O Flamengo voltou a vencer nesta quarta-feira (15) após três derrotas consecutivas pelo Campeonato Brasileiro. A vitória sobre o Cuiabá mostrou uma equipe que seguirá de fato em campo rumos bem diferentes em relação ao início da temporada.

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Em campo, as equipes iniciaram o jogo de forma espelhada em 4-3-3/4-1-4-1. Porém, com abordagens com e sem bola diferentes. Em organização defensiva, o Flamengo buscava pressionar com seu trio de frente a saída de bola mato-grossense. Forçando erros e controlando a profundidade.

O Dourado muita das vezes forçava ligações diretas buscando seu trio de ataque. Nesse sentido, Ayrton Lucas e Matheuzinho tiveram cuidados especiais com André Luis e Felipe Marques. Em zona, David Luiz e Pablo tomavam conta de André.

Ofensivamente, o Flamengo buscava construções mais curtas, carregando os lados do campo com muitos jogadores. Em relação à estreia de Dorival Jr. contra o Internacional, já foi possível identificar algumas dinâmicas melhor trabalhadas. Especialmente pelo meio de campo.

João Gomes conseguia gerar apoio para Everton Ribeiro e Arrascaeta, atraindo os encaixes adversários. Isso permitia que Bruno Henrique e Gabi pudessem ser acionados em profundidade. Ainda assim, muitos erros nas tomadas de decisão.

Gol no início facilita jogo do Flamengo

Ao contrário da derrota no Sul no último sábado (11), o Flamengo saiu na frente no início do jogo. Num lance de sorte, Ayrton Lucas conseguiu acertar um chute improvável pelo corredor lateral e abriu o placar. Destaque para a dinâmica entre BH e o lateral.

Com a desvantagem no placar, o Cuiabá optou por subir suas linhas de marcação, buscando ter maior volume ofensivo. O Flamengo passou a pressionar a equipe alviverde num bloco médio, sem abordagens tão agressivas. Com BH machucado, Vitinho ocupou sua posição pelo lado esquerdo.

Arrascaeta passou a atuar sem bola mais próximo de Gabi numa espécie de 4-2-4-0, com a dupla alinhada aos dois ponteiros. O Fla optou por deixar os zagueiros adversários em bola descoberta para proteger suas costas com as abordagens da linha defensiva.

A postura mais agressiva do Cuiabá gerou espaços para o Flamengo explorar. Tanto em organização, como na transição ofensiva. Entre alguns lances de perigo, fica o destaque para a bola na trave de Arrascaeta, após rápida saída de bola rubro-negra.

Mesmo marcando numa altura mais baixa do campo, o Flamengo seguiu com maior posse de bola durante toda a primeira etapa. Com Andreas se destacando com infiltrações às costas dos volantes do Cuiabá, buscando conectar o ataque do Mengão.

O primeiro tempo terminou com a sensação de um Flamengo superior em campo. Ainda com muitas dificuldades (e óbvias) para automatizar ações, mas já demonstrando maior competitividade em relação aos últimos jogos.

Fla explora espaços às costas do Cuiabá, mas empilha algumas chances perdidas

O início da segunda etapa começou com mudança no Cuiabá. O técnico Antônio Oliveira promoveu a entrada de Jonathan Cafú no lugar de André. André Luís se tornou o homem mais centralizado do ataque. No Flamengo, sem mudanças além da entrada de Léo Pereira no lugar de David Luiz ainda no primeiro tempo.

O jogo passou por seu período mais morno. O Flamengo pouco conseguiu produzir com bola além das bolas paradas. Já sem bola conseguia anular com eficiência as investidas do Cuiabá com a opção de cobrir melhor sua profundidade ao invés de pressionar o adversário mais alto.

O Cuiabá cada vez mais cedia espaços buscando igualar o marcador, se expondo ao ataque rubro-negro. Em duas oportunidades, o Flamengo conseguiu criar situações claras de gol. Gabi e ER7 perderam grandes oportunidades, após serem acionados em profundidade.

Com Jenison no lugar de André Luís e Kelvin entrou no lugar de Gava, o Cuiabá fez mais mudanças buscando peças mais frescas no ataque. O time voltou a ter um atacante de referência e um meia de maior chegada no setor ofensivo. Valdívia já havia entrado no lugar de Rodriguinho.

Já o Flamengo seguiu sólido defensivamente e enfim ampliou o placar. Após roubada de bola de A. Lucas, Vitinho passou para Arrascaeta, que acionou Gabi em facão. O camisa 9 só tocou para saída do goleiro e dar números finais ao jogo. 2×0.

Após o gol, Dorival Jr. fez mudanças finais para reter mais a posse e administrar o resultado. Com Arão e Diego no meio, além de Pedro no ataque, o Flamengo conseguiu se defender com a bola e pouca coisa aconteceu até o apito final. Uma vitória segura e tranquila.

Vitória indica perspectivas, porém não pode servir de parâmetro para o trabalho de Dorival Jr.

A vitória contra Cuiabá indica pouca coisa em relação a como a equipe irá evoluir durante a temporada. Todavia, já é possível identificar que o Flamengo de Dorival Jr. será de fato muito diferente da equipe anteriormente treinada por Paulo Sousa.

Movimentações com e sem bola que ilustram um trabalho que se inicia utilizando pouquíssimas coisas do treinador antecessor. Isso não quer dizer que equipe evoluirá ou não, somente que será diferente.

De qualquer maneira, Dorival Jr. em dois jogos já conseguiu retomar a competitividade da equipe. Dado a discrepância técnica da equipe em relação à maioria dos adversários na América do Sul, já é o bastante. Contra o Atlético-MG no Mineirão, pode precisar de algo a mais.

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