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Rocha: Com estratégia e menos erros, Palmeiras é justo tricampeão


O Palmeiras sabia que seria fundamental abrir o placar na final da Libertadores para criar um cenário mais confortável contra o Flamengo, no Estádio Centenário. Abel Ferreira, que se debruçou sobre as características do adversário, imaginando que todos os titulares rubro-negros estariam em campo, desenhou uma jogada para marcar o primeiro gol.

Primeiro o português surpreendeu com a distribuição dos seus atletas em campo: O que aparentemente seria um 4-2-3-1 virou um 3-4-2-1, com Piquerez como terceiro zagueiro, Gustavo Scarpa na ala esquerda. Dudu e Raphael Veiga como meias atrás de Rony, mais por dentro, deixando os corredores laterais para os alas.

Foi justamente pela direita, com Mayke, substituto do suspenso Marcos Rocha, que surgiu o ataque do gol. Manipulando a marcação por encaixes do Flamengo, Dudu atraiu Filipe Luís e Bruno Henrique não voltou a tempo de acompanhar o lateral direito, que recebeu belo passe longo de Gustavo Gómez e cruzou para trás.

Raphael Veiga, que partiu da esquerda, a partir do momento em que o companheiro recebeu a bola na ponta, desgarrou de Isla em um movimento por trás de Arão para receber no local exato do passe. Com jogada nitidamente treinada, o Palmeiras abria o placar aos cinco minutos de jogo.

O Flamengo ajustou o posicionamento defensivo, com Renê no lugar do novamente lesionado Filipe Luís e esperando Mayke, enquanto Andreas Pereira cuidava de Dudu por dentro. O Palmeiras não criou mais nada tão efetivo pela direita, porém a vantagem já estava conquistada. E o temido lado direito do Fla, com Everton Ribeiro abrindo para a passagem de Isla, estava bem fechado por Piquerez, Scarpa e Zé Rafael.

Segundo tempo de administração não tão eficiente do 1 a 0, recuando demais as linhas e apostando apenas nas bolas longas para Rony contra Rodrigo Caio e David Luiz. Valeu a resiliência, a força mental para não se desmanchar diante da pressão rubro-negra, recompensada com o empate no lampejo individual:

Gabigol

apareceu pela esquerda, tabelou com De Arrascaeta e chutou forte, entre Weverton e a trave direita.

Tudo poderia ter ruído na única vez em que Michael, substituto de Everton Ribeiro, conseguiu se livrar da imposição física de Piquerez, porém chutou cruzado para fora. O cenário era caótico, com a torcida do Fla, maioria no estádio, enfim acesa e o Palmeiras sem controlar os espaços. Mas passou e veio a prorrogação.

Pausa para Abel aprumar mentalmente e reorganizar sua equipe. Montada para acelerar pelas pontas, com Rony e Wesley, e contando com uma nova referência na frente para brigar com a zaga rival: Deyverson, que passou Luiz Adriano pelo gol e por conta da luta no empate por 2 a 2 dos reservas contra o Atlético Mineiro. Assim como Breno Lopes marcara sobre o

Vasco

, quatro dias antes da final de 2020 contra o Santos.

Falha de Andreas Pereira, o camisa nove não perdoou. Depois foi manter a organização, sem substituições exageradamente defensivas, enquanto Renato Gaúcho do outro lado esvaziava o meio lotando o time de atacantes e criando quase nada. Errando menos em final tensa e novamente definida nos detalhes, o Palmeiras é tricampeão da Libertadores, se juntando a São Paulo, Santos e

Grêmio

.

Justo, porque tinha uma estratégia e a executou, mesmo sem ser perfeito. Melhor, porém, que o adversário entregue à aleatoriedade que vive dos talentos e parecia um time dos anos 1990 ou início dos 2000. Só que o acaso pode gerar erro grave de um dos melhores em campo. Andreas lutou, mas falhou.

E o time que correu risco de terminar a temporada sem conquistas alcançou justamente a mais desejada. À sua maneira, gigante que se colocou como “zebra” desde o duelo com o São Paulo nas quartas. Sempre empurrando o favoritismo para o outro lado, viabilizando a mobilização “contra tudo e contra todos” de Abel Ferreira.

Deu certo novamente. E o português entra definitivamente na lista de grandes treinadores da história do clube e do

futebol

nacional e sul-americano. Sem revolução, mas sobrando na indigência dos treinadores brasileiros. Porque pensa mais e erra menos. Por aqui é o suficiente.

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