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Flamengo toca o Paraíso com melhor atuação desde 5 a 0 no Grêmio


O clima era de revanche no Maracanã. Depois de duas derrotas para o Atlético Mineiro de Jorge Sampaoli, mesmo com a conquista do Brasileiro em 2020, uma vitória para cada lado no ano seguinte, porém sem os esperados encontros nas copas, e os dois títulos do time mineiro

Depois ver a Supercopa do Brasil escapar em longa disputa de pênaltis, com várias chances para definir, e mais duas derrotas seguidas há pouco menos de um mês no Mineirão, o Galo estava entalado na garganta do Flamengo.


Gabigol

saiu falando em “inferno” nos 2 a 1 da ida das oitavas da Copa do Brasil, a direção do adversário “pegou ar” emitindo nota de repúdio e a torcida comprou a ideia. Ainda que com invasão no Maracanã e pedras no ônibus atleticano, violência condenável e praticamente inevitável em grandes eventos num Rio de Janeiro cada vez mais tenso, perigoso e miliciano.

A atmosfera, porém, era de apoio a um time inconstante, que não passava confiança. Mas com a memória dos momentos de espetáculo nos 7 a 1 sobre o Tolima e a repetição da escalação para buscar a remontada contra o atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil.

E o Maracanã testemunhou a melhor atuação rubro-negra desde os 5 a 0 sobre o

Grêmio

pela semifinal da Libertadores 2019, ainda sob o comando de Jorge Jesus.

Exagero? Tente se lembrar de desempenho parecido do Flamengo desde então em jogo grande, com forte simbolismo. Há três anos, a missão era desbancar o time do treinador mais cotado para assumir a

seleção brasileira

caso Tite fosse demitido da CBF. Tricolor campeão sul-americano em 2017 e semifinalista no ano seguinte, só caindo para o campeão River Plate em um confronto duro, inclusive com os gaúchos vencendo na ida no Monumental de Nuñez. Time copeiro.

Com Jorge Jesus, o Flamengo ainda brilhou em 2020 nos 3 a 0 sobre o Athletico pela Supercopa do Brasil, na conquista da Recopa Sul-Americana com o mesmo placar sobre o Del Valle, jogando com um a menos por quase 80 minutos e, em nova vitória por 3 a 0 sobre o Barcelona de Guayaquil, na “despedida” do time comandado pelo português diante da torcida antes da pandemia, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.

Sob o comando de Domènec Torrent, os 4 a 0 sobre o Del Valle. Com Ceni, a virada por 4 a 2 sobre o Grêmio em Porto Alegre, mas já na reta final do trabalho decadente de Renato Gaúcho. Treinador do Fla em várias goleadas de 2021, porém nenhuma com grande imposição, sempre em modo aleatório e dependendo de individualidades. Com Paulo Sousa, o empate sem gols com domínio estéril sobre o Palmeiras de Abel Ferreira foi a atuação mais notável em uma passagem esquecível.

Os 2 a 0 sobre o Galo no Maracanã pulsante saíram muito barato para os visitantes. Poderia ter bisado o “cincum” tranquilamente, em um universo de 21 finalizações, 14 de dentro da área e sete no alvo. Novamente faltando a contundência para vencer mais vezes o ótimo goleiro Everson.

O Atlético do “Turco” Mohamed não passa confiança e a queda em relação ao trabalho de Cuca é nítida. A mobilização para cruzar com o grande rival nacional, porém, fez o time, nos três confrontos anteriores, se superar, jogando acima da média de 2022.

Na volta foi simplesmente engolido e não finalizou uma vez na direção da meta de Santos. Porque o Flamengo estava mais organizado no 4-3-1-2 de Dorival Júnior. Com sacrifício de Gabigol, Pedro e Arrascaeta para nunca deixar o time defendendo com apenas sete homens.

Com a bola, Everton Ribeiro era a peça chave, novamente como um meia à moda antiga: pela direita, com Thiago Maia plantado como volante e João Gomes alinhado do lado oposto. O camisa sete invariavelmente recebia livre em um espaço entre Guilherme Arana, Allan, Zaracho e Nacho Fernández. Nenhum dos quatro sabia quem devia pressioná-lo.

Quando chegavam, a bola já tinha sido passada para Rodinei, de novo voando pelo corredor, ou um dos três mais adiantados. E o jogo rubro-negro fluía, com intensidade máxima na circulação da bola e no perde-pressiona. Já poderia ter aberto o placar em chute de Arrascaeta e cabeçada de Pedro, porém Everson salvou. Ou as finalizações novamente não foram tão certeiras para não dar chance ao goleiro rival.

Os gols foram “chorados”. De Arrascaeta, o primeiro precisando do carrinho para transformar a assistência de Pedro em bola nas redes já nos acréscimos da etapa inicial. Seria um absurdo o Flamengo sair para o intervalo apenas empatando. O time continua precisando ser mais contundente.

Como foi quando o Atlético buscava reação no segundo tempo, com Ademir saindo da direita e se aproximando de Hulk e Zaracho e Nacho como meias pelos lados em um 4-4-2. Na bola parada, novamente com Pedro participando e o uruguaio mergulhando para cabecear e a bola cruzando por pouco a linha da meta de Everson. Sofrido.

Tudo ficou mais administrável com a expulsão de Junior Alonso após falta em Marinho, que substituiu o extenuado Pedro. Um dos muitos destaques individuais em uma equipe que potencializou o talento com o ótimo trabalho coletivo.

Ainda sem poder confiar plenamente em Rodinei e Léo Pereira, contando com David Luiz e Filipe Luís concentrados e bem fisicamente apenas em jogos com enorme mobilização e precisando ser mais efetivo em disputas mais parelhas, sem tantas chances criadas ou cedidas.

Mas que deixou o Maracanã em êxtase e tocou o Paraíso numa noite mágica e elétrica. Derrubando obstáculo incômodo, colocando o temido Hulk no bolso. Convertendo o “inferno” em festa nas arquibancadas e no campo. Uma sintonia que há tempos não era tão forte e agora enche o torcedor de esperanças em dias melhores.

(Estatísticas:

SofaScore

)

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