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Flamengo é quem mais arrecada com vendas de jogadores


14/5/2022 08:28

Flamengo é quem mais arrecada com vendas de jogadores

O futebol brasileiro — que é o principal exportador de jogadores para o mercado mundial, segundo a Fifa — tem no Flamengo o clube que mais arrecada com transferências. O cenário pode ser constatado pelos balanços financeiros de 2021 e também pelo consolidado dos últimos seis anos.

No ano passado, o rubro-negro faturou R$ 278 milhões nesse quesito e ficou à frente, com folgas, do segundo clube da lista: o Grêmio, com R$ 159 milhões. Desde 2016, os balanços do Fla apontam R$ 1,06 bilhão com transferências.

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Segundo relatório da consultoria Ernst & Young (EY), as transferências representam 20% do total arrecadado pelos clubes em 2021 — uma fatia de R$ 1,4 bilhão dos R$ 7,04 bilhões totais. É a segunda principal linha de receita, perdendo para os direitos de transmissão e premiação, que são 50% do bolo.

“São receitas muito relevantes para se desconsiderar numa análise. De maneira recorrente, alguns clubes conseguem fazer um trabalho mais estratégico na venda de atletas. Deixa de ser uma situação como cair um raio em um clube”, comenta Pedro Daniel, diretor executivo da área de esportes da EY no Brasil.

Receitas com transferências
Valores arrecadados pelos clubes com venda de jogadores e mecanismo de solidariedade (em milhões de R$)

Especificamente em 2021, o Palmeiras foi o terceiro clube com maior arrecadação em transferências (R$ 139 milhões), o que o manteve bem posicionado no ranking dos últimos seis anos (em quarto), passando o rival Corinthians. O São Paulo ficou em quarto no quesito em 2021 (R$ 121 milhões), mas é o segundo que mais faturou de 2016 para cá.

Para quem consegue negociar com o mercado internacional, um bom posicionamento em relação às transferências é uma porta para verba em moeda estrangeira, algo que ajuda a blindar o clube quando acontecem crises de desvalorização do real.

No caso do Flamengo, houve uma sequência de boas negociações nos últimos anos, como as vendas de Paquetá, Vini Jr, Reinier e, ano passado, Gerson. A maioria dos casos aponta para uma valorização da base, mas também um bom posicionamento de mercado para ter condições de “reciclar” Gerson, que vinha sem espaço na Roma. O Grêmio também conseguiu executar estratégia relevante, engatando transferências como as de Pedro Rocha, Arthur, Everton Cebolinha e Pepê.

Por que dá certo?
Entrar nesse ciclo virtuoso do mercado e conseguir extrair o máximo possível dos seus ativos é uma combinação que demanda alguns elementos. Na visão de Claudio Pracownik, que foi vice de finanças do Flamengo na gestão Bandeira de Mello e atualmente é CEO da empresa Win The Game, o clube cumpriu bem seu papel em três frentes: acesso ao mercado europeu, qualidade da matéria-prima e capacidade financeira.

Acesso ao mercado europeu
“Quanto mais consolidado, em termos de governança, balanço, credibilidade você tem, mais fácil, mais convites você tem para ingressar nesse grupo de transações comerciais. Quando se começa a operar mais diretamente, sem intermediários? e a credibilidade se conquista com o tempo. Quanto mais transações você faz e mais profissionalizado você vai, mostrando mais competência à mesa, maturidade, mais ingressos você tem para o clube. Te chamam para mais ‘festas'”.

Qualidade da matéria-prima
“A questão do produto tem a ver com resiliência e consistência. Quando os clubes passam por um momento de crise, o primeiro lugar em que eles fazem cortes é na formação. Se entendessem que a formação na verdade é onde estão os insumos, esse seria o último lugar. O que o Flamengo faz há tempo é a consistência de nunca ter deixado de investir na base, pelo menos de 2012 para cá. Se for cortar alguma coisa, não corte na base. Tem momento que é impossível? Eu entendo. Mas para aqueles que conseguem uma situação financeira tal que o permita olhar para o futuro, o investimento na base vai te dar mais retorno”.

Capacidade financeira
“O terceiro elemento é a sua barganha na mesa. Quando os clubes vão para a mesa de negociação desesperados, eles vão vender por menos esses ativos que valem mais. Quando você tem tempo para segurar o talento e deixar ele maturar, você vai vender mais caro. Quanto mais paritária for uma mesa de negociação, melhor vai ser o preço”.

Há tempo certo para vender?
O mercado internacional tem olhado para a América do Sul e buscado jogadores cada vez mais jovens. A idade mínima, segundo a Lei Pelé, é de 18 anos. Mas tem gente que já é vendida antes, como Vini Jr. e Rodrygo, e espera o aniversário para embarcar para o outro lado do Atlântico.

Esse contexto favorece os clubes que têm uma categoria de base estruturada, como o Fluminense. A marca de Xerém alimenta o time de cima e fornece jogadores. Mas, em valores, o tricolor ficou bem atrás que o Flamengo nos últimos anos. E aí entra a questão do contexto econômico-financeiro do clube e o poder de barganha na hora de negociar. E o próprio presidente Mário Bittencourt já reconheceu isso.

“Hoje, não vende muito bem por causa da sua situação financeira, mas vende melhor do que vendia. Porque vende com os atletas já performando no time profissional disputando grandes competições, porque vende mantendo bons percentuais de futuro e porque vende por valores históricos melhores do que aqueles que foram vendidos. Pode melhorar a venda? Pode. Na verdade, recusar a venda. Se a gente recusa uma venda, você está comprando esse jogador pelo preço que recusou”, citou o dirigente.

Mas como calibrar o timing entre segurar o jogador pensando na performance esportiva do clube e na parte de geração de receitas?

“Essa é a pergunta do bilhão. Cada venda de atleta é um projeto. Se você deixa de arrecadar R$ 100 milhões em uma venda, mas ele tem participação muito relevante em termos de performance, pode puxar premiação, é atrativo para patrocinadores e potencializa outros ativos. Talvez R$ 100 milhões seja baratos”, pondera Pedro Daniel.

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435 visitas – Fonte: Uol



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