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Torcida do Palmeiras é a primeira em mistos; Fla, 2ª mais fiel


Torcida do Flamengo comemorando – Foto: Gilvan de Souza

O GLOBO: Realizada entre 1º e 5 de julho, a Pesquisa O GLOBO/Ipec de torcidas ouviu 2000 torcedores em 128 municípios do Brasil. Do total, 11,2% disseram ter dois times no Brasil. A diversidade é tanta que até apareceu quem torcesse por dois times rivais, mesmo os regionais. O instituto perguntou a cada entrevistado se ele torcia ou tinha simpatia por algum clube brasileiro, com opção de responder dois nomes. Entre os que apareceram como segunda opção, domínio dos mesmos líderes da pesquisa geral, ainda que em ordem diferente. Entre as duplas mais citadas como donas do coração do entrevistado, um mix de combinações entre clubes tradicionais, rivais locais e um combo com um clube do sudeste e outro de outra região.

No quadro geral, o Palmeiras atingiu o maior percentual de menções como “segundo time” do coração, segundo o levantamento: 1,6% dos entrevistados mencionaram o clube paulista após terem citado outro clube. Flamengo, com 1,4%, e Corinthians, com 1,2%, aparecem em seguida. O São Paulo foi o único outro clube a aparecer na casa de 1%. Um dado muito positivo para estes clubes do ponto de vista comercial.

– O papo entre fanáticos é que torcer para um segundo clube é quase um pecado. Mas, do ponto de vista mercadológico, é ótimo que te tenham como segundo clube ou, às vezes, até terceiro. Claro que essa pessoa vai dividir o tempo dela, a atenção, o dinheiro. Mas pode te consumir de alguma maneira. Seja assistindo à partida na TV, o que vai aumentar o seu ibope e te ajuda na hora de negociar direitos de transmissão; seja para conseguir patrocinador ou com venda de ingressos. Afinal, pessoas lotam estádios no país inteiro. E, de alguma maneira, sempre há algum benefício a ser tirado desses torcedores – opina o colunista do GLOBO e especialista em finanças do futebol Rodrigo Capelo.

Como se trata de um recorte específico dentro da pesquisa, sobre o qual não se aplica a margem de erro geral do levantamento, de dois pontos, o Ipec afirma que os percentuais neste caso devem ser interpretados apenas numericamente, e não em forma de ranking – já que não seria possível determinar, com a devida confiança, qual time está à frente nesse quesito.

Apesar da rivalidade crescente entre Flamengo e Palmeiras dentro de campo, fora dele há convivência harmônica entre os times no coração dos brasileiros. Entre os torcedores que citam o Palmeiras como segundo time, a correlação mais frequente é com o Flamengo: um em cada cinco palmeirenses “de segunda” (21,9%) citaram o clube rubro-negro como sua primeira torcida. A reciprocidade, porém, não acontece: no caso dos flamenguistas “de segunda”, quase 30% se declaram primeiramente corintianos, e apenas 7,1% dizem ser palmeirenses.

A pesquisa aponta ainda que, ao falar em clubes que dividem corações, há um especialista no assunto na região Norte. Trata-se do Paysandu, equipe de Belém que já deixou a América boquiaberta, duas décadas atrás, ao derrotar o Boca Jrs. em plena Bombonera nas oitavas de final da Libertadores. O Papão da Curuzu, como é conhecido, registrou menos de 1% das menções no geral. Mais da metade desse conjunto citou o time paraense como segunda preferência.

Clubes do Nordeste, como Vitória (BA), Santa Cruz e Ceará, também foram mais mencionados por pessoas que têm dois times do que por torcedores “exclusivos”. O que leva a uma reflexão sobre o outro lado deste fenômeno. Enquanto os clubes de Rio e São Paulo contam com um público-alvo nacional na busca por receitas, os do Nordeste, Norte e Centro-Oeste dividem o consumidor em seu próprio território.

– Para eles é ruim. Porque o torcedor deles vai dividir atenção e o bolso com outro clube. Só que é uma situação super complexa. Envolve desde as transmissões pelas rádios nos anos 40, 50 e 60; de TV nos 70, 80 e 90, e acesso a dinheiro. Porque estes clubes foram alijados da primeira divisão durante muito tempo – analisa Capelo: – O torcedor do Pará gosta muito do Paysandu, mas quer acompanhar futebol do primeiro escalão. Do ponto de vista do Paysandu, nem chega a ser uma falha dele. Tem a ver com contexto político, econômico e social.

Entre os 11,2% que disseram ter dois times, várias foram as combinações. Flamengo + Paysandu foi a terceira mais citada na pesquisa. Flamengo + Vitória-BA, Corinthians + Ceará e São Paulo + Bahia são as outras duplas no top-10 formadas por um clubes do Sudeste e outro de outra região — todas com menos de 1% de menções totais. A surpresa fica pelas relevantes menções a torcida dupla por rivais regionais: Corinthians + São Paulo, Corinthians + Palmeiras e Flamengo + Vasco também ficaram nas 10 primeiras. A mais citada – com índice parecido ao número total de torcedores de clubes tradicionais como Santa Cruz, Athletico e América-MG – foi, justamente, para os que torcem pelas duas maiores torcidas do país: Flamengo e Corinthians. Torcedores gostam mesmo de estar com a maioria.

Gremistas são os mais ‘fiéis’
Os números mostram ainda quais clubes possuem torcedores mais “fiéis” – e o contrário também. Entre os times mais citados pelos entrevistados, o Grêmio é o que registra maior exclusividade de seus torcedores: 90,6% se dizem apenas gremistas.

Na comparação com os outros três rivais citados, o Palmeiras tem menor exclusividade sobre seus torcedores: 65,5% dos palmeirenses torcem apenas para o clube paulista, enquanto 34,5% também torcem para outro clube. Em termos proporcionais, a cada três palmeirenses identificados na pesquisa, um também manifestou ter outra torcida. Nos casos de Flamengo e Corinthians, a taxa de fidelidade fica acima de 80%. O São Paulo aparece com 75,6% de torcedores exclusivos.

Link do Artigo do FlaResenha

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