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Raio-x: as diferenças nos projetos e no atual estágio de Botafogo e Flamengo


Os investimentos do Botafogo desde a venda da SAF o aproximaram um pouco mais do rival Flamengo no volume gasto para a montagem dos elencos. Os dois jogam às 18h, no Nilton Santos. Mas tempo não tem preço. O processo vivido pelo rubro-negro na formação de um grupo campeão se arrasta por quase uma década, enquanto o do alvinegro está prestes a completar seis meses.

A revelação de John Textor de que o Botafogo gasta entre R$ 11 e 12 milhões com a folha salarial indica um trabalho que “troca a roda com o carro em movimento”. Entre os investimentos, chegaram Luís Castro e sua comissão — que custam cerca de R$ 1,7 milhão — e jogadores do exterior. Ao mesmo tempo, o clube atua para melhorar a infraestrutura interna e resolver questões consideradas urgentes, como a do centro de treinamento.

No Flamengo, o movimento foi ao contrário. Ao longo dos últimos anos, o clube se organizou para dar as melhores condições para seus jogadores, e hoje tem uma folha mensal de R$ 18 milhões, já levando em conta a comissão técnica de Dorival Júnior, que recebe menos que o colega português. O senso comum de que o Flamengo tem a maior folha do Brasil não se confirma. Na prática, o Palmeiras supera com folga os valores. Arturo Vidal, contratação de maior peso desta janela, se adequou à realidade do clube com vencimentos próximos às demais estrelas, como Gabigol.

A maior experiência do elenco rubro-negro e também a presença de atletas vindos do primeiro escalão da Europa justificam esse maior custo e também a qualidade superior ao Botafogo. Além de Vidal, Cebolinha, Pulgar e Varela completam a lista atual, com investimento total de R$ 87 milhões só na última janela. Todos chegaram sem a necessidade de ser solução imediata. Os dois últimos sequer estrearam.

Por outro lado, o Botafogo investiu R$ 80 milhões em contratações para o time principal no ano. A ideia era, no primeiro momento, montar um time base com qualidade suficiente para não passar sustos na primeira divisão, para que nos próximos anos peças pontuais, e que talvez exijam maior investimento, possam ser buscadas.

Na última janela de transferências, foram R$ 15 milhões gastos e nove jogadores contratados — desses, apenas o goleiro Lucas Perri e o atacante Tiquinho Soares ainda não foram utilizados. Com excesso de lesões e sem conseguir bons resultados, o técnico Luís Castro se vê na necessidade de lançar mão dos recém-chegados.

Troca de peças

A partir daí, vem outra diferença. O Flamengo iniciou o Campeonato Brasileiro com uma base, e o Botafogo teve que mexer tudo. Após a saída de Paulo Sousa, a escalação pouco se alterou — o desempenho, por outro lado, mudou da água para o vinho. Sobretudo com a alternância da equipe entre as competições, mantendo a regularidade das atuações, o que contribuiu para a pouca pressa no uso das novas armas.

Já o Botafogo mudou praticamente um time inteiro com o campeonato em andamento. Do time que estreou no Brasileirão contra o Corinthians em relação ao que enfrentou o Juventude, na última rodada, apenas Gatito, Saravia e Victor Sá seguiram como titulares. Em 26 partidas, Luís Castro não conseguiu repetir escalações.

Um retrato de como o Botafogo põe em prática o planejamento a médio e longo prazo é o empréstimo de Erison. O artilheiro do time no ano com 15 gols vai para o Estoril, para que possa aprimorar a parte técnica.

Entre as boas notícias está o atacante recém-comprado Jeffinho, que assinou novo contrato até 2025. Depois de chegar para o time B, o jovem de 22 anos teve que ser promovido ao elenco principal pela falta de opções. Hoje, o camisa 47 é uma das principais armas do ataque alvinegro para surpreender o rival.

Já o Flamengo terá o time alternativo que vem jogando no Brasileiro, uma vez que tem duelo contra o Vélez Sarsfield, quarta-feira, pela Libertadores, na Argentina.

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