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Flamengo mostra como política pode ruir qualquer projeto


Marcos Braz, Paulo Sousa, Rodolfo Landim e Bruno Spindel no Flamengo – Foto: Alexandre Vidal

ESPN: Erich Beting

O Flamengo garantiu na terça-feira (17), com relativa tranquilidade, uma vaga nas oitavas de final da Conmebol Libertadores. Dois dias depois, o clima dentro da Gávea é caótico. Uma queda de braço entre o goleiro Diego Alves e o treinador Paulo Sousa tirou qualquer harmonia dentro do Rubro-Negro, e hoje o foco está em tudo que é lugar, menos no que realmente importa, que é o campo.

Essa bagunça toda acontece meses depois de o Flamengo se tornar o primeiro clube do Brasil a faturar R$ 1 bilhão numa temporada. Como pode uma entidade que consegue gerar tanto dinheiro assim estar, internamente, uma bagunça?

O Flamengo escancara um problema que mina qualquer projeto de longo prazo dentro do futebol brasileiro. As interferências políticas, quase sempre, levam a gestão para um caminho de descontrole em questão de tempo, e sem desempenho esportivo, entramos num espiral de mudanças constantes que fazem com que o campo e, consequentemente, o torcedor, sofram bastante.

Hoje existem dois erros conceituais dentro do Flamengo.

O primeiro, crônico, o de que só porque o time tem dinheiro ele sempre vai ter de ser campeão do que for disputar. Esse é um trabalho de comunicação que precisa ser feito na Gávea para limpar essa pressão de jogadores, dirigentes e torcedores. O clube tem sempre de competir entre os melhores. Ganhar é consequência de um ambiente relativamente tranquilo e de estar em melhor momento na hora decisiva. Tudo isso, porém, demanda planejamento.

O segundo envolve a direção do clube, que se pauta pela política, em vez do negócio. Uma mostra disso veio recentemente, quando os sócios-torcedores de fora do Rio de Janeiro foram praticamente impedidos de interferir na vida política do clube.

Enquanto se pautar pela manutenção de status e indicação política para cargos-chaves do clube, o Flamengo ficará extremamente dependente da política para prosperar. Ou do resultado esportivo para aliviar a pressão do caldeirão político. Um dos maiores segredos de clubes associativos na Europa foi de isolar a política de dirigentes eleitos da gestão de dia a dia. Recentemente, Palmeiras e Grêmio conseguiram atingir esse status. Prova de que não é isso que, necessariamente, trará desempenho esportivo. Mas que ajuda, sem dúvida ajuda…

Link do Artigo do FlaResenha

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