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Felipe Rolim: O que deu muito errado na goleada sofrida pelo Athletico contra o Flamengo no Brasileirão


Encaixe de área, encaixe defensivo, quadrado defensivo e “três mais um” são formas de comunicação nos times para que se proteja a frente do gol e toda a extensão do “funil”, que compreende a linha do gol como a parte estreita do funil e se abre em direção à linha da grande área. O ideal é não desproteger a zona onde a maioria dos gols são feitos, aqui ou no resto do Mundo.



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No ataque organizado pelos lados, o que vem sendo nos sistemas defensivos é a aproximação de lateral, volante e ponta, organizando um triângulo em que um dê combate, outro faça a cobertura do drible e o terceiro tire a linha de passe de retorno para quem venha com intenção de romper pelo corredor lateral da grande área.

Dentro da área acontece o “três mais um”, com o zagueiro do lado atacado marcando zona (se preocupando somente em interromper o curso da bola), o zagueiro oposto centralizando e marcando individual, o lateral oposto entrando na área e marcando individual e um homem de meio de campo vindo até a marca do pênalti para tirar o cruzamento rasteiro e para trás. Variações vão existir, mas, na maioria dos casos, esse será o “encaixe de área” de uma defesa contra um ataque em movimento.

Tão importante quanto a do jogo em movimento é a decisão de como marcar as bolas paradas, principalmente os escanteios. Decidindo por marcar a zona, alguns cuidados, que o Athletico não tomou, precisam ser tomados. Eu mesmo, em outra coluna aqui no Lance!, já havia alertado da deficiência do time do Felipão nos duelos aéreos. Não só dentro da sua área, mas em todas as partes do campo. Duelo aéreo tem muito de posicionamento e de biótipo, mas também tem muito de intenção, vontade e concentração. Não concentrou, ou não “ativou (o jogador quicando antes da cobrança)”, como a gente tanto escuta, perde um milésimo de segundo e a disputa.


Na goleada sofrida para o Flamengo, o Athletico marcava zona com um triângulo de proteção à bola rápida no primeiro pau, uma linha de três protegia a frente do goleiro Anderson e havia mais um protegendo a zona do segundo pau. Sete jogadores marcando zona. Mais dois na risca da grande área para uma segunda bola e um escape que nem aparece nas imagens.

Não havia bloqueio, que é o jogador preocupado em barrar a corrida de quem vem da marca do pênalti (como o Fabricio Bruno fez nos dois primeiros gols). Não é obrigado a ter bloqueio, mas a zona fica desprotegida e os jogadores de defesa que ali estão tem que se manter ainda mais “ativados” para atacar a bola. E saindo da inércia contra um atacante que vem lançado. Fabricio Bruno não foi incomodado por ninguém nas duas vezes em que correu.


No quarto gol a marcação do Athletico já mudou e passou a ser o que chamamos de marcação mista. Três jogadores protegendo a zona e os outros todos marcando individual. Marcação individual se desfaz com o “trenzinho” e o Flamengo fez dois. Para piorar, Matheus Fernandes, que era o do meio da linha defensiva que marcava a zona, ficou indeciso em bloquear o Marinho ou proteger o seu espaço. Marinho pulou mais, novamente sem oposição alguma e fez o quarto gol.

No quinto gol a defesa do Athletico tinha intenção e vontade, mas já não havia concentração e nem comunicação. Zona em frente ao gol desprotegida, uma marcação individual frouxa e ninguém virando o pescoço para a segunda trave. Pedro estava ali, sozinho, como em uma pelada de fim de ano, só tendo o trabalho de escolher como cabecear para vencer o Anderson.

O vídeo dessa semana, utilizando os exemplos da goleada, é para mostrar um pouco do que se espera de uma defesa que marque por zona as bolas paradas e como se dá o encaixe de área defensivo que volta e meia falamos ou escutamos dos técnicos.

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