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“Quero voltar ao Flamengo”, afirma Jorge Jesus


Jorge Jesus, ex-técnico do Flamengo – Foto: Alexandre Vidal

GLOBO ESPORTE: Jorge Jesus quer voltar ao Flamengo. Quem afirma é o próprio treinador, que garantiu esperar até o próximo dia 20 por proposta do clube carioca em entrevista ao colunista Renato Mauricio Prado, do “UOL”.

“Quero voltar, sim. Mas não depende só de mim. Posso esperar até pelo menos o dia 20. Depois disso, tenho que decidir minha vida”, disse. Mas por que não continuou, após renovar o contrato?

“A pandemia me afetou demais. Foi algo absolutamente inesperado e devastador. Fiquei completamente só. Um funcionário deixava a comida na soleira da porta do meu apartamento e saía correndo. Parecia que eu estava vivendo num leprosário. Era muito difícil. Por isso, quando surgiu o convite do presidente do Benfica, um velho amigo, aquela me pareceu a melhor opção. Inclusive para voltar a viver perto da minha família”, revelou.

Afinal, Marcos Braz e Bruno Spindel chegaram a convidá-lo para voltar, quando estiverem em sua casa, em Portugal, no final do ano passado?

“Não. A conversa foi superficial e em momento algum me fizeram um convite ou, ao menos, me perguntaram se eu queria voltar. E aquele era um momento difícil, pois se eu pedisse demissão do Benfica, teria que pagar uma multa de 10 milhões de euros. Por isso, tinha sugerido que só viajassem para Portugal em final de janeiro, quando a situação seria mais fácil para negociar. Mas quiseram ir em dezembro e a sensação que tenho é que, quando me visitaram, já tinham tomado a decisão de contratar o Paulo Sousa. Foram apenas cumprir uma obrigação social comigo.”

Mas respondendo objetivamente à pergunta: “Braz e Spindel não me convidaram para voltar em dezembro.”

Jesus se queixou ainda de que a visita dos cartolas rubro-negros em dezembro só criou problemas para ele:

“Foram ver um jogo do Benfica no camarote do Porto, deram várias entrevistas, criaram uma balbúrdia desnecessária. Se me quisessem mesmo, teriam ido em janeiro, como sugeri, e poderíamos ter acertado.”

Enquanto a bola rolava contra o Talleres, o Mister confessou que, atualmente, não costuma, nem gosta muito de ver os jogos do Flamengo ao vivo. Prefere assistir às reprises, já sabendo do resultado:

“Esse time ainda mexe comigo. Me incomoda vê-lo em dificuldades. Tenho certeza de que se eu tivesse continuado teríamos conseguido uma longa hegemonia por aqui. Estávamos bem à frente dos demais.”

No início do confronto, Jesus se mostrava esperançoso: “Os quatro avançados (Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique) estão jogando mais ou menos como no meu tempo. E quando todos eles estão bem, o time funciona. Mas basta um estar mal, ou não jogar, que as coisas já não fluem”, comentou.

E não fluíam em Córdoba. Mesmo num gramado que parecia um tapete e tendo pela frente um adversário limitado, que faz péssima campanha na Copa da Liga argentina, o Flamengo penava e o gol contra de Arão complicou ainda mais as coisas. Lembrando que foi sob suas ordens que o outrora segundo volante passou a jogar, e muito bem, como “trinco” (primeiro volante), Jesus admitiu que dificilmente o usaria como zagueiro:

“Não é a dele. Só em situações excepcionais, para substituir um zagueiro por um atacante, por exemplo, recuando-o no final de um jogo em que precisássemos desesperadamente fazer um gol”, explicou.

Uma vez mais, a equipe de Sousa repetia o conhecido padrão de irritar seus torcedores. A ponto de o Mister resmungar, inconformado: “Estão completamente sem foco!”

O Flamengo dava liberdade para o Talleres sair jogando sem ser incomodado, o que resultava em dificuldades para a defesa rubro-negra, obrigando o goleiro Santos a se desdobrar. Goleiro de Liga e goleiro de Copas? Jesus faz uma careta, deixando evidente que não é fã da ideia. O que mais o incomodava, entretanto, era o abandono da marcação pressão na saída de bola do adversário. Perguntei-lhe a respeito:

“Esse era o ponto de partida da nossa estratégia. Marcar forte os zagueiros adversários e adiantar nosso time todo, colocando a linha de defesa no meio-campo. Sufocar e retomar o ataque já próximo ao gol. Mas desde que saí, isso foi se perdendo. Em determinadas situações do jogo, é aceitável e compreensível marcar mais atrás. Mas não dando muitos espaços entre os setores, como está fazendo agora.”

Pelo Flamengo, Jorge Jesus viveu um ano mágico em 2019 e conquistou Campeonato Brasileiro, Libertadores, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Campeonato Carioca.

Desde que deixou o Benfica, no fim de 2021, Jorge Jesus não assumiu o comando de nenhum clube. Pouco antes de deixar o clube de Lisboa, o português foi sondado pelo Flamengo. Mas, no momento que saiu, o Rubro-Negro já havia fechado com Paulo Sousa, atual técnico.

No início do ano, ele foi alvo do Atlético-MG, mas as negociações não foram adiante. Recentemente, Jesus foi especulado no Fenerbahçe, da Turquia. Mas nenhuma decisão deve ser tomada antes do fim das férias, de acordo com o técnico.

Link do Artigo do FlaResenha

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