico em toda a América do Sul. O Palmeiras é o atual campeão da Libertadores e da

Copa do Brasil

, terceiro no Brasileirão. Mas não é suficiente para todos. Torcedoras e torcedores sedentos, que parecem não ter vivido os muitos anos de inglória de seus times. Como sempre, minha mãe estava certa: filha, com coisa boa a gente se acostuma muito rápido.

Sobre a Final em si: não consigo apontar favorito em partida única entre duas equipes fortes que se conhecem tão bem. Além do Imponderável de Almeida (um gol cedo, uma expulsão, lesão, Arrascaeta inteiro ou não etc.), estará em campo um outro fator relevantíssimo: o medo de perder.

Não se disputa o maior título do continente do mesmo jeito que se disputa uma rodada de meio de semana de campeonato nacional, especialmente quando já praticamente não se está na briga. Mudam os esquemas táticos e muda, especialmente, o emocional. Alguns se encontram, outros se perdem.

Acho Abel Ferreira melhor técnico que Renato Gaúcho. O Palmeiras, também, aparenta cuidar melhor da condição física de seus jogadores. Depois de duas temporadas malucas, praticamente sem férias, chega inteiro a Montevidéu. Feito notável. Já o Flamengo e seu treinador precisaram lidar com um departamento médico mais cheio que porta de Casas Bahia em Black Friday.

Pode dar qualquer coisa. Mesmo. Portanto, a torcedora deveras confiante e o torcedor apavorado estão ambos, provavelmente, errados.

A verdade verdadeira é que nem os maiores troféus trazem paz ao profissional de futebol no Brasil. Quem atua por aqui que se acostume. Até porque junto com a amolação – e salários estratosféricos – vem o privilégio de contar com torcidas apaixonadas, responsáveis pelas festas mais lindas que estes olhos hão de ver.

Boa sorte aos envolvidos. Uns mais do que outros, claro. Não sou de ferro.

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