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Flamengo jogou o que precisava pra garantir a vitória que queria


Não dá pra dizer que o Flamengo fez um graaaande jogo neste sábado, contra o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro. Não teve a intensidade da grande vitória contra o Atlético-MG, não teve o ímpeto ofensivo da goleada contra o Tolima, não teve nem a organização do triunfo contra o Santos.

Mas obviamente ninguém esperava que isso acontecesse. Com um time mais reserva do que misto, onde o ídolo Gabigol foi substituído pelo proativo mas caótico Marinho, o mágico Arrascaeta abriu espaço para o ainda promissor Victor Hugo e a genialidade de Everton Ribeiro dava lugar à relação abusiva de Diego Ribas com a bola, em que ele a mantém presa e não deixa que ela faça amizade com outros jogadores, era evidente que o foco era muito mais o resultado, muito mais a conquista dos três pontos, do que qualquer senso de espetáculo

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Diego Ribas soltando a bola por alguns segundos pra comemorar o gol
Foto: Gilvan De Souza / Flamengo

E o Flamengo venceu de maneira até tranquila. Diante de um Coritiba confuso e incapaz de articular muitas jogadas – mas o que esperar de um time numa situação tão complicada que confia em Muralha para o gol? – o Flamengo basicamente decidiu a partida ainda no primeiro tempo, com dois gols em cruzamentos, um de Gustavo Henrique e outro de Diego Ribas, oferecendo aqueles que foram possivelmente os dois únicos momentos de emoção em uma partida que, no geral, teve o mesmo nível de surpresa e intensidade de assistir um episódio de Chaves na velocidade 0,5 x.

Porque não é surpresa que Marinho é um jogador extremamente disposto, extremamente intenso, extremamente dedicado, mas que tem um processo de tomada de decisões profundamente caótico e uma compreensão tática que tão limitada que talvez ele ainda não tenha entendido direito por que tem um jogador no outro time que pode pegar a bola com a mão. Porque também não é surpresa que Diego Ribas, apesar do gol e de algumas boas jogadas, cada vez mais prende a bola de maneira desnecessária e cria riscos que não fazem muito sentido numa partida já decidida.

Assim como também não é surpresa que Vitinho vem testando cada vez mais os limites do quão disperso um ser humano é capaz de estar em campo, com a previsão de, em menos de cinco partidas, já estar sentado perto da grande área lendo um livro, além da percepção cada vez mais clara de que, no Flamengo de Dorival, o 4-4-2 com losango no meio consegue funcionar de maneira bem mais eficiente que o 4-3-3 com os dois atacantes de velocidade pelos lados.

Diego apontando para Pedro e dizendo “Você não vai receber nenhuma bola decente hoje”
Foto: Gilvan De Souza / Flamengo

Mas para um Flamengo tão remendado que em dados momentos teve Vitinho como camisa nove e tão reserva que nem seu estádio titular estava usando, uma vitória dessas, que nos ajuda a reduzir um pouco a distância do G4, rodar o elenco e manter a confiança em dia, é muito mais importante do que qualquer decisão equivocada de Marinho, qualquer brincadeira desnecessária de Diego Ribas ou mesmo a visível frustração de Pedro ao perceber que se quisesse receber uma bola em boas condições teria que fazer um pedido na Amazon.

E que continue assim. Que quando temos nosso time titular possamos oferecer belas atuações e vencer as grandes partidas e que, quando esse time titular não está disponível, possamos jogar ao menos bola o bastante para garantir os três pontos. Porque não apenas todo mundo sabe que show a gente não vai dar todo dia como show de verdade, o show que realmente importa, é a taça na mão, e pra isso uma vitória bonita e uma vitória feia valem a mesma coisa.

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