O
Flamengo
decidiu ontem (9) pela
saída do técnico Paulo Sousa
e a chegada de Dorival Júnior, que retorna o clube para a sua terceira passagem depois de ter saído exatamente no momento em que assumiu o comando a diretoria atual do clube rubro-negro, sob a presidência de Rodolfo Landim. Para
Mauro Cezar Pereira
, a passagem frustrada do português foi como um arquiteto contratado para reformar uma casa, mas que no final acaba impedido de fazer as obras solicitadas.
No podcast
Posse de Bola #235
, Mauro Cezar explica que Paulo Sousa chegou ao Flamengo com a ordem de promover mudanças, mas o próprio clube não contribuiu para isso e ele acabou perdendo uma queda de braço com o elenco.
“O Flamengo fez mais ou menos o seguinte, o camarada tem uma casa e quer fazer uma reforma, aí contrata um arquiteto, ele chega na casa, analisa, faz o desenho e volta com os caras que vão fazer a obra. Vai derrubar parede, vai fazer escada, mudar os móveis, o cara vai trocar tudo, vai fazer outra casa. Aí começa, ‘essa parede não pode derrubar porque o meu filho não gosta, ali se você mexer na cozinha, a mulher vai reclamar e a sala minha mulher me mata'”, diz Mauro Cezar.
“Contrataram um cara para mudar tudo no Flamengo e quando ele começou a obra, ‘três zagueiros não dá, o Flamengo não pode jogar com três zagueiros, os jogadores não gostam, eles não acham legal esse sistema de jogo’. Ele foi mudando, passou a jogar com linha de quatro, foi se adequando, até o André Rocha diz que ele cedeu demais, eu não tenho opinião formada, acho até que uma certa flexibilidade era necessária, talvez tenha passado do ponto”, completa.
O colunista do
UOL
explica que a ordem no momento do acerto com Paulo Sousa era acabar com a acomodação de jogadores e mudar a forma de o time jogar depois dos problemas que ocorreram no fim de 2021, mas na resistência dos atletas, o Flamengo não deu respaldo ao treinador, que também cometeu erros, o principal deles com Diego Alves no último domingo, ao deixá-lo fora do banco de reservas no jogo de domingo contra o Fortaleza, mesmo depois de ser relacionado, se concentrar e aquecer.
“O Flamengo chamou um cara para mudar tudo, tirar jogador da acomodação, quando ele começou a fazer, houve resistência, então o problema obviamente não é só do técnico, embora ele tenha cometido obviamente erros”, diz Mauro.
“Ele não é um incompetente, enfrentou muitas resistências e não teve habilidades para lidar com tudo isso. O golpe de misericórdia foi domingo, o que ele fez foi uma coisa pouco inteligente para dizer o mínimo, ele reativou a briga com o Diego Alves”, completa.
Mauro Cezar afirma que o Flamengo errou a partir do momento em que manteve alguns jogadores e agora a chegada de Dorival Júnior não é para dar sequência às mudanças antes pedidas a Paulo Sousa, mas para contornar os problemas e arrumar o time até o fim da temporada.
“O Flamengo tinha que ter cortado na carne, tirado alguns jogadores do elenco e dado uma oxigenada há mais tempo. Não fizeram e não trouxeram o Dorival para isso, ele chega porque conhece o clube, conhece muitos jogadores ali, conhece os adversários, conhece o Flamengo e vai conseguir de repente compor. Não me surpreenderei nem um pouco se o Diego Alves for titular no sábado”, conclui.
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