Ressalva importante: é cedo, muito cedo. Não chegamos sequer à metade do campeonato. Faltam 22 rodadas, 66 pontos em disputa.
Mas a impressão que se tem é de que os grandes não estão conseguindo encontrar foco suficiente para segurar a bronca dos pontos corridos. Não com Libertadores e Copa do Brasil ainda no horizonte.
Prova desse argumento: o Palmeiras conquistou somente dois pontos nos últimos 12 possíveis e segue líder, com um ponto de vantagem sobre o
Corinthians
e dois sobre o
Atlético-MG
.
A diferença na ponta não tem sido quem oscila, mas quem oscila um pouco menos.
A próxima rodada da Copa do Brasil já mudará bastante esse cenário. O Corinthians, que goleou o Santos (já eliminado da Sul-Americana) por 4 a 0 na ida, seguirá vivo nas duas Copas, precisando gerenciar três competições. Athletico (vivo na Libertadores) e Fluminense só precisam de um empate em casa contra Bahia e Cruzeiro, respectivamente. De São Paulo e Palmeiras, Galo e Flamengo só sobrarão dois.
Ainda que avancem, Palmeiras (que precisa vencer o tricolor paulista em casa, na quinta) e Atlético-MG (que pode empatar no Maracanã) se enfrentam pelas quartas do continente – assim como Corinthians e Flamengo.
O Internacional caiu cedo na Copa do Brasil, mas conseguiu uma remontada histórica contra o Colo Colo para sobreviver na Sul-Americana, onde o São Paulo avançou tranquilo.
Em pouco mais de um mês, boa parte dos que hoje estão embolados no G-6, ou em um generoso G-9, para incluir o Flamengo, terá apenas o Brasileirão com que se ocupar. Aí sim, é capaz de alguém começar a despontar.
Entre os prêmios milionários e os embates de peso da Copa do Brasil, e o prestígio da Libertadores, o Campeonato Brasileiro virou o lugar onde (ainda) dá para perder. E isso está se refletindo em campo, com atuações que desafiam a lógica.
Ficou tão em segundo plano para alguns, que o Fortaleza preferiu arriscar a vida na Libertadores, mesmo encarando o precipício estratégico e financeiro da Série B do Brasileirão. A ver se tem fôlego para sair do buraco.
E a ver quem tem fôlego para sobreviver a 2022. Não só no
futebol
.