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A vantagem na Copa do Brasil e a desvantagem das mulheres


Eu ia escrever apenas sobre a decisão do mando de campo que deu ao Flamengo a vantagem de decidir em casa a Copa do Brasil.

Se a vantagem já era rubro-negra, pela qualidade da equipe e o bom histórico até na Neo Química Arena, agora a vida do

Corinthians

ficou ainda mais difícil.

Sim, o Timão venceu todos os seus três títulos da competição como visitante (1995, contra o

Grêmio

; 2002, contra o Brasiliense; e 2009, contra o Internacional). Legal, mas isso não impacta o favoritismo atual. E nem o favoritismo atual é garantia de coisa alguma.

Pronto, bom para o Flamengo e nada decidido.

Sobre as mulheres: tem dia em que fico de saco cheio e hoje é um deles. De saco cheio de saber o quanto o assédio ainda é normalizado. O quanto nós mesmas falamos dos episódios como histórias que superamos e nos deram força para seguir.

Assédio não fortalece, gente. Assédio debilita, machuca, gera dores que levamos para a vida, carrega um custo imenso. De energia, de saúde, de carreira. Assédio traumatiza.

A gente já vive cansada por precisar habitar diariamente uma sociedade estruturalmente machista que nos dá pouquíssimos direitos e uma infinidade de obrigações.

A gente precisa descobrir que existem vários tipos de violência, nem todas reconhecidas amplamente: física, emocional, patrimonial.

A gente está sempre jogando em desvantagem. Sempre tentando superar obstáculos apenas para descobrir que do outro lado de uma barreira já tem outra nos aguardando. Sempre correndo atrás de um prejuízo que não causamos. Sempre largando atrás e precisando dar o sangue dobrado para alcançar o que deveria ser o mínimo.

O Flamengo não tem nada com isso, nem o Corinthians, nem a Copa do Brasil. Ou tem, porque a sociedade inteira nos sobrecarrega e agride diariamente, ainda que de leve, só naquele totozinho por trás, aquele pisão que o juiz não vê, aquela ofensa que só você escuta e não tem como provar.

É isso, tem dia em que dá preguiça de lutar contra algo que nem sequer deveria existir. De explicar para pessoas adultas e supostamente instruídas a diferença entre o certo e o errado, de falar o que deveria ser óbvio.

Sem tempo, irmão.

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