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Venda de jogadores à Europa cai e clubes terão de buscar novos salva-vidas


A venda de jogadores por clubes brasileiros para o exterior tem forte tendência de queda por conta da mudança do mercado europeu. Isso obrigará as agremiações brasileiras a se ajustar com a busca de novas receitas e um controle de custos.

É o que apontou o relatório feito pela consultoria Convocados e XP Investimentos sobre finanças e organização do

futebol

brasileiro. O documento foi apresentado nesta terça-feira em um levantamento nas finanças de 26 clubes brasileiros de 2021, além de uma pesquisa sobre o ecossistema do principal esporte nacional.

Em relação à venda de atletas, o documento mostra que os clubes brasileiros conseguiram arrecadar R$ 1,155 bilhão com a negociação de atletas durante no ano passado. Esse valor atingiu em 2020 com R$ 1,316 bilhão, auge da pandemia de

coronavírus

. E estava em R$ 1,486 bilhão em 2019, que foi o montante máximo histórico.

Mais do que isso, há uma queda do investimento em euros, moeda usada pela a Europa, principal mercado. Na moeda europeia, o patamar foi de 183 milhões de euros, pior valor nos últimos cinco anos em termos de arrecadação.

“Ao mesmo tempo observa-se a redução no volume financeiro negociado na última janela, com forte retração nas negociações mais caras. Claro impacto da pandemia, pode ser que se torne uma mudança estrutural à medida em que a UEFA e as federações locais apertem os controles de sustentabilidade financeira”, afirma o estudo da Convocados e XP.

O economista da consultoria Convocados, César Grafietti, apontou que o mercado europeu já está mudando. “Europeu vai comprar cada vez menos. O processo é contratar mais jovens e diretamente dos mercados europeu”, explicou ele.

Com essa redução, os clubes brasileiros terá de apostar reduzir custos e apostar em outras receitas para cobrir a diferença. Houve já um aumento nas receitas com publicidade por conta da entrada de setores como apostas e criptomoedas.

“Menos dinheiro de venda de atletas vai obrigar os atletas a se ajustar. O clube não vai achar R$ 100 milhões. Ele vai ser obrigado a se estruturar ou vai ser levado para um processo de aumento de dívida. Menor volume de negociação vai pressionar os clubes a se organizar de alguma forma. Induz a um Fair Play financeiro que já deveria estar na praça. Clubes vão buscar alternativas. Vão trabalhar melhor receitas e custos”, afirmou Grafietti.

Pelo estudo, poucos clubes tiveram receita de venda de jogador significativa e usaram para manter os patamares de dívida baixo. São os casos de Athlético, Flamengo, Fluminense e

Grêmio

. E o estudo completa: “Do lado oposto há quem negociou atletas, mas viu as dívidas aumentaram substancialmente, caso de Atlético MG,

Corinthians

,

Cruzeiro

.”

Nos últimos cinco anos, o Flamengo foi o clube que mais arrecadou com negociação de atletas, com um total de R$ 893 milhões. É seguido pelo São Paulo com R$ 729 milhões, com o Palmeiras em terceiro lugar com R$ 669 milhões.

Mas os clubes mais dependentes da negociação de jogadores são

Vasco

, Grêmio, Fluminense, Botafogo e

Red Bull Bragantino

. Em 2021, mais de 25% da sua receita originária da negociação de atletas. São Paulo e Flamengo, clubes que mais arrecadaram com esse item, têm patamares pouco abaixo desse percentual.

Um dos pontos que pode amenizar a crise é o aumento das receitas com publicidade. Houve um crescimento de 48% na arrecadação com esse item que salto para R$ 1,061 bilhão. Ou seja, os clubes arrecadaram valores próximos em marketing em relação à negociação de atletas. O problema é que esse tipo de renda está bem mais concentrado entre os mais ricos.

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