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Técnico do sub-17 do Flamengo repassa temporada e analisa promessas do clube


16/11/2021 13:56

Técnico do sub-17 do Flamengo repassa temporada e analisa promessas do clube

Mario Jorge orienta Matheus França e Mateusão em preleção do Flamengo — Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Campeão brasileiro, da Copa do Brasil e da Supercopa do Brasil, o Flamengo dominou a categoria sub-17 em 2021. Um dos responsáveis pela grande temporada foi o técnico Mario Jorge. Desde 2006 no clube, ele assumiu os juvenis há nove meses e teve a missão de comandar um grupo de jovens talentosíssimos, com uma profusão de opções ofensivas.

Mario Jorge tentou ir no caminho contrário do que muitas vezes se vê no futebol brasileiro. Com cinco jogadores ofensivos (Matheus França, Victor Hugo, Matheus Gonçalves, Petterson e Mateusão), conseguiu dar um jeito de escalar todos eles juntos em boa parte dos jogos. Com o tempo e os desfalques, a formação se modificou, e dois volantes se consolidaram no time: Dudu e Vitor Müller.

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Ainda assim, o Flamengo terminou a Copa do Brasil sub-17 aliando um futebol agressivo e seguro. A final contra o São Paulo foi um exemplo: seis gols marcados e apenas um sofrido.

– A gente tem uma geração de jogadores, principalmente do meio de campo para a frente, jogadores muito agressivos, jogadores que gostam de procurar o gol, que se procuram. E nós tentamos dar equilíbrio para isso. Muitas vezes tivemos que abrir mão de um desses jogadores desse quinteto pra termos um pouco mais de equilíbrio e solidez na defesa. Mas eu acho que não foi um time só ofensivo, né? Foi uma equipe equilibrada para os dois momentos (ataque e defesa), onde todos participavam efetivamente. A construção de gols em muitas ocasiões começava com o Dyogo, assim como a nossa marcação, em muitas vezes, começava com uma primeira pressão do Mateusão ou do Matheus França. O equilíbrio pra mim foi a parte principal dessa equipe. Eles têm uma vocação ofensiva muito forte, mas se dedicam demais para defender – contou Mario Jorge ao ge.

O time sub-17 do Flamengo busca ainda mais um título na temporada: o do Campeonato Carioca. A equipe pega o Vasco na semifinal no próximo sábado. Mas é inevitável que se comece a projetar o futuro. Com boa parte dos destaques do time estourando a idade, o planejamento é que eles formem a base que irá disputar a Copa São Paulo de Juniores em janeiro de 2022, em uma mescla com jogadores que já estão no sub-20.

Nos bastidores, o clube também se movimenta para valorizar seus destaques. Depois de Matheus França renovar, o Flamengo tem encaminhado um acerto com Victor Hugo até 2027 – informação divulgada pelo jornal “O Dia” e confirmada pelo ge. Ambos terão multa rescisória de 100 milhões de euros.

Nesta entrevista, Mario Jorge analisa a temporada, explica o processo de montagem da equipe, exalta outros nomes do elenco e também avalia o desenvolvimento das principais promessas.

Confira:

ge: O sub-17 do Flamengo ganhou os principais títulos da categoria no ano. Para você, qual foi o maior motivo por trás desta temporada tão vitoriosa?

Mario Jorge: O grande propósito foi a gente tentar ser melhor a cada dia, e esse meninos se superaram de todas as formas. Os meninos compraram uma ideia e se reinventaram, uma geração que para o clube ainda não tinha conquistado títulos de grande expressão, e eles conseguiram nessa temporada ter êxito nas competições.

– Os meninos foram fantásticos! São competidores na essência. É isso que vai fazer com que eles sejam diferentes. Eles gostam de desafios, não desistem dos jogos. Isso vai ser uma baita diferença para essa geração.
ge: O Flamengo foi campeão jogando um futebol ofensivo, com muitas goleadas durante a campanha. Você pode explicar qual era sua ideia de jogo com este time? Quais seus maiores princípios para uma equipe?

– A gente tem uma geração de jogadores, principalmente do meio de campo para a frente, jogadores muito agressivos, jogadores que gostam de procurar o gol, que se procuram. E nós tentamos dar equilíbrio pra isso. Muitas vezes tivemos que abrir mão de um desses jogadores desse quinteto pra termos um pouco mais de equilíbrio e solidez na defesa. Mas eu acho que não foi um time só ofensivo, né? Foi uma equipe equilibrada para os dois momentos (ataque e defesa), onde todos participavam efetivamente.

– A construção de gols em muitas ocasiões começava com o Dyogo, assim como a nossa marcação, em muitas vezes, começava com uma primeira pressão do Mateusão ou do Matheus França. O equilíbrio pra mim foi a parte principal dessa equipe. Eles têm uma vocação ofensiva muito forte, mas se dedicam demais para defender.

No começo do ano o Matheus Gonçalves ainda era muito novo e jogava na reserva. Você deu um jeito de acomodá-lo no time sem perder outros jogadores ofensivos, como França, Victor Hugo, Petterson e Mateusão. Como foi o processo para conseguir escalar tantos atletas ofensivos no time e manter o equilíbrio?

– O processo para conseguir colocar esses jogadores foi fazer com que eles cumpissem as funções principalmente quando a gente não tem a bola. A gente tem uma forte tendência no Brasil dos jogadores mais técnicos não terem compromisso sem a bola. E como a gente propôs para os meninos era pra eles tentarem ser diferentes em todos os momentos.

– Colocar o Matheus Gonçalves não foi uma tarefa fácil, porque era uma equipe que estava equilibrada na quinta rodada do Campeonato Brasileiro, com cinco jogos e cinco vitórias. Mas nós convivemos com desfalques, e isso acabou facilitando. Ter jogador bom é sempre uma coisa boa para o treinador, ele que tem que quebrar a cabeça e dar um jeito de por os meninos para jogarem.

– O Matheus Gonçalves é um talento, um menino diferente. Eu me vejo muito nele. Não como jogador, pois eu não chegava nem aos pés dele. Mas na personalidade, na irreverência, no alto astral. Eu me vejo muito com 16 anos nele. Eu tenho um carinho enorme por esse menino, espero que em um futuro bem próximo ele consiga levar o que ele fez no Sub-17 para o Sub-20 e sucessivamente no profissional.

O quinteto ofensivo chamou muita atenção, mas o Flamengo teve outros jogadores importantes, como o Dudu, o Darlan e o Dyogo. Qual foi o papel destes atletas na equipe?

– O quinteto ofensivo acabou aparecendo muito porque eles terminam as jogadas. E na maioria das vezes no futebol, os jogadores que fazem o gol são os lembrados. Mas eu não vou falar só destes três nomes. Eu vou falar de todos eles.

– Francisco Dyogo fez uma temporada incrível. Muito maduro, muito inteiro durante a competição, um belo goleiro e uma bela liderança. Samuel (lateral-direito) foi uma baita surpresa! Ele me surpreendeu pela sua regularidade e evolução, principalmente no segundo semestre. Um baita de um jogador! Ele trabalha calado.

– Falando sobre os zagueiros, Kauã fez um primeiro semestre incrível. Ele quebrou o pé em um lance bobo, na final e depois a gente conseguiu trazer o Iago, que é um jogador novo, (geração) 2005, mas que deu conta no recado. E para mim, o jogador mais regular chama-se Darlan. Uma grande liderança. Ele é maduro, equilibrado em todos os momentos, um jogador fora da curva, pelo papel que ele exerce dentro do campo, um capitão sem ter a faixa. O apelido dele é “Capita”.

– O Zé Welinton é um baita de um lateral, um talento com uma vocação ofensiva absurda, ele melhorou muito defensivamente e a capacidade dele de se adaptar ao Flamengo foi sensacional! E vou falar de dois jogadores fundamentais que proporcionaram o equilíbrio da equipe, que se doaram o tempo todo, que fizeram de tudo para os demais jogadores brilhassem, Vitor Muller e Dudu. Esses caras fizeram um trabalho impecável durante toda a temporada. Eu não tinha como abrir mão dos dois, eles foram fantásticos pra mim e para o Flamengo.

Boa parte desta equipe campeã estoura a idade e irá para o sub-20 em 2022. Como será a remontagem deste time? Vocês já iniciaram este planejamento?

– O trabalho de 2022 já está funcionando a todo vapor. O Leonardo Ramos cuida dessa categoria (sub-16), é um cara que participou de todos os momentos com a gente. É uma pessoa que eu tenho muita confiança no que ele pode entregar, é um baita de amigo, eu confio demais no que ele pode me entregar para o ano que vem. Alguns dos meninos já estavam com a gente. É o caso do Iago, do Matheus Gonçalves, Lucas Matheus, Rayan, Carbone. Alguns desses meninos participaram efetivamente do Brasileirão ou da Copa do Brasil.

– Mas se tem uma coisa que podemos nos orgulhar é da linha de trabalho que temos hoje no Flamengo. Esse grupo sobe para o Fabio Matias para fazer uma Copa São Paulo, para fazer o Sub-20, um grupo muito equilibrado, e tenho certeza que vai render bons frutos para o clube, em todos os sentidos.

O Matheus França talvez seja o jogador que mais se destacou externamente com esta campanha. Como você vê o desenvolvimento dele? O que acha que faz dele um jogador tão promissor?

– O Matheus França é um jogador extremamente talentoso, eu brinco com os meninos que ele tem uma força funcional, ele consegue aliar o seu vigor, o seu potencial físico, ao seu jogo. É um jogador extremamente promissor. Acredito muito que a engrenagem, que a equipe, conseguiu fazer o França se tornar um jogador melhor. E acredito muito que em um futuro próximo ele vai estar no profissional, rendendo tecnicamente para o clube.

Victor Hugo, apesar de meia, foi o artilheiro do time na temporada. A que se deve este crescimento dele? Como você vê a projeção dele no clube?

– O Victor Hugo é um meia clássico, que era cobrado para colocar o pé na área, agora eu tenho que pedir para ele sair um pouquinho da área, pra ele fazer a função de meia, pois ele virou quase que um segundo atacante, e na estrutura que a gente tinha da equipe ele ficava muito mais próximo do Mateusão e do França.

– É um jogador extremamente talentoso e técnico, e ganhou essa vocação de artilheiro. Ele está com a gente desde o Sub-14, sempre jogou em uma categoria acima, e eu acho que esse ano foi o ano dele desabrochar, não por ter feito tantos gols, mas de se consolidar como atleta. Ele é extremamente forte, participativo, decisivo, um talento. Em um futuro bem próximo, junto com o time do sub-17, darão muitas alegrias e retorno para a nossa torcida e nosso clube. É isso que a gente espera!

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