Além de toda rivalidade histórica e uma taça em jogo,
Atlético-MG
e
Flamengo
se enfrentam na
Supercopa do Brasil
, neste domingo às 16h (de Brasília), após semanas de bastidores quentes e troca de farpas públicas entre dirigentes. A bola rolará na Arena Pantanal, sede da partida que foi objeto de discussão, e os times de Antonio Mohamed e Paulo Sousa mostrarão se o “extra-campo” terá influência na temperatura da final, que terá
transmissão em Tempo Real do L!.
O capítulo mais recente foi nesta quarta, com a CBF autorizando os clubes a não cumprirem o regulamento, que previa a chegada das equipes à sede três dias antes do evento. Assim, os eventos de promoção da Supercopa do Brasil, como treinos abertos e coletivas oficiais dos técnicos e capitães de cada time, não serão mais realizadas, diminuindo a visibilidade dos parceiros comerciais.
Além do descuido com o próprio produto por parte da CBF, ainda há o descaso com os profissionais envolvidos nestes eventos, além do principal: o torcedor. Somente às 21h desta quarta-feira, a entidade divulgou valores e iniciou a venda dos ingressos para a partida na Arena Pantanal, que terá 80% da capacidade liberado para o público. São cerca de 31 mil entradas à disposição.
A ORIGEM DE TODA CONFUSÃO
A Supercopa do Brasil de 2022 estava prevista para acontecer no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, como havia nas edições de 2019 e2020. Contudo, o aumento do número de casos de coronavírus entre dezembro e janeiro e
as restrições de público no Distrito Federal criaram uma incerteza
, a qual depois foi confirmada: sem garantia da flexibilização para ter as torcidas no estádio, descartou-se a realização do jogo no local, apesar da CBF ter mantido silêncio.
Alternativas passaram a ser estudadas e oferecidas por e pelos clubes, mas não houve consenso. O Atlético-MG não topou, por exemplo, atuar em Fortaleza e não queria o jogo em Cuiabá pelo mesmo motivo: torcida do Flamengo em grande número nas capitais do Ceará e do Mato Grosso. Por outro lado,
o Galo sugeriu a partida no Mineirão
, o que foi rechaçado pela diretoria do Flamengo.
A confirmação da
Arena Pantanal como palco da Supercopa do Brasil
aconteceu apenas no dia 8 de fevereiro, 12 dias antes da partida, com a flexibilização da Prefeitura de Cuiabá, autorizando eventos esportivos com 80% da capacidade do público, sendo publicada apenas no dia 15 de fevereiro.
TROCA DE FARPAS ENTRE OS DIRIGENTES
O “vácuo” gerado pela falta de posicionamento público e claro da CBF a respeito do local da Supercopa do Brasil deu lugar para uma série de declarações e troca de farpas entre os dirigentes de Atlético-MG e Flamengo.
Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Atlético-MG, disse que, pelo clube ser campeão do Brasileirão e da Copa do Brasil,
o desejo de realizar a Supercopa do Brasil no Mineirão era “justo”
. Em ofício enviado à CBF,
o presidente Sergio Coelho alegou favorecimento ao Flamengo
na escolha por Cuiabá como sede, elencando motivos pelo qual o Galo foi prejudicado, como “informação privilegia dentro da CBF”, “falta de isonomia” e “aspecto físico”, entre outros.
Sergio Coelho,
que chegou a fazer referência a um “bobo da corte”
, sem citar nomes, foi rebatido por Rodrigo Dunshee, VP Geral do Flamengo. O dirigente. antes da confirmação de Cuiabá, também afirmou que a
Nação iria invadir e ser maior que a do Atlético
independente do lugar, e que o clube rival estaria “fazendo operação tartaruga para tentar atrapalhar a logística” da Supercopa.
Já Luiz Eduardo Baptista, presidente do Conselho de Administração do Flamengo, questionou o que falariam se
“se fosse o Flamengo reclamando e não aceitando jogar em nenhum local e a CBF tolerando todo esse mimimi”
.
CAPÍTULO FINAL? CBF DEIXA ‘REGULAMENTO DE LADO’
Após a confirmação de Cuiabá como palco e flexibilização do público para 80% da capacidade da Arena Pantanal, mais problemas. O Atlético-MG, alegando falta de estrutura e local para treinamento, informou, no início da semana, que
não cumpriria o regulamento da Supercopa do Brasil e só chegaria à cidade no sábado
, e não três dias antes da partida contra o Flamengo, conforme previsto.
Rodrigo Dunshee alertou para uma
eventual “falta de isonomia”
e, na quarta, a CBF informou aos clubes que não seria necessário chegar à sede da Supercopa com antecedência,
o que fez o Flamengo também alterar sua programação
. O VP do Flamengo voltou a se posicionar e
afirmou que a decisão era benéfica.
Com exceção da venda de ingressos, todas pendências da Supercopa do Brasil, enfim, parecem estar resolvidas. Agora, cabe aos jogadores de Atlético-MG e Flamengo, em campo, corresponderem às expectativas criadas para a decisão.
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