Novo comandante rubro-negro foi um jogador de sucesso, com passagens por Benfica, Sporting, Juventus, Borussia Dortmund e Inter de Milão, além de fazer parte da “geração de ouro” da seleção portuguesa
Todo técnico que chega ao
Flamengo
de um ano e meio para cá sofre com comparações pesadas com aquele que não sai da cabeça de todo torcedor rubro-negro:
Jorge Jesus, o comandante que saiu do Brasil com mais títulos (cinco) do que derrotas (quatro).
Paulo Sousa, português como ele, é o próximo a enfrentar o fantasma do compatriota que aparecerá cedo ou tarde
. Mas, se ainda é impossível comparar o trabalho de ambos no Brasil, o novo treinador do Flamengo leva vantagem enorme sobre Jesus quando o assunto é
carreira como jogador
.
Jorge Jesus foi um meio-campista de pouco sucesso entre as décadas de 1970 e 1980, sempre em Portugal. Virou profissional no
Sporting
, passou por
Belenenses
, União de Leiria,
Vitória de Setúbal
e Estrela Amadora, além de clubes de menor expressão. Aposentou-se em 1989, aos 35 anos.
No mesmo ano em que Jesus, que ainda não era o Mister, pendurou as chuteiras, Paulo Sousa deu os primeiros chutes como jogador profissional. E construiu uma carreira de muito sucesso, ainda que tenha durado bem menos do que poderia, por conta de inúmeras lesões.
Sousa era um volante de qualidade técnica, que fez parte da grande geração de
Portugal
campeã mundial sub-20 em 1989, na Arábia Saudita. Formou aquela seleção ao lado de nomes como Luis Figo e Rui Costa, principais expoentes do país até o surgimento de Cristiano Ronaldo.
Começou no
Benfica
, onde atuou até 1993, quando se transferiu para o rival Sporting. Passou apenas um ano no clube de Lisboa até se mudar para a
Juventus
, quando viveu talvez a melhor fase da carreira.
Comprado pelo equivalente a 4 milhões de euros, Paulo Sousa fez história em Turim, sendo campeão italiano em e da Copa Itália em 1994/95, além de vencer a Supercopa do país em 1995 e a glória máxima: a
Champions League
, em 1995/96.
Na Juve, Paulo Sousa atuou ao lado de estrelas como Roberto Baggio, Zinedine Zidane, Alessandro Del Piero, Antonio Conte e Fabrizio Ravanelli. Seu futebol de bom toque de bola o fez ser comparado com Paulo Roberto Falcão, lenda do Brasil que brilhou por
Internacional
e
Roma
.
Exagero à parte, ele chegou a ganhar, em 1995, o conceituado prêmio
Guerin d’Oro
, oferecido pela revista
Guerin Sportivo
ao melhor jogador do campeonato. Nomes como Michel Platini, Diego Maradona, Francesco Totti e Roberto Baggio foram premiados em edições anteriores.
O volante português trocou a Juventus pelo
Borussia Dortmund
após dois anos de Itália, a tempo de voltar a ganhar a Champions, na temporada 1996/97, e ser campeão mundial em cima do
Cruzeiro
em 1997. Foi talvez seu último grande momento como futebolista profissional.
Paulo Sousa ainda foi comprado pela
Inter de Milão
em 1998, num negócio de quase 8 milhões de euros, mas não conseguiu render como nos outros clubes. Chegou a ser emprestado ao
Parma
em 2000 e depois vendido ao Panathinaikos meses depois. O fim da carreira aconteceu em julho de 2002, pelo
Espanyol
.
No auge, o volante era peça constante na seleção portuguesa, que defendeu de 1991 a 2002. Atuou em duas
Eurocopas
(1996 e 2000, quando o país ficou em terceiro lugar) e fez parte do grupo que disputou a
Copa do Mundo
de 2002, mas não atuou um minuto sequer.
Sem mais condições de atuar, Paulo Sousa iniciou uma nova etapa no futebol. Foi funcionário da Federação Portuguesa, dirigiu algumas seleções de base e deu o pontapé inicial da carreira que, anos depois, o colocaria no comando do Flamengo.
O português trabalhará pela primeira vez na América do Sul disposto a enfrentar as comparações com Jorge Jesus e os demais técnicos que passaram recentemente pelo Flamengo. Com a bola nos pés, há jogo. Agora no comando de um dos elencos mais badalados do continente, Paulo Sousa tenta mostrar que está à altura do desafio.
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