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Pelé de Fla e Flu: nos 81 anos do Rei, lembre histórias do eterno camisa 10 pelos rivais do Rio


Considerado o “Rei do Futebol”, Pelé pendurou as chuteiras profissionalmente tendo vestido somente duas camisas na carreira além da seleção brasileira: a do Santos e a do New York Cosmos, para a frustração de muitos torcedores de outros clubes que um dia sonharam em ter o camisa 10 atuando pelo clube do coração.

Se profissionalmente não foi possível, algumas torcidas, porém, podem recorrer aos registros históricos para se gabar pela eternidade que tiveram o Rei pelo menos por um dia – casos de torcedores de Flamengo, Vasco e Fluminense, por exemplo.

 — Foto: Infoesporte
1 de 5 — Foto: Infoesporte

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Neste sábado, 21 de outubro, dia em que Pelé comemora 81 anos e dia de Fla-Flu no Maracanã, às 19h, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, o

ge

viajou no tempo nas memórias de Júnior e Arturzinho para lembrar que Pelé já vestiu vermelho e preto e também verde, branco e grená – ainda que por apenas 45 minutos.

Pelé de vermelho e preto

O ano era 1979. Sem atuar há aproximadamente dois anos, o Rei do Futebol aceitou defender o Flamengo pela primeira e única vez em uma partida beneficente contra o Atlético-MG, para arrecadar fundos para vítimas de uma enchente em Minas Gerais.

Júnior e Pelé em amistoso do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal
2 de 5 Júnior e Pelé em amistoso do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal

Júnior e Pelé em amistoso do Flamengo — Foto: Arquivo Pessoal

Um dos grandes laterais da história do Brasil, o comentarista Júnior esteve em campo na partida e detalhou com euforia o dia em que grandes ídolos do Flamengo mudaram de lado e aproveitaram a oportunidade para atacarem de fãs do Rei do Futebol.

– Para nós, foi uma honra, ainda mais em uma partida beneficente, que era para ajudar após as enchentes que aconteceram em Minas Gerais no jogo contra o Atlético-MG. Jogadores, comissão técnica, rouparia, diretoria, todo mundo quis tirar uma foto com o Rei. Ainda mais diante da disponibilidade e humildade dele de estar conosco e ajudar nessa ação que foi feita entre os clubes. Dentro do campo, primeiro, não preciso dizer nada. Seria supérfluo falar do Rei. Mesmo com certa idade, a categoria e a inteligência principalmente – afirma Júnior.

Vestindo a 10 de Zico, que aceitou trocar de camisa e usar a 9 para atuar ao lado do Rei, Pelé disputou o primeiro tempo do confronto, que reuniu 139.953 pagantes no Maracanã. Sem marcar gols, o eterno Camisa 10 do Brasil viu de perto a estrela do Galinho brilhar.

Mesmo atuando com a 9, Zico, como de costume, conduziu o Flamengo naquela noite festiva a uma goleada de 5 a 1 ao marcar três vezes. Apesar de amistosa, a partida é lembrada pelos rubro-negros com carinho por ter reunido pela única vez dois dos maiores camisas 10 da história do futebol lado a lado no Flamengo.

Jornais destacaram atuação de Pelé pelo Flamengo — Foto: Acervo O Globo
3 de 5 Jornais destacaram atuação de Pelé pelo Flamengo — Foto: Acervo O Globo

Jornais destacaram atuação de Pelé pelo Flamengo — Foto: Acervo O Globo

“Trocar passes com o maior jogador de todos os tempos foi, para nós, que estivemos naquele dia, realmente uma honra muito grande. E também conhecer mais de perto a humildade e o motivo dele ser o maior do mundo, não só dentro, mas também fora de campo”, Maestro Júnior.


Ficha técnica da partida


Flamengo 5 x 1 Atlético-MG



Data:

6 de abril de 1979


Local:

Maracanã


Público:

139.953 pagantes


Renda:

CR$ 8.781.290,00


Árbitro:

Walquir Pimentel


Auxiliares:

José Carlos Moura e Roberto Coelho


Gols:

Marcelo (21 do primeiro tempo), Zico (35, 10 e 14 do segundo tempo), Luisinho (28) e Cláudio Adão (39)


Flamengo:

Cantarelli, Toninho, Rondinelli (Nelson), Manguito e Júnior; Andrade, Carpeggiani (Ramirez) e Pelé (Luisinho); Tita, Zico (Cláudio Adão) e Júlio César (Reinaldo). Técnico: Cláudio Coutinho


Atlético-MG:

João Leite, Alves, Osmar, Luisinho e Hilton Bruniz; Toninho Cerezo, Marcelo (Carlinhos) e Paulo Isidoro; Serginho (Pedrinho), Dario e Ziza (Vilmar). Técnico: Procópio Cardoso

Pelé de verde, branco e grená

Pelé também vestiu a camisa do Fluminense. Mas a ação não foi programada como aconteceu no amistoso do Flamengo com o Atlético-MG. Os registros são até mais escassos por ter ocorrido de forma inesperada, em outro continente.

O episódio ocorreu no dia 26 de abril de 1978. O Tricolor fazia uma excursão pela África e estava na Nigéria para uma série de partidas. Coincidentemente, Pelé, já tricampeão mundial e recém-aposentado, estava no país em uma ação de marketing de uma marca de eletrodomésticos.

Pelé, em amistoso do Fluminense, na Nigéria — Foto: Divulgação
4 de 5 Pelé, em amistoso do Fluminense, na Nigéria — Foto: Divulgação

Pelé, em amistoso do Fluminense, na Nigéria — Foto: Divulgação

“Esse jogo é inesquecível na minha vida por tudo que circundou essa partida. Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que um dia eu pudesse jogar com o Pelé, que eu pudesse estar na mesma equipe que o Pelé. Até porque ele é de outra geração. E ele tinha terminado a carreira”, Arturzinho.

– Ele tinha ido para lá fazer publicidade. Ele viajou em um avião separado, sem ir com a nossa delegação, mas ficou em um hotel perto do nosso. Então, ele acabou tendo contato conosco. Uma pessoa super humilde, uma pessoa super acessível. Ele aproveitou para ir para o estádio conosco para treinar para esta publicidade. Era engraçado, ele tinha que ficar no ônibus, para não fazer tumulto. Se ele saísse na frente, o povo ia todo aglomerar e não conseguiríamos entrar. Depois de uns 15 minutos, ele saia do ônibus e chegava lá para treinar. Ele já tinha parado de jogar, não estava totalmente em forma, mas como era o Rei do Futebol, ainda estava em bom nível.

Aproveitando o encontro inusitado, as autoridades locais convidaram o ex-jogador para dar o pontapé inicial no amistoso entre Flu e o Racca Rovers, em Lagos. Rádios e jornais da região, no entanto, começaram a divulgar que Pelé jogaria a partida. Claro, foi o suficiente para esgotarem os cerca de 30 mil ingressos rapidamente.

O presidente do Fluminense na época, Sylvio Vasconcellos, tentou desfazer o mal-entendido. Mas já era tarde. O estádio estava lotado de pessoas querendo ver a Majestade em ação.

O chefe da polícia local teria dito que, se Pelé não atuasse, não seria possível conter a multidão em fúria. Com receio de uma tragédia, Pelé foi a campo. Mesmo aposentado e sem estar em forma. Ele arranjou uma chuteira emprestada, apertada para seu pé, e jogou por 45 minutos.

– Ele não tinha a intenção de jogar, mas como a torcida local queria a presença dele, ele teve que de última hora trocar de roupa e entrar na nossa equipe. E eu tive a felicidade de estar nesse dia. Ele jogou um tempo. Foi aplaudido de pé, todos eufóricos assistindo ao Rei do Futebol jogar.

O Globo citou presença de Pelé pelo Fluminense na ocasião — Foto: Acervo O Globo
5 de 5 O Globo citou presença de Pelé pelo Fluminense na ocasião — Foto: Acervo O Globo

O Globo citou presença de Pelé pelo Fluminense na ocasião — Foto: Acervo O Globo

Pelé não balançou as redes com a camisa tricolor. Mas, com ele em campo, o Fluminense saiu na frente no placar, 1 a 0, gol de Marinho Chagas. Sem o Rei após o intervalo, o clube das Laranjeiras terminou a partida vitorioso por 2 a 1, com atuação de destaque de Gilson Gênio. O outro gol foi marcado por Arturzinho. E foi desta forma que foi escrito um capítulo marcante da história do Fluminense e na do Rei do Futebol.

– Para a minha sorte, ganhamos de 2 a 1 e eu fiz o segundo gol da partida. Ele (Pelé) é uma pessoa de uma humildade, de uma sensibilidade e carisma enormes, que merece todas as honrarias que o profissional pode ter. Ele não é um Rei à toa. Além de ter feito muito no futebol, era simples e acessível, que divulgava nosso país para o mundo inteiro. Que ele tenha muitos anos de vida, com muita saúde. Ficamos muito honrados em ter jogado um dia ao lado dele – Arturzinho.


Ficha técnica do Fluminense:

Fluminense:

Renato; Edevaldo, Dário, Miranda (Edival) e Marinho Chagas; Rubens Galaxe (Carlinhos), Arturzinho e Pelé (Luiz Carlos); Gildásio, Gilson Gênio e Geraldão.


Técnico:

Paulo Emílio.


Gols:

Marinho Chagas (44′ 1T) e Arturzinho (24′ 2T).

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