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Gomes: Renato poderia ter sido grandioso. Mas preferiu ser Renato


“O pênalti marcado para o meu time foi um absurdo. A bola bateu no peito do jogador do Bahia, o árbitro deveria ter ouvido o VAR. Alguém sabe explicar por que ele não ouviu o VAR? Quais as intenções dele em marcar aquele pênalti para o Flamengo? Será que foi intencional? Não dá para entender! Outro dia fomos prejudicados, hoje fomos ajudados.”

Imaginem se ontem, após o jogo entre Flamengo e Bahia, as declarações acima, fictícias, tivessem saído da boca de Renato Portaluppi?

Pois é. Não dá nem para imaginar, né? Seria uma atitude grandiosa de Renato. Enorme. Um exemplo. Que talvez fosse seguido por outros técnicos e dirigentes. Talvez fosse seguido por outras pessoas, no dia a dia. Imaginem um mundo em que as pessoas pensassem no todo e se colocassem no lugar do outro? Um mundo de

empatia

, não de egoísmo e individualismo, de cada um olhar só para o próprio umbigo e dos próprios interesses?

Talvez eu esteja exigindo muito de Renato. Tivemos apenas mais um exemplo de indignação seletiva com a arbitragem.

Uma hora, esse discurso vai ter de mudar. As ações vão ter de mudar. Mas não sei se vai começar por uma pessoa que sempre fez questão de ser o porta-voz da malandragem e do “eu sou mais eu”. O Renatocentrismo é forte demais para que ele sente diante das câmeras e se coloque como porta-voz de um mundo diferente.


Renato preferiu dizer que o árbitro “Vinícius Gonçalves teve uma excelente atuação”

. Pois é. Nos jogos em que o Flamengo foi claramente prejudicado (contra Cuiabá e

Chapecoense

) ou em que houve lances polêmicos em que a decisão desagradou, Renato mandou o batido “não gosto de falar de arbitragem, mas….” e aí despejou sua raiva e jogou para a torcida. A tática de usar más arbitragens como álibi não é exatamente nova.

Vemos grandes exemplos mundiais de treinadores que criticam a arbitragem quando suas equipes são beneficiadas? Não, não vemos. Mas tampouco vemos tanto chororô como vemos por aqui. A atitude de jogadores e técnicos em relação às arbitragens e ao público é muito mais respeitosa e profissional lá fora.

Se Renato tivesse sido grandioso ontem, a imagem teria rodado o mundo e teria sido tratado como exemplo a ser seguido. Mas ele preferiu o de sempre: o pensamento pequeno, tacanho, mesquinho, individualista e, claro, inconsistente e incoerente.

E, aliás, Renato é também porta-voz de um protocolo de VAR que não existe. Ele quer que o VAR chame o árbitro de campo sempre para que este tome a decisão olhando no vídeo. Não é assim que funciona. Que um torcedor não entenda o mecanismo é compreensível. Mas um profissional do

futebol

? Aliás, esta crítica não serve só a Renato, serve a muitos colegas meus.

As arbitragens são ruins, o uso do VAR é equivocado e o técnico do clube mais popular do Brasil deveria entender e explicar o uso da ferramenta, em vez de criticá-la com um viés do que ela não deve ser. Ou é burrice ou é má intenção. Ou desdém para com a própria profissão, enfim. Deveriam dar um livro de regras e das recomendações de arbitragem de presente de Natal para ele.

O presidente do Bahia esbravejou ontem, é verdade que o clube teve decisões de campo que contrariaram o VAR em três partidas seguidas – algo raríssimo no Brasil. Mas alguém acha que ele virá a público com a mesma veemência quando o Bahia for beneficiado?

A mentalidade precisa mudar. Para ontem.

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