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A estranha vitória do Flamengo sobre o Sporting Cristal


O Flamengo venceu o Sporting Cristal nessa terça-feira (24) e garantiu pelo menos a terceira melhor campanha na fase de grupos da Libertadores 2022. Apesar do resultado e de até criar muitas chances de gol, o desempenho foi mais uma vez abaixo do esperado.

Poupando jogadores para o clássico contra o Fluminense no próximo domingo (29), Paulo Sousa optou por utilizar uma formação sem nenhum meia armador. O poder associativo se concentrou na dupla de volantes e de Gabi, que buscava gerar apoio se descolando na última linha adversária.

Confira a análise do jogo anterior: Análise: com proposta ousada, Flamengo vence Goiás sem brilho

Com Ayrton Lucas um pouco mais próximo da dupla de zaga, o Mengão enfrentou um adversário que buscou proteger a profundidade com uma linha de cinco. Com encaixes individuais por setor pelo lado do campo, o Cristal visava dificultar o acionamento de Isla e Lázaro em amplitude.

Pelo corredor central, o técnico Roberto Mosquera optou por utilizar uma dupla de ataque em organização defensiva. Com a dupla de zaga vencendo com facilidade essa pressão inicial, o Flamengo conseguiu criar oportunidades de gol desde os primeiros minutos.

Em organização defensiva, o Flamengo se postou no seu já habitual 4-1-3-2, com João Gomes mais próximo da dupla de ataque. Lázaro e Marinho baixavam para cobrir os alas peruanos, que avançavam bastante no campo. Pablo era responsável por Ávila e Davi Luiz ficou na sobra.

Numa desatenção de Isla, que não fechou o espaço gerado após Pablo perseguir o atacante peruano, o ala Loyola quase abriu o marcador. A abordagem de Marinho no lance também causou confunsão. O ponta não fechou a linha de passe e libertou seu opositor.

Apesar do susto, o Flamengo conseguia controlar a partida nas ações com bola, mantendo seu adversário na maior parte do tempo longe da sua meta. Porém a falta de fluidez nas ações para entrar no último terço não gerava o volume de jogo esperado contra um adversário tecnicamente bastante inferior.

Mesmo sem o ritmo e velocidade para se impor ao seu rival, o Flamengo seguiu construindo algumas oportunidades pelo corredor central. Com passes-chave de Thiago Maia e João Gomes, a equipe finalizou com Pedro e Marinho.

E num lance que contou com bastante sorte, o Flamengo abriu o placar. David Luiz lançou para a Isla, a bola desviou em Távara e veio à feição para o chileno que completou para o gol. 1×0. Detalhe do lance para o movimento de desmarque dos volantes do Fla.

O gol não mudou o panorama da partida, com o Cristal voltando a gerar perigo em lances pontuais.
Dessa vez, Marinho não cobriu Loyola e Pablo não conseguiu acompanhar o desmarque de Ávila.

Assim como o Cristal seguiu pontualmente incomodando o Flamengo com bola, o Mengão terminou a primeira etapa criando duas oportunidades de gol. Numa noite pouco inspirada, Lázaro não conseguiu marcar após ser acionado por duas vezes com chances reais.

Leia mais: MRN Tático #12 – O desempenho de João Gomes e Thiago Maia no Flamengo

Fla segue em ritmo lento na segunda etapa e conta com a bola parada para chegar ao segundo gol

No início da segunda etapa, o Flamengo teve seu melhor momento no jogo. Conseguiu criar algumas oportunidades sem sofrer defensivamente. Destaque mais uma vez para facilidade da equipe em acionar o último terço pelo corredor central.

Porém em mais um lance esporádico, o Flamengo voltou a flertar com perigo. Castillo, que entrou no lugar de Távara, acionou Lora em profundidade. Ayrton Lucas foi mal no lance e facilitou para que o ala encontrasse Ávila na área sozinho. O atacante isolou.

Flamengo e Cristal fizeram algumas mudanças do meio para o fim do segundo tempo com objetivos diferentes. No lado rubro-negro, as alterações visavam unicamente dar mais vigor físico à equipe. Do lado peruano, mudanças táticas buscavam mais agressividade com bola.

Porém o que de fato mudou o placar foram as bolas paradas. Em duas oportunidades, Andreas encontrou Pedro e David Luiz na grande área em condições de cabeceio. O centroavante marcou o 2º gol do Mengão. Já o zagueiro parou no goleiro Duarte e na trave.

Na mesma moeda, o Cristal chegou ao seu gol de honra. Após bola levantada na área, Gonzáles foi acionado em mano a mano com Rodinei. O meia-atacante passou pela lateral com facilidades e, com a contribuição de Hugo, deu números finais ao placar. 2×1.

O Flamengo venceu um jogo em que até produziu bastante, mas ao mesmo sofreu de forma desnecessária contra um adversário nitidamente desestimulado. Um jogo em que a equipe gerou volume ofensivo, apresentando dificuldades já conhecidas com bola. Uma vitória estranha.

Flamengo encerra fase de grupos da Libertadores com ótimos resultados, porém com desempenho oscilante

O Mengão termina sua participação no Grupo H com 16 dos 18 pontos possíveis. Os ótimos resultados garantem que o time decidirá o mata-mata da Libertadores no Maracanã contra no mínimo 13 equipes.
Mas isso pouco se relaciona com o desempenho em campo.

Em um grupo bastante acessível, a equipe não conseguiu ser soberana em boa parte das partidas. Em especial atuando longe de seus domínios. A disparidade técnica entre o Mengão e seus adversários mitigaram muitos problemas com e sem bola do Rubro-Negro ao longo dessa trajetória.

Dito posto, o jogo contra o Cristal tem pouca relevância dado o contexto em que foi disputado.
Mesmo com as recorrentes dificuldades do Flamengo em ser mais intenso no ataque e na defesa, o nítido desinteresse esportivo de ambas as equipes no jogo precisa ser considerado.

Paulo Sousa segue ganhando fôlego para seguir no clube. Mas precisará evoluir o desempenho da equipe para os desafios que virão durante o segundo semestre. Com o atual nível de jogo, o Flamengo não se candidata a grandes títulos em 2022.

SRN

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Link do Artigo do MundoRubroNegro

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