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Rizzo: brasileiros deveriam boicotar torneios da Conmebol contra o racismo


Só há uma maneira de a Conmebol tratar com mais rigor os

casos de racismo que vão se acumulando nas competições organizadas pela entidade

: um boicote dos clubes brasileiros. E já antecipo que isso jamais acontecerá, ou seja, continuaremos convivendo com imitações de macaco e bananas arremessadas como se fosse algo “pontual”.

Não ter representantes do Brasil em seus torneios seria desastroso para a confederação sul-americana. Aproximadamente 40% das receitas da

Libertadores

e da

Sul-Americana

são vinculadas à participação dos times brasileiros — em 2021 a arrecadação nessas competições foi de US$ 274 milhões.

A venda dos direitos de transmissão, por exemplo, que passa neste exato momento por processo de concorrência é feita separadamente para o Brasil justamente por entrar muito dinheiro por aqui — e há expectativa do mercado de contratos com valores recordes a partir de 2023.

Imagine se os clubes avisassem que não participariam da edição de 2023, a não ser que a Conmebol passasse a levar a sério quando torcedores na arquibancada imitassem macacos ou jogassem bananas no gramado ou em membros de torcidas rivais?

Como mostrou o repórter Igor Siqueira no UOL Esporte, a Conmebol pune com mais rigor infrações de marketing do que por racismo.

Mesmo considerando que atitudes de torcedores não são diretamente culpa dos clubes, se não houver a responsabilização da associação, com punições pesadas que gerem perda de ponto e até eliminação, nada vai mudar.

Problema é que não adianta apenas fazer campanhas em redes sociais e levantar hashtags como #racismonao — os clubes deveriam ter coragem de perder dinheiro de cotas para tentar diminuir esses casos. E aí entra o primeiro, e principal, motivo de ser zero a chance de um boicote: as premiações da Libertadores e da Sul-Americana têm melhorado ano a ano e se tornaram parte importante na receita dos clubes. Campeão da Libertadores em 2021, o Palmeiras levou US$ 22,5 milhões, somando todas as fases.

Para uma iniciativa dessa ter sucesso seria preciso o apoio da CBF, até para servir de barreira a problemas jurídicos para os clubes. Qual a chance, porém, da confederação brasileira peitar a Conmebol e, por tabela, a Fifa? Há também um terceiro obstáculo: alguém imagina 14 ou 15 clubes do Brasil unidos por um objetivo comum?

Por isso continuaremos a ver imitações de macaco e bananas arremessadas como se fosse algo corriqueiro.

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