Centenário, mítico estádio da cidade de Montevidéu, recebeu o Palmeiras em duas finais de Libertadores (1961 e 1968) e o Flamengo em outra (1981). Alviverde perdeu ambas, mas time rubro-negro foi campeão
Sede da primeira final de
Copa do Mundo
, em 1930, e de inúmeros jogos importantes desde então, o Estádio Centenário também está na história de
Palmeiras
e
Flamengo
muito antes da decisão da
Conmebol Libertadores
de sábado (27), às 17h (de Brasília), com transmissão ao vivo pelo
FOX Sports
e pela
ESPN no Star+
.
Ambos os times já estiveram no mítico estádio de Montevidéu para disputar um título da Libertadores. A história é
muito mais doce para o Flamengo, que saiu do Uruguai campeão em 1981
, do que para o
Palmeiras, vice duas vezes, em 1961 e 1968
.
O Palmeiras de 1961, aliás,
foi o primeiro clube brasileiro a decidir a Libertadores
, antes mesmo do
Santos
de Pelé, que seria o campeão em 1962/63. Estrelado por Djalma Santos e Julinho Botelho, o Alviverde passou pelo Independiente (ARG) e pelo Santa Fé (COL) antes de
encarar o Peñarol (URU) na final
.
No Centenário,
derrota por 1 a 0
, a única da equipe palmeirense em toda a campanha, o que obrigou a equipe de Armando Renganeschi a vencer em São Paulo. Só que o
empate por 1 a 1
deu o segundo título consecutivo aos uruguaios.
Sete anos depois, o Palmeiras teve nova chance de sair do Uruguai campeão. A equipe brasileira passou por duas fases de grupo até reencontrar o Peñarol na semifinal de 1968. Dessa vez, classificação palestrina:
1 a 0 em São Paulo e 2 a 1 em Montevidéu
, resultados que carimbaram a vaga na decisão contra o Estudiantes.
O time de La Plata, liderado por Juan Verón (pai do meia argentino que faria sucesso nos anos 1990 e 2000),
venceu a primeira em casa por 2 a
1. O Palmeiras deu o troco no Pacaembu, com
triunfo por 3 a 1
, dois gols de Tupãzinho. Até que o Centenário voltou à vida alviverde.
O
estádio uruguaio foi escolhido como sede neutr
a para para o decisivo jogo entre brasileiros e argentinos. Com invasão de torcedores
hermanos
nas arquibancadas e um jogo dos mais brutos em campo, o
Estudiantes fez 2 a 0
sobre a equipe de Dudu e Ademir da Guia e ganhou o primeiro de seus três títulos seguidos.
Após o Palmeiras,
Cruzeiro
(1977) e
Internacional
(1980) foram à capital do Uruguai e voltaram sem o título. A “maldição” foi quebrada no ano seguinte, justamente pelo Flamengo, na época com craques como
Leandro, Júnior, Andrade, Adílio e, claro, Zico
.
Vitória rubro-negra por 2 a 1,
no Maracanã, e
derrota por 1 a 0
, em Santiago, obrigaram um jogo extra entre
Flamengo e Cobreloa
, para definir o campeão sul-americano de 1981. A partida seria em 23 de novembro, semanas antes inclusive da decisão do Mundial Interclubes, no Japão.
Antes de chegar ao Uruguai, o Flamengo passou por um susto, já que
todos os uniformes de jogo ficaram em uma mala extraviada
. Os dirigentes tiveram que importar do Brasil novas camisas para que a partida acontecesse.
Em campo,
brilhou a estrela de Zico
. Aos 17 minutos do primeiro tempo, o Galinho recebeu de Andrade e, de primeira, abriu o placar com um belo chute no canto esquerdo. A partida, então, ganhou contornos de batalha, com entradas duras e expulsões. Armando Alarcón, do Cobreloa, foi expulso primeiro, seguido de Andrade, em revide após falta sofrida por Júnior.
No segundo tempo, o Flamengo segurou a pressão dos chilenos e ampliou o marcador em cobrança de falta magistral de Zico, aos 31 minutos.
Com o título encaminhado, Paulo César Carpegiani colocou Anselmo em campo, com a missão de
revidar os pontapés dos chilenos
. Dito e feito: no primeiro lance,
uma pancada em Mario Soto e o cartão vermelho
. O próprio Soto e mais Eduardo Jiménez ainda seriam expulsos antes do fim.
De lá para cá,
Grêmio
, em 1983, e Santos, em 2011, voltaram ao Centenário em uma final de Libertadores, mas nunca no jogo decisivo. Ambos foram campeões, seguindo a história do Flamengo. Agora, anos depois, o Brasil vai ao maior estádio do Uruguai como protagonista da final. Quem levará a melhor?