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Flamengo mais “natural” com Sousa lembra o time dos tempos de Ceni


Não foi a improvisação de Willian Arão na zaga, uma emergência pelo excesso de lesões no setor, que fez o Flamengo comandado por Paulo Sousa, na vitória por 3 a 1 sobre o Talleres no Maracanã, lembrar o time do bicampeonato brasileiro em 2020, com Rogério Ceni no comando técnico.

Filipe Luís continuou auxiliando os zagueiros na saída de bola, mas também atacou como lateral, por dentro e por fora, empurrando Bruno Henrique mais como ponta. A dinâmica dos volantes foi parecida: tanto nos tempos de Ceni, com Diego Ribas e Gerson, quanto agora, com João Gomes e Thiago Maia, não há definição de quem vai ficar mais fixo à frente da defesa e o que ataca mais.

Há um revezamento que tem como ponto positivo criar uma indefinição na marcação do adversário, mas também espaços às costas, com a dupla muito avançada e expondo a última linha de defesa. Assim saiu o gol do time argentino, marcado por Héctor Fértoli, com a “colaboração” de Arão e Rodinei, que entrou na vaga do lesionado Matheuzinho ainda no primeiro tempo.

Lateral que avançava como ala e voltava para compor a linha de quatro. Com quer Sousa, como Isla fazia com Ceni. Formando dupla com Everton Ribeiro, voltando a ser o “ponta armador” que faz a “liga” entre os volantes e o trio De Arrascaeta-Bruno Henrique-

Gabigol

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Cobrindo pela direita os buracos que existiam na transição do 3-4-2-1 com bola para o 4-4-2 defendendo. Mas liberado para circular por todos os setores em fase ofensiva. Assim apareceu por dentro para marcar o primeiro na etapa inicial e à esquerda para receber outro passe de Bruno Henrique e bater na saída do goleiro Herrera.

Se ter o camisa sete e capitão como o destaque da partida foi animador para Paulo Sousa, há uma má notícia: Everton não costuma manter o rendimento em uma sequência de jogos mais longa, por conta da função desgastante para um atleta que acabou de completar 33 anos. Foi assim com Ceni e também com Renato Gaúcho.

Algo para pensar mais à frente, ou quando tiver zagueiros e o ala esquerdo Ayrton Lucas à disposição. Talvez só neste momento o treinador português retome mais elementos de suas convicções na execução do modelo de jogo. Por ora, a falta de tempo para treinar indica que o melhor a fazer é ceder a esse time mais “natural”. Inclusive com Arrascaeta e Bruno Henrique revezando pela esquerda e por dentro.

Ideias que podem fluir melhor se os grandes destaques, Arrascaeta e Gabigol, diminuírem os erros técnicos. Algo comum também entre os volantes, com Bruno Henrique e o próprio Everton Ribeiro. Impressionante como jogadores que se conhecem há tanto tempo não carregam um entrosamento “de memória” ou “no olhar”.

Gabi foi útil participando do ataque que terminou no pênalti sobre Arrascaeta e na cobrança precisa de sempre. Mas é pouco para um atacante móvel e dinâmico, porém errando quase tudo que tenta. Pedro entrou e, em poucos minutos, conseguiu produzir mais ofensivamente, só falhando na precisão das finalizações. Menos mal que não era mais necessário, ao contrário do empate no sábado em Goiânia.

O Flamengo teve 57% de posse e as mesmas 14 finalizações do adversário. Uma “trocação” perigosa e desnecessária. Neste aspecto lembrou mais os tempos de Renato Gaúcho. Mas somou mais três pontos e começa a encaminhar a classificação para o mata-mata da Libertadores.

Segue, porém, como incógnita. Que time estará em campo no domingo, contra o São Paulo de Ceni no Maracanã? Com um dia a mais para treinar, será que Sousa forçará a equipe a retomar a proposta inicial, sem adaptações? Por ora, vale celebrar a vitória que dá confiança e a liberdade que é sempre muito bem-vinda ao quarteto ofensivo histórico do Flamengo.

(Estatísticas:

SofaScore

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