MUNDO RUBRO-NEGRO: Por Yago Martins

Diretor-executivo do Flamengo na temporada de 2014, Felipe Ximenes participou do programa Charla Podcast da última sexta-feira (20) e contou bastidores de sua passagem pelo Rubro-Negro. Entre eles, o tema que mais chamou a atenção foi o período de dificuldade financeira que tinha o Fla e a falta de estrutura no CT Ninho do Urubu.

”Meu Deus do céu. O Ninho do Urubu era terra pura. Tinham apenas dois campos utilizáveis. Almoçávamos em contêineres, estacionamento era todo de terra. Mas não tinha hotel. Concentrávamos no Hotel Windsor, na Barra. Além disso, o departamento de fisiologia era todo naqueles contêineres lá. Fizemos alguns treinos na Gávea, já que existia ainda aquela história que também precisa treinar na sede”, disse o dirigente.

Com o Ninho do Urubu ainda com estruturas provisórias, o Fla ganhou em 2013 a Copa do Brasil. Para Ximenes, este título pode ter trazido alguns malefícios ao clube.

”Eu brinco falando que o Flamengo teve o azar de ter sorte no começo. O título da Copa do Brasil foi o azar de ter sorte, né? Pareceu que a direção já tinha aprendido futebol (…) Eu paguei com minha função, com meu emprego. Você tem que ir contra processos. É muito duro você embarcar para Recife, o treinador querer levar 25 jogadores, mas a diretoria dizer que não tem como levar tudo isso, já que não tem dinheiro”, pontuou.

Por fim, ressaltou que faltava dinheiro até para pagar bicho aos atletas, já que a alta cúpula queria colocar o Mengão de volta aos trilhos.

”Como senta numa mesa para negociar bicho com os jogadores? Não tem como pagar. Tivemos que limitar o número de camisas que demos pós-jogo. Eram mudanças de processo e você sendo a interface do clube, isso muita gente não vê. Ou seja, o difícil é fazer o fácil, o complicado é fazer o simples”, finalizou.