Henrique Dourado, o “Ceifador”, jogou com Gabigol no Santos e no Flamengo e contou histórias do início da carreira do camisa 9
Nesta terça-feira, o
Flamengo
visita o
Athletico-PR
, na Arena da Baixada, em jogo atrasado da 4ª rodada do
Campeonato Brasileiro
, precisando vencer para encostar no líder
Atlético-MG
e seguir em busca do tricampeonato nacional.
Para conquistar os três pontos na Arena da Baixada, o time carioca espera que o atacante
Gabigol
encerre seu jejum de gols e volte a marcar após nove partidas em balanças as redes, sua pior série desde que chegou à Gávea, em 2019.
Todas as repercussões, entrevistas, análises e opiniões de Athletico-PR x Flamengo, pelo Brasileirão, você assiste no
ESPN FC
, às 18h (de Brasília), com transmissão
pela ESPN no Star+
Tratado como estrela desde os tempos em que ainda era apenas uma jovem promessa na base do
Santos
, Gabriel Barbosa convive com a pressão desde muito novo, mas sabe lidar bem com isso, de acordo com um de seus ex-companheiros no futebol.
Em entrevista ao
ESPN.com.br
, o atacante
Henrique Dourado
, que atuou com Gabi no Peixe e no Mengão e atualmente defende o
Henan Jianye
, da China, recordou uma das primeiras oportunidades que o artilheiro teve de atuar na clube da Baixada Santista.
“Ele é um artilheiro-nato e sempre teve estrela. Quando foi puxado para o profissional do Santos, ainda era um menino, mas muito maduro”, lembrou o “Ceifador”.
“Teve um jogo entre Santos e
Grêmio
, na Vila Belmiro, pela Copa do Brasil de 2013, que quem não tinha sido relacionado para a partida treinou de tarde e depois foi para a Vila ver o jogo. Eu, o Geuvânio e o Pedro Castro combinamos de chegar em um certo horário ao vestiário, mas o Gabigol chegou 10 minutos antes da gente”, relatou.
“Quando a gente chegou, vimos ele procurando chuteira, caneleira, etc.
Perguntei o que estava acontecendo e ele me disse que ia para o jogo
. Não entendemos nada! Daí ele contou que o Victor Andrade, que seria titular, havia ingerido um remédio que podia cair no
antidoping
, e por isso não poderia jogar. Foi então que o (técnico) Claudinei Oliveira resolveu levá-lo para a partida”, contou.
Dourado nunca esqueceu o discurso do zagueiro Edu Dracena, então capitão do Santos, eu ver a situação.
“Antes da partida, parecia que o Dracena já previa o que tinha acontecido. Na oração, ele falou: ‘
Vocês estão vendo que a oportunidade não avisa, né? Ela simplesmente aparece
. Gabriel, você estava treinando de tarde, agora vai para o banco e pode entrar. Precisa estar preparado e você estava'”, remomorou.
Como já virou hábito em sua carreira, Gabigol correspondeu e justificou o apelido.
“Fui ver o jogo no camarote da Vila e vi o Gabriel preparado ali no banco de reservas. Falei para os caras: ‘
Esse moleque é ‘largo’! Capaz de entrar e ainda meter um gol’
. Não deu outra!”, exaltou.
“A gente tinha treinado uma jogada justamente no trabalho da tarde e ele fez o gol exatamente da mesma forma. Ganhamos de 1 a 0 do Grêmio, com um gol dele nos minutos finais. Foi o começo de tudo. Dali em diante, ele virou ídolo do Santos, depois do Flamengo e hoje tem uma história linda no futebol”, salientou.
‘Gabigol só tinha um defeito’
De acordo com Henrique Dourado, Gabigol subiu para o profissional praticamente pronto para enfrentar a dureza do jogo entre adultos, apesar de ainda ser adolescente.
No entanto, o “Ceifador” também ressaltou que o atacante teve que corrigir um pequeno defeito que tinha, o que não foi possível fazer ainda na base porque ele teve que ser promovido às pressas.
“Ele sempre teve um destaque enorme na base e foi muito novo para o profissional. Era um garoto que sempre jogou duas categorias acima nos juniores, porque já demonstrava muita força e faro de gol, além do posicionamento”, afirmou.
“Só que, essa época,
ele só usava a perna esquerda para tudo
. Às vezes, a bola vinha na perna direita e ele tinha que arrumar o corpo inteiro antes de chutar, acabava perdendo tempo”, lembrou.
“Eu e alguns jogadores vimos isso e demos um toque nele. Como ele era muito dedicado e treinava bastante, aos poucos foi corrigindo e aperfeiçoando. Não é à toa que ele virou o que virou”, elogiou Dourado.
Durante o tempo em que conviveram no Peixe, Henrique e Gabriel formaram boa relação. Tanto é que o “Ceifador” foi um dos primeiros a saber que o artilheiro havia fechado com o Flamengo.
“Quando ele foi para o Fla, me mandou uma mensagem no
avisando que estava chegando. Falei para ele: ‘Pode vir que você vai ajudar demais!'”, revelou.
“Ele é assim, mesmo, tem uma personalidade muito forte, às vezes você tem que saber levar e conversar. Mas é um moleque com futuro enorme ainda pela frente. Quando ele foi para o Flamengo, já havia passado para a Europa e estava mais experiente”, complementou.
Especialista em cobranças de pênalti, Henrique Dourado ainda elogiou muito a técnica do amigo, que é um dos melhores batedores do Brasil atualmente.
“O Gabigol tem uma técnica especial para bater. Ele hoje é um dos caras que lideram isso no Brasil, ao lado do Edenílson, do Inter, do Raphael Veiga, do Palmeiras, e do Fábio Santos, do Corinthians. E isso é muito importante, pois a gente vê a quantidade de jogos que são decididos em bolas paradas”, apontou.
“Pênalti é algo que você precisa treinar muito para aprimorar. Ele olha o goleiro do começo até o fim da cobrança. É um estilo dele, mesmo, porque é difícil copirar a batida de outro jogador, pois cada um tem uma passada diferente e uma força para bater o pênalti”, finalizou.
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