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Zico cita ‘vaidade’ como problema do clube e critica rodízio no time do Flamego: ‘É bom na churrascaria’


Ídolo do Flamengo, Zico foi direto ao dizer que “sempre foi contra rodízio” entre os jogadores, em entrevista ao jornal “O Globo”, publicada neste sábado. O Galinho foi perguntado sobre as opções de Paulo Sousa e o atual elenco rubro-negro, e afirmou que, em sua visão, o ideal é manter um mesmo time treinando e jogando junto.

– Eu sempre fui contra negócio de rodízio. É bom na churrascaria. Sou totalmente contra. Como técnico, a mesma coisa. O jogador quer jogar. O que ele deixar de jogar às vezes vai treinar mais que se fosse o jogo. Se vai treinar firme, porque não pode jogar? No jogo é olho no olho. Se machucou, dane-se. Para mim, meu time é esse, e esse que vai jogar. Com Jesus entrava sempre o mesmo time, quando precisava tirava um ou outro. Futebol é conjunto, coletivo. Quanto mais treina junto, mais você joga junto, mais você une – analisou Zico.

Sobre o departamento de futebol do Flamengo, Zico citou a “vaidade” como problema. Sem citar qualquer dirigente ou diretor do clube, o Galinho criticou a política adotada na pasta, de “comprar jogador pronto”, ressaltando que deu resultado em 2019, mas questionando a continuidade dessa prática.

– O Flamengo adotou uma política. Forma jogador, vende porque está muito caro, e compra jogadores. Deu certo em 2019. Mas será que vai continuar dando certo? Mas onde eu entro ali, onde entra a questão para mim? A vaidade. Se faz um time de base e dá certo, o trabalho é da base, não o meu. Se eu vendo, trago gente, é o meu trabalho. Comprou pronto. Foi o que aconteceu com nossa geração. O que o Flamengo gastou com a gente? Hoje o Flamengo gasta. Tem outra estrutura. A gente dormia um em cima do outro. Hoje todos têm contrato. O nosso era ajuda de custo – disse Zico, que foi diretor executivo do Flamengo, na gestão da Patrícia Amorim, entre maio e outubro de 2010.


Confira outras respostas de Zico, ao jornal “O Globo”, sobre o atual Flamengo:

Sente falta da camisa 10 em campo?

A meu ver, por exemplo, o Arrascaeta jogava numa posição diferente com o Jorge Jesus. Acho que o Flamengo hoje não pode abrir mão desse quarteto (Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol). Num jogo um ou outro não está bem, mas eles se entendem de olho fechado. E eles todos querem jogar. Quando você ganha, tem mais vontade de jogar.

Nosso time queria estar em campo todo dia. Estava feliz. O coletivo faz correr menos, estava sempre organizado para atacar e defender, o desgaste é menor. Se está espaçado, cada dia um time, hoje o Rodinei, amanhã o Isla, depois o Matheuzinho. Cada um tem uma característica, uma maneira de ser. Futebol é assim.



É essa cultura que o Paulo Sousa e os portugueses não entendem?

Essa cultura não é do português, é do futebol europeu, acham que o jogador tem que saber jogar em tudo que é faixa de campo. E não é assim. O Neymar não é dos melhores do mundo? O técnico do Barcelona botou ele na direita e foi o pior momento dele. Igual na seleção. Bruno Henrique passou o ano inteiro como melhor na esquerda. Tite convoca e ele joga na direita. O conceito europeu tem que ser de decisão. Não só de posicionar. De não deixar o adversário respirar, drible, intensidade.

Contra o City, Vinicius Junior começou a ir pra cima, é outro cara. Vai botar o Marinho para marcar lateral? Tem que ver o estilo do cara e onde rende bem. Não é igual ver um peladeiro e querer aperfeiçoar as suas deficiências. Tem que aprimorar o que tem de bom. Deficiência deixa de lado. Tem que explorar o que tem de melhor.

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Ídolo do Flamengo, Zico criticou o rodízio no time titular do Rubro-Negro (Foto: Paula Reis / CRF)

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