GLOBO ESPORTE: Por Roberto Maleson

O rodízio implementado pelo Flamengo em 2022 deu certo. Pelo menos, do ponto de vista médico. Os números de desfalques clínicos na temporada mostram que houve evolução e o Flamengo teve menos baixas médicas ao longo do ano: foram 26, no total. Uma redução de 38% em relação ao ano passado.

O melhor ano rubro-negro segue sendo o de 2016, quando a série histórica do levantamento das lesões foi iniciada no ge. Naquele ano, foram apenas 22 casos – menor marca da elite do Brasil naquele momento. Veja abaixo a quantidade de desfalques médicos do Flamengo nas últimas sete temporadas:

No total, o Flamengo utilizou 52 jogadores diferentes nesta temporada. O rodízio com o time principal nas Copas e o “time B” no Brasileirão permitiu ao Flamengo a redução dos casos médicos neste ano. Em meio à maratona de jogos, o Rubro-Negro chegou a ser o time da Série A há mais tempo sem ter algum desfalque por lesão. Com isso, o Flamengo foi o terceiro clube com menos baixas na temporada. Só Palmeiras e Atlético-GO tiveram menos casos. Vale destacar que em 2021, o Rubro-Negro foi o quinto com mais casos, o que mostra a evolução na temporada.

Apesar dos bons números, o Flamengo teve desfalques de peso. Os principais foram Bruno Henrique e Rodrigo Caio. Titular absoluto até se machucar, BH sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior, no ligamento colateral lateral e no canto posterolateral do joelho direito em 15 de junho e teve de passar por duas cirurgias desde então.

Além dessa lesão grave, o camisa 27 já tinha tido outros três problemas anteriormente em 2022: uma tendinopatia no joelho direito em abril, uma luxação no ombro esquerdo em março e uma lesão na região anterior da coxa direita no fim de janeiro. Com isso, o atacante foi quem somou mais idas ao departamento médico rubro-negro na temporada: quatro. No total, ele foi desfalque por lesão em 49 jogos.

O atacante passa pela contusão mais grave de sua carreira. No estaleiro há exatos cinco meses, os 153 dias no DM são o maior período longe dos gramados desde que estreou profissionalmente. O prazo de volta segue inalterado: 10 a 12 meses, mesma previsão dada na época da lesão. Agora restam mais cinco a sete meses de tratamento.

Já o zagueiro Rodrigo Caio mais uma vez conviveu com lesões e pouco atuou na temporada. Ele foi quem mais perdeu partidas por contusão em 2022: 57 jogos. Com apenas 12 partidas disputadas no ano, esta foi disparada a temporada em que o zagueiro menos entrou em campo desde sua chegada ao Flamengo. Foram apenas 899 minutos jogados. A média dele era de 3.910 por ano.

O zagueiro convive com problemas no joelho e está fora de combate desde 10 de julho. Ele passou por cirurgia para corrigir lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo (menisco medial) e não entra em campo há 128 dias.

Além desses dois casos principais, vale destacar outros desfalques importantes no ano: Fabrício Bruno teve lesão rara no pé, passou por cirurgia e perdeu 23 partidas. Titular absoluto da meta rubro-negra, Santos foi ausência de 13 compromissos rubro-negros em função de uma lesão grau 2 no quadríceps da coxa esquerda. Joia da base, Matheus França ficou afastado por dois meses por causa de uma fratura na fíbula do tornozelo direito em abril.

Do total de 26 problemas médicos da temporada, 17 foram na coxa e no joelho. Estes foram os locais do corpo com maiores incidências de lesão no ano do Flamengo. Veja o infográfico abaixo com a distribuição completa:

Critérios e Metodologia
As informações levantadas para esta pesquisa foram retiradas no site oficial do Flamengo e apuradas junto aos setoristas do ge no dia a dia.

O recorte temporal deste levantamento foi de 01 de janeiro de 2022 até a data da publicação desta matéria: 15 de novembro de 2022. Todas as baixas médicas sofridas pelos jogadores fora desse universo temporal não entraram na pesquisa.

O critério para inclusão de um atleta no levantamento foi o veto pelo departamento médico de pelo menos uma partida oficial por motivo clínico. Todos os problemas médicos que impediram a escalação do jogador na equipe para a partida seguinte foram computados no levantamento. Jogadores poupados e com desgaste físico não entraram na conta assim como problemas fisiológicos.