ESPN: Vinicius Ribeiro

O Flamengo encara o Cuiabá, nesta quarta-feira (15), às 20h30, pela 12ª rodada do Brasileirão. O time vive um momento delicado na tabela ao ocupar a 16ª colocação do Campeonato Brasileiro. Além de toda a crise provocada pela equipe em campo, o presidente Rodolfo Landim encara muita pressão fora das quatro linhas.

Reeleito no fim do ano passado para mais um mandato de três anos, o cartola não tem o mesmo prestígio na Gávea. Na última terça-feira (14), viu a relação com um dos principais grupos políticos do Flamengo, o FlaFUT, romper. Fato que esquentou ainda mais o cenário político ao mesmo tempo em que o estrelado time rubro-negro vive o pior momento técnico desde o início da gestão, em 2019.

A 16ª colocação incomoda e tira o sono por conta alto investimento no elenco. Olhar para o topo da tabela e ver o Palmeiras dez pontos à frente aumenta ainda mais a pressão. Só que a postura de silêncio de Landim em momentos delicados incomoda ainda mais.

Internamente, Rodolfo Landim sofre diversas críticas a cada encontro dos conselheiros no clube. Se o atual presidente conversa cada vez menos com os rubro-negros na Gávea, a postura pública (ou falta dela) a cada momento delicado do clube também irrita.

Nos corredores da sede social do clube, existe uma insatisfação grande de que Landim deveria ser mais enérgico nos momentos ruins.

Landim passou praticamente todo o ano de 2021 sem dar entrevistas. Falou apenas na final da Conmebol Libertadores e logo depois quando foi reeleito. Desde então, poucas palavras.

Landim não se manifestou nos momentos de crise do departamento médico, muito criticado pelo excesso de lesões e a demora de retorno de alguns atletas. Em uma das conversas, ele prometeu convocar algum membro do DM para passar a limpo com os conselheiros a situação clínica dos atletas. Encontro que até o momento não aconteceu.

A postura de silêncio também se repetiu com toda a novela Jorge Jesus e seguiu com os protestos da torcida. Landim foi muito xingado pela torcida após a derrota para o Fortaleza, no Maracanã.

Na última segunda-feira (13), ele foi hostilizado na rua por um torcedor, que chamou a diretoria de omissa. O dirigente optou pelo silêncio.

A defesa ao presidente veio dos seus pares em meio a uma carta publicada no site oficial. O presidente do Conselho de Administração, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, e mais quatro dirigentes assinaram o comunicado abaixo.

“Pelo presente, os Presidentes de Poderes do Clube de Regatas do Flamengo, legitimamente eleitos, vêm hipotecar solidariedade ao Presidente do Conselho Diretor, Luiz Rodolfo Landim Machado, repudiando, veementemente, as injustas e descabíveis agressões e ofensas que o mesmo vem recebendo”, dizia a carta.

Em campo, o Flamengo tenta esquecer a crise fora das quatro linhas para reagir no Brasileirão. O duelo contra o Cuiabá é tratado internamente como a forma do time vencer e ganhar confiança para alcançar voos maiores na tabela.