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Rodrigo Caio, do Flamengo, promete respeitar limites: sobrevivente


12/5/2022 07:55

Zagueiro repete à exaustão que só voltaria a jogar quando se sentisse saudável e faz uma série de agradecimentos à família, aos companheiros, a Paulo Sousa e ao DM rubro-negro

Rodrigo Caio, do Flamengo, promete respeitar limites: sobrevivente

Rodrigo Caio triunfou após 159 dias sem jogar. Venceu a desconfiança externa, superou etapas de trabalho em até três períodos diários e desistiu de desafiar o próprio corpo.

Grande notícia da noite em Volta Redonda, talvez até mais relevante do que a vitória por 2 a 0 sobre o Altos, a volta do zagueiro foi celebrada com frases firmes e lições: saúde é o que interessa e limites merecem ser respeitados.

– É um pouco da minha criação, sempre fui um cara muito convicto do que eu quero. Dos meus sonhos, desejos e vontades. E isso é algo que sempre veio de dentro de mim. Com 15 anos, quando tive minha primeira lesão, uma lesão muito séria, algumas pessoas diziam que eu não voltaria a jogar. E eu mostrei para mim mesmo, junto com a minha família e Deus, que voltaria.

– E voltaria mais forte do que nunca. A minha vida se resume a ser um sobrevivente. Então eu nunca vou desistir dos meus sonhos, do que quero e daquilo que eu acredito como pessoa. Para mim, isso é uma questão de vida. Fico muito honrado em poder retornar novamente com saúde, em poder fazer o que eu amo e voltar a ajudar meus companheiros. Vamos em frente que a história do Rodrigo só está começando – disse em longa entrevista na zona mista.

O gol de Gabigol, o primeiro do triunfo que conduziu o Flamengo às oitavas de final da Copa do Brasil, teve Rodrigo Caio como grande alvo dos cumprimentos e pulos dos companheiros. O momento fez o capitão rubro-negro na noite de quarta-feira se sentir literalmente abraçado.

– Foi um momento marcante para mim. Eu senti um carinho e uma amizade muito grande. Isso foi muito importante para que eu pudesse chegar hoje e fazer o meu trabalho bem feito. O Gabi brincou comigo que se tivesse um pênalti enquanto eu estivesse no campo eu iria bater.
Rodrigo Caio, de 28 anos (faz 29 em agosto), repetiu à exaustão que só voltaria quando se sentisse saudável. E disse que 2021 o fez aprender o quanto é necessário não forçar a barra em momentos nos quais o corpo pede uma pausa.

– O ano de 2021 foi muito difícil para mim. Segurei o máximo porque eu não queria ficar fora dos jogos. E eu levei o meu corpo ao maior limite possível. Infelizmente a gente paga o preço em algum momento, e eu paguei esse preço. Em algum momento eu achei que era mais forte do que a dor, e a gente não é mais forte que a dor. Hoje eu entendo que a gente tem um limite e precisa respeitar esse limite.

– Lembro que quando chegava em casa destruído de um jogo e no outro dia quando eu acordava e colocava os pés no chão com muita dor, eu não podia abraçar meu filho, pegá-lo no colo e nem sair para fazer nada com a minha esposa ou com a minha família. E isso não era uma vida que eu queria. Aguentei até o final onde eu junto com o departamento médico falei: “Cara, preciso fazer essa artroscopia para poder fazer uma limpeza no meu joelho e para que eu possa voltar a jogar saudável”.
– E todo o processo que foi até aqui nesses 155 dias foi pensando somente nisso. E eu fui bem claro ao departamento médico: “Só vou voltar quando eu me sentir 100% e me sentir saudável novamente”. E hoje posso dizer que estou saudável, e isso é muito gratificante.
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Nunca mais levar o corpo ao limite

– Espero que, com o decorrer dos jogos, eu possa me sentir cada vez melhor. O que podemos controlar é ao se cuidar e fazer o máximo possível para se recuperar. E uma coisa que nunca mais farei com meu corpo é levá-lo ao limite. Ele me mostrou e me deu um alerta que ele não vai aguentar. Esse foi um aprendizado muito grande para mim.

Agradecimentos e dificuldades durante a recuperação

– Foi muito emocionante para mim. É um retorno que só eu sei o quanto eu trabalhei. Agradecer muito a Deus por ter me fortalecido em todos esses momentos, sem dúvida foi um dos momentos mais difíceis da minha carreira e da minha vida. Não foi a primeira vez, já tive algumas lesões na minha carreira em que fiquei muito tempo parado. Mas essa foi um pouco diferente, por tudo que passei, pela infecção, foram 13 dias no hospital. Mas Deus me honrou, me fortaleceu muito. Tive apoio incondicional da minha família, que esteve em todos os momentos do meu lado. Dos meus amigos.

– O departamento médico do Flamengo foi fundamental em todo esse processo. Teve calma em todos os processos dia a dia para que eu pudesse retornar com saúde, que era o mais importante para mim.

Visita de Paulo Sousa e “saudável depois de muito tempo”

– Agradeço aos meus companheiros, ao mister, que foi fundamental. Lembro como se fosse hoje o dia em que ele foi me visitar, e isso me deu uma força muito grande para que eu pudesse voltar a jogar. Me senti uma pessoa importante no elenco, e isso foi muito gratificante.

– Agradeço a todos que fizeram parte do processo. Hoje poder voltar a jogar e me sentir novamente com saúde, algo que eu não sentia há muito tempo. É muito gratificante, fico muito feliz, e só tenho a agradecer a Deus.

Parte psicológica

– Esse foi o fator principal: me fortalecer mentalmente porque foi um baque muito grande. Lembro quando saí do Rio para ir à minha cidade, no interior, eu não estava andando ainda, foi no dia 14. E eu tive uma conversa muito franca com o Tannure e com o médico que me operou, que foi o Max. E disse para eles: “vou levar um fisioterapeuta porque quero me recuperar antes do tempo e quero voltar a jogar o quanto antes”.

– Infelizmente aconteceu uma infecção inesperada que me afetou muito. Foi um baque muito forte porque quando eu retornei fui diretamente internado. Foi um processo para combater essa infecção. Naquele momento dei uma baqueada muito forte. Quando você entra no hospital é você e você. Lembro que eu orava todos os dias e pedia muito a Deus para me fortalecer para não deixar minha cabeça ir embora porque era só o que eu tinha no momento.
Sem resposta aos que não acreditaram nele e lembrança de trabalho em período integral

– E sobre todas as pessoas que não acreditaram em mim, eu não estou aqui para dar resposta a eles. Estou aqui para dar resposta para mim mesmo. Que sou um guerreiro, que acredito muito em mim e que tenho um Deus que não falha nunca. Isso é o mais importante.

– Muito feliz pela minha volta. Trabalhei incansavelmente de manhã, de tarde e de noite para que eu pudesse me recuperar. Junto com o departamento médico e com o meu fisioterapeuta particular. Então foram esses os meus 155 dias de recuperação. De muito trabalho, muita dedicação e de muita crença que tudo daria certo.

“A todo momento eu tinha vontade de chorar”

– O carinho que eu tive de todos os meus companheiros foi algo especial demais. A todo momento eu tinha vontade de chorar, mas sou um pouco durão, é difícil chorar. Foi muito emocionante para mim. Só eu sei o quanto eu trabalhei. Então só tenho a agradecer aos meus companheiros, ao mister, a toda comissão técnica, ao departamento médico. Viram todo o meu trabalho e minha dedicação.
“Clube que aprendi a amar”
– Fico muito honrado em poder entrar em campo, vestir essa camisa grandiosa e poder continuar escrevendo minha história nesse clube que aprendi a amar. É uma honra muito grande. E fico feliz de ter entrado em campo, por ter feito o meu trabalho e de ter jogado esses 45 minutos que estavam determinados para eu jogar. Espero ter sequência, cada vez mais estar dentro do grupo para poder ajudar porque temos grandes coisas para disputar nessa temporada e vamos em busca de grandes títulos.
Mensagem de Diego e fé num futuro próspero no Flamengo

– Lembro uma mensagem do Diego Ribas quando ele me mandou uma mensagem perguntando: “Como você está, Rodrigo? Que aconteceu?”. Respondi: “Diegão, eu estou bem, mas a única coisa que peço para você é que você ore por mim”. Era só isso que eu tinha naquele momento. Tive uma aproximação muito grande com Deus, e eu me fortaleci muito, acreditei até o fim que sairia daquele momento. Só tenho a agradecer a todos que me apoiaram e a todos que tiveram comigo.

– Foi um momento muito difícil, mas um momento de muito fortalecimento mental e espiritual. Hoje só tenho a agradecer a Deus. Feliz. E tenho certeza que a história do Rodrigo Caio não vai parar por aqui. Pelo contrário: terão muitas coisas maravilhosas pela frente, vou trabalhar muito para isso e pode ter certeza.
Flamengo com muitos zagueiros lesionados

– E a questão de muitos zagueiros e jogadores machucados faz parte do nosso calendário e do que é o futebol brasileiro. Jogamos hoje aqui às 19h30, sábado vamos jogar às 16h30 em Fortaleza num calor insuportável e com uma viagem longa. Faz parte do futebol, e a gente tem que tentar minimizar os riscos descansando o máximo possível e fazendo todo o trabalho de recuperação para poder estar saudável em campo.

– E o que o mister vem fazendo, rodando os jogadores e contando com todo mundo. A gente espera poder controlar isso sem nenhuma lesão. Mas a gente sabe que é muito difícil porque o calendário é muito apertado. Esperamos que todos os jogadores possam retornar porque precisamos de todos saudáveis.

Como será a sequência: há programação com a comissão e médicos?

– Ainda não tive essa conversa com o mister e com a comissão. Quero estar à disposição, quero ajudar dentro de campo ou fora, respeitando meus companheiros e a decisão do mister. Que eu possa continuar evoluindo, seguindo meu trabalho, e isso é o mais importante para mim.
Rodrigo Caio voltou com saúde. “E que saúde”, como diz a gíria. Foi o jogador que mais tocou na bola no primeiro tempo e só errou um dentre os 54 passes tentados. Fez dois desarmes e teve atuação segura. O adversário, é verdade, deu pouco trabalho, mas o camisa 3 foi preciso quando exigido.

– Na hora que teve o pênalti, olhei para ele brincando e disse: “Era para eu bater” (risos). Mas feliz demais primeiramente por ter voltado e por poder fazer parte desse grupo maravilhoso, dessa família Flamengo. Que a gente possa seguir nesse trabalho duro e sério para podermos alcançar os nossos objetivos.


66 visitas – Fonte: Globo esporte



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