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Volantes assumem protagonismo em Botafogo e Flamengo


Embora sejam conterrâneos e ex-jogadores, Luís Castro e Paulo Sousa enxergam o futebol e comandam suas equipes de maneiras distintas. Enquanto o alvinegro aprecia o time com dois zagueiros, uma dupla de laterais e atacantes de lado que buscam o um contra um, o rubro-negro aposta no esquema com três zagueiros e dois alas, com Gabigol livre para flutuar na frente, e meias vindo de trás. No entanto, há uma similaridade entre os dois treinadores: a importância do volante dentro de campo.

Patrick de Paula e Oyama estão para o Botafogo como Andreas Pereira e João Gomes estão para o Flamengo. Os primeiros chegaram com grife de titular, mas não caíram nas graças da torcida. Opções mais em conta, a dupla que vem em seguida encaixou melhor no esquema dos dois clubes na função de defender e organizar o time para atacar.

— É uma luz. É a placa giratória, liga o corredor central a todos os outros. É o pirilampo da equipe. Olho o volante no momento ofensivo e defensivo — explicou Luís Castro em entrevista ao “Bem, Amigos!”.

Num primeiro momento, Patrick de Paula foi contratado para ser esse ponto de luz no time do Botafogo. Contratação mais cara da história do clube (R$33 milhões), o volante chegou com status de estrela.

Na partida de estreia do Campeonato Brasileiro, contra o Corinthians, era o camisa 8 quem fazia essa função. Na transição ofensiva, tentava buscar a bola no pé dos zagueiros quando a saída de três não funcionava e participar de triangulações no campo de ataque. Mas a ideia de Castro com Patrick não deu certo. Nas partidas seguintes, Luís Oyama foi o escolhido para a vaga e correspondeu com mais poder de marcação e intensidade, palavra frequentemente utilizada pelo técnico português.

— Acho que meu momento é justamente essa fase que o Botafogo tá vivendo, uma reconstrução. É a oportunidade da minha vida, minha primeira Série A — falou Oyama à BotafogoTV.

Se na série B do ano passado, o camisa 55 jogava como segundo jogador de meio, protegido por um primeiro volante, no time atual é ele quem faz essa cobertura da zaga, muitas vezes jogando como um cabeça de área — na fase defensiva, o Botafogo joga no esquema 4-1-4-1 —, mas sem deixar de aparecer no ataque.

Desde que chegou, Oyama foi titular nas quatro partidas do alvinegro no Brasileirão — não pode atuar na Copa do Brasil, já que disputou a competição pelo Mirassol. Com 80 minutos por jogo de média, é o jogador do Botafogo com mais desarmes, 14.

— Toda a comissão fica me ajudando bastante em relação a desenvolver tanto defensivamente, que acho que é um aspecto que melhorei muito, e ofensivamente também — afirmou.

No Flamengo, a cobrança sobre Andreas Pereira desde a falha na final da Libertadores se tornou insuportável. O meia de 25 anos, do Manchester United, perdeu espaço, caiu de produção, e deve ter o empréstimo encerrado sem o Flamengo comprá-lo por R$ 60 milhões. Nesse vácuo, João Gomes cresceu e vai renovar seu contrato com o Flamengo em breve, com aumento salarial.

“Tem muito volume de jogo, com e sem bola. Fisicamente muito forte, o melhor que nós temos como volante a nível de duelos. Com esta estrutura, a tipologia dos jogadores que temos, precisamos de jogadores com capacidade física, mental e de compromisso”, disse Paulo Sousa sobre o garoto do Ninho de apenas 21 anos.

Na estrutura do Flamengo, Gomes dá proteção mínima a uma zaga que constrói as jogadas no esquema 343. Ainda assim, precisa articular mais no ataque com meias e alas.

“Algo que tem que melhorar é a capacidade de passe médio-longo”, observou Paulo Sousa.

Hoje, o técnico Paulo Sousa deve escalar Gomes ao lado de Thiago Maia no meio, pois não tem o zagueiro Pablo e outras peças do setor defensivo, o que vai lhe obrigar a usar Arão improvisado novamente. O time ainda pode preservar alguns titulares.

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