
A determinação do técnico Paulo Sousa de que os jogadores do
Flamengo
jantassem no Maracanã após o jogo contra o Bangu, no qual
o clube rubro-negro goleou por 6 a 0
, no fechamento da fase de classificação do
Campeonato Carioca
, rendeu discussões sobre agradaria ou não aos jogadores do elenco.
No podcast
Posse de Bola #210
, Mauro Cezar Pereira afirma que a discussão é descabida e que o treinador português está apenas reproduzindo uma medida que é adotada justamente no
futebol
europeu, de onde ele é oriundo.
“Tem um monte de ex-jogador que fica se agarrando nessas ideias dos tempos em que ele jogavam. O jogador parece que é uma entidade sagrada, a vaca na Índia, ‘o jogador não vai gostar’. O jogador o cacete, a regra é essa, vai almoçar para que? Para o cara não se entupir de bobagem. É assim na Europa também”, diz Mauro Cezar.
“Você traz gente de fora para tentar reproduzir aqui no Brasil métodos de trabalho que são utilizados no exterior e que a gente está super atrasado aqui por conta dessa mentalidade tacanha e quando alguém tenta colocar isso em prática, isso vira tema de discussão, isso é patético”, completa.
O colunista do UOL afirma que o próprio Pep Guardiola fez isso quando dirigiu o
Bayern de Munique
e que a ideia é evitar a má alimentação dos jogadores quando precisam repor os nutrientes depois de uma partida de futebol.
“Qual o problema do cara comer depois? Pega lá o primeiro livro do [Martí] Pernarnau sobre o Guardiola, ele conta história que o Guardiola faz com que os jogadores do Bayern se alimentem no estádio depois do jogo, o Bayern não tinha uma nutricionista. Por que isso? Justamente para que os caras possam repor as energias com uma alimentação adequada após o desgaste de uma partida de futebol”, diz Mauro.
“O cara não vai comer na marmita, não vai comer uma gororoba, vai comer comida boa, farta, com muita opção e se quiser levar a família vai lá, a família, a mulher, filho, todo mundo, não paga nem a conta, olha que beleza”, completa.
Na opinião de Mauro Cezar, a polêmica criada em relação ao jantar indica que não apenas os treinadores precisam se modernizar, mas o debate sobre o futebol na imprensa também.
“Isso é falta de assunto, é uma coisa que isso evidencia que quem debate esse tipo de coisa deixa muito claro também o seguinte. Assim como a gente fala dos técnicos e tudo, que os profissionais do futebol têm que se modernizar, a gente também tem que tentar entender que as coisas mudaram. Tem muita gente na imprensa, jornalistas ou ex-jogadores falando de futebol que continuam agarrados nos anos 1970 ou nos anos 1980”, conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
A gravação do
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está marcada para segundas e sextas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do
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