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População enxerga esporte brasileiro como “corrupto”. Como mudar a imagem?


Por Gaqbriel Coccetrone

Uma pesquisa realizada pelo IGE em parceria com a LAE/IBMEC fez uma importante constatação negativa sobre a forma que a população brasileira enxerga o esporte do país. Para 76,6% das pessoas entrevistadas, trata-se de uma área corrupta ou muito corrupta. Entre as principais razões para esse resultado estão a falta de transparência, descrença nos gestores e o pouco espaço democrático. Os dados revelam uma necessidade urgente dos principais líderes do esporte do Brasil de encontrarem uma maneira de mudaram sua imagem perante o público, mesmo sabendo que isso não acontece do dia para a noite.

“O esporte é o reflexo da sociedade. Sendo ele o reflexo da sociedade, assim como na administração pública, o esporte vem sendo monitorado e cobrado por seus torcedores e apoiadores para que cada vez mais se tenha transparência, profissionalismo e punição aos responsáveis por irregularidades”, afirma Nilo Patussi, advogado especialista em compliance.

“Quando publiquei o livro compliance no

futebol

em sua primeira versão, o seu subtítulo era ‘a tática da democratização, transparência e controles internos’. Isso porquê, segundo minha pesquisa a falta de uma governança corporativa que aplicasse pilares de gestão democrática, transparente e com controles internos autônomos e independentes era uma das principais travas de melhoria da gestão esportiva. Essa pesquisa demonstra que a percepção do público vai muito nessa direção. Mais que mudar o CNPJ de entidades desportivas, precisamos mudar pessoas, processos e cultura”, avalia Fernando Monfardini, advogado especialista em compliance.

“O cerco está se fechando para a corrupção no esporte pois torcedores vem cobrando seus dirigentes, a legislação vem se adaptando as necessidades de controles e responsabilização dos gestores corruptos, patrocinadores já vem cobrando das entidades mais transparência de onde serão aplicados os recursos investidos e, principalmente, resultados esportivos têm sido avançados graças aos bons trabalhos realizados administrativamente”, acrescenta Nilo Patussi.

A falta de transparência foi um dos destaques do levantamento. Cerca de 76,2% dos entrevistados disseram que a gestão do esporte brasileiro é pouco transparente, com metade (50%) acreditando que as entidades esportivas estão prestando contas inadequadamente.

Outro dado que chamou a atenção no levantamento foi que 61% das pessoas classificam o esporte no Brasil como pouco democrático, ou seja, um ambiente que não favorece a discussão de ideias nas decisões.

A pesquisa também traçou uma percepção do público sobre os gestores do esporte brasileiro, afinal, 61,5% os consideram como os principais responsáveis pela corrupção no esporte brasileiro. Dos entrevistados, 48,4% disseram que os dirigentes/gestores são corruptos; 15,7% como muito corruptos; 13,3% como pouco corruptos e apenas 2,3% como íntegros. 20,3% não souberam dizer.

Por fim, o levantamento detalhou o que mais mancha esporte. Com 34,6% a corrupção financeira foi a primeira da lista, seguida por assédio sexual (23,7%), manipulação de resultado (19,2%), endividamento dos clubes (9,9%) e doping (5,6%). Cerca de 6,9% não souberam opinar.

“Programas de conformidade, ‘COMPLIANCE’ já são realidades no meio esportivo. Entidades já estão investindo em compliance e, com isso, mandando um recado à sociedade que transparência, ética e profissionalismo são importantes para o futuro da entidade esportivo e para o esporte em si. Dessa forma, a sociedade passará a ver o esporte de outra forma. Mas vale lembrar que se trata de um processo de mudança de comportamento. Não será da noite para o dia que os resultados passarão a aparecer. O importante é que esse movimento de mudança não pare. Ele deve seguir, mesmo que lentamente, mas sempre na direção certa”, finaliza Nilo Patussi.


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