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Por que Liga iniciou só com oito times e o que ocorre se não resolver racha


A Liga de Clubes do Brasil teve seu estatuto aprovado e assinado por oito times, dos 40 times das Séries A e B. A discordância de equipes sobre a divisão de dinheiro de TV e da Segundona impediu uma adesão plena: outros 14 times da Série A divulgaram carta (veja no final) explicando porque não entraram no grupo. Mas por que que os times decidiram iniciar mesmo com um grupo menor à espera de adesões? Como fica o cenário se persistir a divergência?

O grupo de seis clubes – Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino – entende que não dav mais para ficarem parados. Assinaram com a empresa Codajás que desenvolveu a estrutura da Liga, juntamente com advogados indicados pelos times.

Com o modelo pronto, enviaram o documento para os 20 clubes da Série A. Juntamente com Cruzeiro e Ponte Preta, assinaram o estatuto para ter um ponto de partida mesmo que, posteriormente, atraiam os outros times. É um princípio do que ocorreu em outras ligas como a Premier Legue, que começou com um grupo de Big 6, formado pelos seis maiores clubes da época. A ideia é atrair os outros.

Houve discordância por parte do grupo Forte Futebol, que reúne 10 clubes da Série A, por conta da divisão do dinheiro da TV. A proposta dos grandes clubes é de 40% igual, 30% por premiação e 30% de engajamento de torcida. Está no anexo ao estatuto, mas não é obrigatório. É uma premissa que os clubes ainda têm que aprovar.

A aposta dos seis clubes é de que os outros times entrem no grupo e topem discutir as cotas dentro da própria Liga. Mas, entre os grandes clubes, há uma premissa de que terá de haver algum critério por audiência e torcida, não dá para ser totalmente igual.

Inicialmente, clubes como Atlético-MG e Vasco deram sinalizações de que podem aderir. Grêmio e Inter também seriam possibilidades de entrar no grupo.

Mas, no final do dia, houve a carta dos14 clubes, incluindo o Atlético-MG, Inter, Fluminense e Botafogo e mais o grupo Forte Futebol – com Fortaleza, Ceará, Athletico, Atlético-GO, Juventude, Goiás, Cuiabá. Deixaram claro que as concessões feitas pelos outros clubes não foram suficientes: consideraram como aquém.

Há críticas a três pontos: 1) percentual da divisão igualitária, querem que seja 50% 2) critério de premiação, querem uma diferença menor entre o primeiro e os últimos 3) critério de engajamento por torcida, querem entender como funcionará. A posição é de que, sem mudanças, não assinarão a Liga. O caso terá de ser resolvido até o dia 12 de maio quando está prevista uma reunião da Liga na CBF.

Caso esses clubes não aceitem aderir à Liga, o grupo de seis clubes paulistas e Flamengo formará um bloco econômico para negociar seus direitos em conjunto. Esses times, juntos, terão 24 jogos do Flamengo, 24 jogos do Palmeiras, 24 do Corinthians, do São Paulo.

Do outro lado, o movimento Forte Futebol teria, neste momento, metade dos jogos da Série A. Entre eles, estariam 10 jogos do Flamengo, 10 do Corinthians, 10 do São Paulo, etc. Seria as partidas em que os times do Forte Futebol têm mando de campo. Esse grupo pode se ampliar caso Atlético-MG, Fluminense, Botafogo e Inter decidam negociar com os outros. Seria também um pacote valioso.

O cenário ainda não está claro. Ou o Brasil terá uma Liga de fato para organizar o Brasileiro, ou terá dois grupos econômicos negociando contratos em separado pelos direitos da competição. Seria a substituição da fragmentação de negociações individuais.

Carta de 14 clubes da Série A:

“Os clubes signatários receberam, na última sexta-feira, a convocação para a reunião realizada nesta terça-feira (03/05/2022) em São Paulo, com o objetivo de discutir os termos da criação da Liga de futebol profissional brasileira.

Os clubes prontamente se dispuseram a comparecer ao encontro, a despeito da convocação emergencial, demonstrando, com isso, que estão absolutamente cientes e engajados na formalização da entidade, com ampla adesão das Séries A e B.

Entre as muitas razões para a formação da liga está a premente necessidade de se elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, resgatando seu protagonismo no cenário mundial. O caminho para alcançar este objetivo é, sim, a construção de um campeonato forte, com clubes revitalizados e um padrão de equanimidade nas condições de disputa.

A ideia da liga tem o mérito de prever maiores receitas para os clubes, que poderiam conviver em um ambiente mais equilibrado financeiramente. Porém, as condições apresentadas para a incorporação das agremiações à Liga ainda não permitem exatamente o cumprimento do objetivo principal, que é a busca de uma equanimidade entre os clubes.

O documento apresentado e por ora assinado apenas por alguns Clubes apresenta regras de distribuição de receitas que pouco reduzem a atual disparidade de divisão de receitas. Há sim ali uma redução da diferença, mas ainda aquém do ideal, o que pode ser facilmente atingido por meio do diálogo.

Entre as várias questões a serem discutidas, os aspectos principais são o percentual previamente definido para a distribuição de receita igualitária, o limite a ser estabelecido como diferença de receita entre o primeiro e o último clube da competição. Há, ainda, outros pontos a serem debatidos, sobretudo no que tange ao critério de engajamento, mas que podem ser objeto de aprofundamento após o efetivo ingresso dos Clubes signatários na Liga.

Os clubes signatários desta carta se dispõem a assinar a formação da Liga tão logo seja possível uma análise aprofundada sobre os critérios mencionados, além de outros, de menor impacto e que podem ser analisados no momento oportuno, mas igualmente importantes, razão pela qual confiam que, até a próxima reunião, com possíveis avanços no entendimento de solucionar tais pontos será possível chegarmos a uma adesão de Clubes em maior número e com isso a formalização da Liga com muita força e unidade.”

América-MG, Atlético-MG, Athletico-PR, Atletico-GO, Avai, Botafogo, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude

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