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Nos 40 anos do Mundial, imparável Zico fala ao L! sobre Flamengo e a coroação da geração de 81: Honra


13/12/2021 09:48

Nos 40 anos do Mundial, imparável Zico fala ao L! sobre Flamengo e a coroação da geração de 81: Honra

Zico esteve, em novembro, no Estádio Nacional de Tóquio, palco do título mundial do Flamengo (Foto: Divulgação)

Tóquio, 13 de dezembro de 1981: o que aconteceu nesta cidade, neste dia, está gravado na história do Flamengo e é lembrado por todos os rubro-negros. Entre eles, Zico, o meia que participou dos três gols na vitória por 3 a 0 sobre o Liverpool, no Estádio Nacional. Na data em que se completam 40 anos do dia em que o Flamengo botou os ingleses na roda e conquistou o mundo, o LANCE! traz uma entrevista exclusiva com o eterno camisa 10 da Gávea. Confira abaixo!

Questionado sobre o sentimento ao relembrar a conquista do Mundial após 40 anos, Zico mostra que não perdeu a classe que desfilava em campo, lembrando dos companheiros de time e outros profissionais do Flamengo daquela época.

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– O sentimento é de que ganhamos todos. Nos dedicamos muito durante todo aquele tempo. Foi um time de rês gerações, e o Flamengo não teve o custo que teve para formar o time que hoje é vencedor. Era um time feito na base, isso foi uma grande vantagem para o clube – afirmou Zico, ao LANCE!, antes de seguir:

– Todos com muita fome. Quanto mais ganhava, mais queria, em um ritmo de profissionalismo muito forte que imperou esse período. Muita honra de ter participado desse período – completou Arthur Antunes Coimbra, o Galinho.

Zico tem razão em dizer que aquela equipe foi formado na base. Não à toa, o slogan “Craque, o Flamengo faz em casa” surgiu em 1979, quando Leandro, Júnior, Adílio, Andrade e Tita, entre outros, já figuravam na equipe principal.

Era o caso de Nunes, também, que ficou eternizado como o “Artilheiro das Decisões”. Para isso, o camisa 9 contava com as assistências de Zico – como aconteceu aos 13 minutos da etapa final. O atacante precisou de um toque para abrir o placar no Estádio Nacional de Tóquio, na saída de Grobbelaar.

‘Em todas as grandes decisões, procurei estar no melhor da condição para alimentar o Nunes, para ele se tornar o artilheiro das decisões’
Zico, na época, já era o cara do Flamengo, tendo marcado os quatro gols do time nos confrontos com o Cobreloa, na final da Libertadores, um mês antes. Aos 28 anos, o meia não se via como “imparável”, mas admite que já sabia os atalhos para fugir da marcação – por vezes violenta – e comandar o ritmo do Rubro-Negro.

– Sempre tem dias que jogadores de muita capacidade que conseguem te anular, jogando futebol e estudando tuas virtudes, Na base da violência não paravam. Só se me tirassem do jogo, mas eu conseguia driblar a violência também. Com o passar dos anos, você encontra maturidade e, sabe os atalhos – relembrou Zico, destacando a importância dos parceiros e da sua preparação:

– E jogar do lado de pessoas que entendiam, com qualidade, tornava tudo mais fácil. O importante era saber da responsabilidade, se manter em forma para chegar e corresponder a expectativa. A preparação é fundamental. Por isso, em todas as grandes decisões, procurei estar no melhor da condição para alimentar o Nunes e ele se tornar o “artilheiro das decisões” – brincou Zico.

No papo com o LANCE!, Zico ainda contou como foi a preparação para o jogo contra o Liverpool, que sucedeu uma série de decisões pelo Campeonato Carioca e a Copa Libertadores, o desenrolar do primeiro tempo em Tóquio, e o cenário do futebol sul-americano e europeu da época em relação ao atual. Veja!

L!: Antes do Flamengo, apenas o Santos, de Pelé, havia vencido o Mundial neste formato Fifa. Como vocês se prepararam, na parte mental e emocional, para aquela decisão? Havia uma pressão pela conquista daquele torneio no Japão?

A gente não teve tempo de pensar nisso. Tivemos sete decisões antes em 40 dias. Jogamos três vezes contra o Cobreloa, uma contra o Volta Redonda, que decidiu a Taça Rio, e mais três contra o Vasco, pelo Estadual. Foi um embalo só.

E acho que foi até bom, não deu para relaxar até o último jogo. Nosso time só pensava: “Só falta um agora”. E foi no último jogo, talvez, que nós encontramos mais facilidade no primeiro tempo entre todas essas decisões.

‘Nosso time só pensava: “Só falta um agora”. E foi no último jogo, talvez, que nós encontramos mais facilidade no primeiro tempo entre todas essas decisões’
Era um formato que estava chegando, de um jogo só. Antes era um em casa e outro fora. O do Santos mesmo, contra o Milan e O Benfica, eles jogaram no Maracanã dois jogos finais. Era um problema porque alguns times da Europa não queriam jogar contra argentinos e uruguaios, e isso desvalorizava a competição. Acho que foi em função disso que colocaram em jogo único em local neutro. Deu mais tranquilidade para as equipes jogarem, digamos.

E em termos de jogo, o que foi programado acabou acontecendo em campo? O Flamengo abriu 3 a 0 ainda antes do intervalo…

Era uma característica do nosso time: entrar decidido em fazer o maior número de gols possível no início sempre. Tivemos um domínio do campo absoluto, e os gols saíram logo. Não foi a primeira vez nem a última. Era uma característica nossa jogar daquela forma.

O Liverpool fazia uma saída na intermediária, a qual aproveitamos com a jogada que eu tinha com o Nunes. Era pegar a bola e meter para ele logo. Dois gols saíram dessa forma.

‘Não dava para eles (europeus) competirem. Tanto que, nos primeiros mundiais, a vantagem é sul-americana’
Concorda que aquele time do Flamengo, e outros entre os principais do Brasil, eram mais próximos do nível dos europeus, em relação ao cenário de hoje?

Os times europeus não tinham os grandes jogadores da América do Sul que têm hoje. O time do Liverpool tinha os escoceses, galeses, mas não tinham sul-americanos, os jogadores da Itália, França. Hoje, com a força econômica dos grandes times… Você pega o Liverpool, os melhores são de onde? Holanda, Brasil, Egito. O City é a mesma coisa. O Bayern de Munique, talvez, tenha uma base (de alemães), mas tem polonês, holandês, brasileiro.

Então, os times da Premier League eram ingleses e escoceses (em 1981). É diferente, não tinha essa mescla. A Inter não tinha um italiano no time campeão com Mourinho. O Barcelona com Messi, Suárez e Neymar, Real Madrid, com Bale, Cristiano Ronaldo, Benzema, Onde estão os espanhóis?

É diferente daquela época, quando você podia ter dois estrangeiros. Mas existiam os torneios de meio de ano e ganhamos tudo. Na Espanha. Itália, não dava para eles competirem, não. Tanto que, nos primeiros mundiais, a vantagem é sul-americana.

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60 visitas – Fonte: Lance

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